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Aleitamento materno

Por:   •  24/11/2015  •  Seminário  •  4.944 Palavras (20 Páginas)  •  1.167 Visualizações

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Introdução

A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios que podem aparecer nesse período podem desencadear graves consequências para os indivíduos e comunidades. Portanto, a figura materna é a primeira pessoa com quem haverá uma interação, a qualidade do vínculo mãe e filho, para o desenvolvimento saudável em todos os períodos.

A amamentação tem um papel de suma importância tanto na saúde da mulher quanto na saúde das crianças, em relação à proteção conferida a essa a curto e longo prazo. Portanto, o aleitamento materno é visto como uma valiosa estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança, bem como, é considerada a mais sensível, econômica e eficaz forma de intervenção para a redução da morbimortalidade infantil.

O processo de industrialização, urbanização, o trabalho externo da mulher, a redução da importância social da maternidade e a descoberta das fórmulas de leite em pó, podem ser considerados as causas da diminuição do aleitamento materno neste século. Trazendo graves consequências em relação ao crescimento e desenvolvimento da criança.

O ato de amamentar é mais fácil quando as mães recebem as devidas informações em relação às práticas saudáveis tanto para ela quanto para o seu filho, incluindo a relevância do aleitamento exclusivo durante os primeiros seis meses de vida. No entanto, a crescente urbanização e as diversas mudanças nas estruturas familiares têm interferido o processo de apoio social.

Portanto, cabe ressaltar o quanto é válido as ações no campo da atenção básica a saúde, para enfatizar o poder do aleitamento materno em relação à vida da mãe e do seu filho, e o quanto esse ato fortalece esse vínculo mãe-filho para um bom desenvolvimento como um todo.

Aleitamento Materno

Amamentar vai muito mais além da nutrição da criança. É um processo que envolve uma perfeita e única interação entre mãe e filho, e que repercuti no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia, e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, bem como, de implicações na saúde física e psíquica da mãe.

Inúmeras são as evidências que comprovam a superioridade da amamentação sobre as outras formas de alimentar a criança pequena, porém, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão abaixo das expectativas esperadas e do que é recomendado.

O profissional da área da saúde tem papel fundamental na reversão do quadro em relação às essas baixas taxas de aleitamento materno. Porém, o mesmo deve estar devidamente preparado, uma vez que, por mais competente que ele seja nos aspectos técnicos relacionados à lactação, o trabalho em prol da promoção e apoio ao aleitamento materno pode não ser bem sucedido se ele não tiver um olhar atento, abrangente, e que considere o individuo como um todo, ou seja, os aspectos emocionais, a cultura familiar, a rede social de apoio à mulher, entre outros.

Cabe ao profissional de saúde identificar e compreender o processo de aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/bebê como de sua família. Bem como, o profissional deve estar preparado para prestar uma assistência integral, eficaz e adotar formas para interagir com a população para informa-la sobre a importância de adotar uma prática saudável de aleitamento materno.

Mesmo com a maioria dos profissionais de saúde sendo favoráveis ao aleitamento materno, muitas mulheres ainda tem insatisfação em relação ao tipo de apoio recebido. Uma vez que, essas mães que estão amamentando exigem um suporte ativo, principalmente o emocional,assim como,informações que as façam se sentir mais confiantes, porém, o suporte dado pelos profissionais costuma ser mais passivo.

Em relação ao aleitamento materno esse é classificado e definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em: aleitamento materno exclusivo, aleitamento materno predominante, aleitamento materno, aleitamento materno complementado, aleitamento materno misto ou parcial.

O aleitamento materno exclusivo é quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. Já o aleitamento materno predominante é quando a criança recebe além do leite materno água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos.

Em relação à classificação aleitamento materno é quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. O aleitamento materno complementado é quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. Já o aleitamento materno misto ou parcial é quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomenda-se o aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementação até os dois anos ou mais. Iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses pode acarretar prejuízos à saúde da criança, uma vez que, a introdução precoce de outros alimentos está associada a: maior número de episódios de diarreia, maior número de hospitalizações por doença respiratória, risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos,menor duração do aleitamento materno, e menor eficácia da lactação como método anticoncepcional.

Inúmeros são os argumentos em favor do aleitamento materno, uma vez que, esse auxilia em vários fatores como:

  • Evita mortes infantis, graças aos inúmeros fatores que protegem contra infecções, ocorrendo assim menos mortes entre as crianças amamentadas;
  • Evita diarreia, principalmente em crianças mais pobres;

  • Evita infecção respiratória, pois, a amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória;

  •  Diminui o risco de alergias, pois, retardar a introdução de outros alimentos na dieta da criança pode prevenir o aparecimento de alergias, principalmente naquelas com histórico familiar positivo para essas doenças;
  •  Diminui o risco hipertensão, colesterol alto e diabetes, sendo que não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes, mas também a mulher que amamenta, bem como, a exposição precoce ao leite de vaca (antes dos quatro meses) é considerada um importante determinante do Diabetes mellitus Tipo I, podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%;
  •  Reduz a obesidade, uma vez que, quanto maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso/obesidade;
  •  Ajuda na melhor nutrição, pois, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies.
  • Efeito positivo na inteligência, os mecanismos envolvidos na possível associação entre aleitamento materno e melhor desenvolvimento cognitivo ainda não são totalmente conhecidos. Alguns defendem a presença de substâncias no leite materno que otimizam o desenvolvimento cerebral; outros acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e à escolha do modo como alimentar a criança são os responsáveis;
  • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal, uma vez que, o exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é muito importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária;
  • Proteção contra câncer de mama, sendo que já está bem estabelecida à associação entre aleitamento materno e redução na prevalência de câncer de mama. Estima-se que o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação;
  • Evita nova gravidez, a amamentação é um excelente método anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto (98% de eficácia), desde que a mãe esteja amamentando exclusiva ou predominantemente e ainda não tenha menstruado;
  •  Menores custos financeiros, pois, não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda, a esse gasto devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas;
  • Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho, acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos entre eles.
  •  Melhor qualidade de vida, o aleitamento materno pode melhorar a qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos, o que pode implicar menos faltas ao trabalho dos pais, bem como menos gastos e situações estressantes.

A produção do leite materno

As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 25 lobos mamários, que são glândulas túbulo-alveolares constituídas, cada uma, por 20 a 40 lóbulos. Estes, por sua vez, são formados por 10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, estão às células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, há tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, tecido nervoso e tecido linfático. O leite produzido nos alvéolos é levado até os seios lactíferos por uma rede de ductos. Para cada lobo mamário há um seio lactífero, com uma saída independente no mamilo.

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