Hidroterapia ocupacional na reabilitação física neurológica

HIDROTERAPIA OCUPACIONAL NA REABILITAÇÃO FÍSICA NEUROLÓGICA 

Dr. Luiz Antônio Arruda Botelho – Médico Fisiatra

Dra. Adnamàre Tikasawa – Terapeuta Ocupacional

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1 – Definição

A Hidroterapia Ocupacional é a Terapia Ocupacional realizada no ambiente da piscina terapêutica.

2 – Objetivo

Demonstrar, a partir da experiência clínica e estudo bibliográfico, os benefícios do uso da piscina terapêutica na Terapia Ocupacional dentro Reabilitação Física Neurológica.

3- Introdução/Metodologia

3.1 - Histórico

A água é um meio terapêutico clássico na reabilitação e já é utilizada há muitos séculos, embora o seu uso original não coincida exatamente com o período de sua utilização para finalidades de reabilitação. O início do uso da hidroterapia como modalidade terapêutica é desconhecido porém, por volta de 500 a C, Hipócrates usava a imersão em água quente e fria para tratar muitas doenças, incluindo espasmos musculares e doenças articulares. Ao final do ano de 1890, a reabilitação aquática deixou de ser uma modalidade exclusivamente passiva mostrando que a participação ativa do paciente é extremamente importante.

Mas foi, mais precisamente, no início do século XX que o meio aquático passou a ser utilizado como meio terapêutico. Entre o início e meados dos anos de 1900, destacou-se na Europa o desenvolvimento de duas técnicas de tratamento aquático: o método dos anéis Bad Ragaz e o método Halliwick.

O Bad Ragaz é um método, ainda em evolução, utilizado internacionalmente para reeducação muscular, fortalecimento, tração/alongamento, relaxamento e inibição do tônus na água.

O Halliwick também é um método ainda em evolução que tem como objetivo principal auxiliar pacientes com incapacidades físicas alcançarem independência individual na água, uma vez que o método tem como ênfase uma natureza lúdica recreativa.

Já o método Watsu é o mais recente e foi criado em 1980 no Japão. Também chamado de aquashiatsu, o watsu foi criado como uma técnica de massagem ou bem-estar que não era necessariamente destinada a pacientes. Um dos principais benefícios desse método é o alongamento eficaz. Através do alongamento, admite-se que os meridianos fiquem mais perto da superfície do corpo, onde a energia que eles carregam pode ser liberada.

3.2 – Piscina Terapêutica

A água da piscina terapêutica apresenta princípios e propriedades físicas que são inerentes à ela. São princípios físicos da água a massa, o peso, a densidade, a densidade relativa, o empuxo, a pressão hidrostática, a tensão superficial, a refração e a viscosidade. As propriedades físicas são a turbulência, a flutuação e a esteira.

A água é aquecida (34O C) e é tratada com sal (1/10 da salinidade da água do mar) tornando-a, dessa forma, mais densa e facilitando assim, a flutuação, além de exigir menor quantidade de cloro para a esterilização da água.

Estas condições oferecem diversos benefícios para o paciente como o relaxamento, o reequilíbrio do tônus muscular, a propriocepção, o aumento da amplitude de movimento e mobilidade articular, a diminuição da dor e do edema entre outros.

4 – Benefícios da Piscina Terapêutica para a Terapia Ocupacional

O meio aquático sempre foi muito pouco explorado dentro da Terapia Ocupacional na reabilitação física, uma vez que não há existência de referência bibliográfica.

Tendo como objetivos na reabilitação neurológica recuperar (função e auto-estima), treinar (AVDs e transferências), adaptar (meio ambiente) e reinserir (vida social e profissional) a Terapia Ocupacional pode-se beneficiar da piscina em diversos aspectos.

Já na imersão os princípios físicos da água começam a agir sobre o corpo como por exemplo: A força Peso é importante, quando pensamos nos efeitos dentro da água, e quando pensamos nestes efeitos chegamos a seguinte conclusão: A força Peso atua nas partes de nosso corpo que estão acima da folha (superfície) da água, ela é anulada nesta folha de água pois ela se equivale com a força de empuxo e fica diminuída na parte imersa do corpo.

A flutuação é a força, experimentada como empuxo para cima, que atua em sentido oposto à da gravidade.

Dessa forma, temos a redução da força gravidade facilitando a manutenção dos MMSS em posição funcional – efeito sling que no solo podemos obtê-lo utilizando, por exemplo, o Therapy Máster – aparelho que anula a ação da gravidade através de faixas que sustentam os membros trabalhados durante a realização da terapia porém, há limitação do movimento e na água não.

Outros efeitos importantes são o alívio da dor e do espasmo muscular, o relaxamento, a manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações, a reeducação de músculos paréticos, o fortalecimento muscular e desenvolvimento de sua força e endurance propiciada pela resistência oferecida pela água aos movimentos e o aumento da auto-estima para atingir a independência funcional.

Sendo assim, a água oferece a experiência de encontrar o corpo recebendo o impacto de suas propriedades e princípios físicos proporcionando a vantagem do exercício ser realizado em três dimensões, não possível no solo.

5– Indicações

Hipertonia

Amplitude limitada de movimento

Fraqueza muscular

Presença de dor

Déficit circulatório

Dependência ou Semi-Dependência nas ADAPs

Déficit na coordenação motora

Entre Outros…

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