Neuroplasticidade

Neuroplasticidade

A neuroplasticidade é a capacidade dos neurônios de alterar sua função, seu perfil químico ou sua estrutura. É fundamental para a recuperação de lesão ao SNC. A neuroplasticidade é um termo geral que engloba três mecanismos principais: habituação, aprendizagem e memória e recuperação celular após lesões.

A habituação é uma forma simples de neuroplasticidade, é a diminuição da resposta a um estimulo repetido. Pesquisadores descobriram que certos comportamentos reflexos, como um reflexo a um estimulo de dor, cessavam após várias repetições daquele mesmo estímulo porque as conexões sinápticas caem fazendo com que o indivíduo se habitue ao estimulo dado.

No mecanismo de aprendizagem e memória, a plasticidade é muito necessária, o foco das pesquisas tem sido principalmente no hipocampo, pois é o responsável pela formação da memória. Pacientes com essa área cortical lesada possui um déficit de aprendizado de novas habilidade motoras e cognitivas. O desenvolvimento da memória está relacionado com um aumento da capacidade sináptica e alterações metabólicas que aumentam a eficiência das descargas celulares. Com a repetição de um estímulo específico, a síntese de ativação de novas proteínas pode alterar a excitabilidade do neurônio e promover ou inibir o aumento das conexões sinápticas. Dessa forma, existem evidencias que existem partes no córtex como o cerebelo e núcleos da base que servem como mediadores para o aprendizado e memória, além do córtex motor.
Lesões que danificam ou seccionam os axônios de neurônios causam a degeneração, mas não a morte da célula. Determinadas células possuem a capacidade de regenerar seus axônios. Após uma lesão, axônios tendem a reagir tentando se regenerar e muitas das vezes esse processo é feito com êxito. A plasticidade na forma de função sináptica alterada ou de crescimento de novas sinapses pode ser observada em todos os níveis do sistema neuromuscular em resposta a lesões e patologias. Quando o músculo é parcialmente desnervado, seja por lesão do nervo ou por perda de neurônios motores, como na doença de neurônios motores, ocorre intenso brotamento dos terminais de axônios remanescentes para reinventar as fibras musculares desnervadas. A lesão nervosa pode induzir a reorganização sináptico tanto central como periférica.  No encéfalo, as alterações plásticas ocorrem em resposta a lesões locais e periféricas.

A neuroplasticidade é essencial para o trabalho dos fisioterapeutas. Alguns pesquisadores acreditam que a reabilitação tem um efeito sobre a integridade e a reorganização das regiões não-lesadas do córtex motor. Evidências indicam que quanto mais cedo o início do tratamento de reabilitação maior o sucesso. Porém, o inicio precoce de uma terapia vigorosa pode agravar o quadro ao invés de melhorar, estudos mostram que a tendência da lesão é aumentar, por isso é importante aguardar os primeiros dias antes de iniciar o tratamento. O tipo de tratamento oferecido ao paciente também é importante para o sucesso da terapia. A neuroplasticidade é um conceito importante para os fisioterapeutas, pois ao explora-la estão maximizando os efeitos da reabilitação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: Fundamentos para reabilitação. 3ed. Pág. 61

STOKES, Maria. Neurologia para fisioterapeutas.
Pag. 75

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