TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O uso de técnicas miofasciais para liberação de cadeias posturais posteriores combinadas com alongamentos estáticos em um paciente com lombalgia por encurtamento muscular

Por:   •  11/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.414 Palavras (10 Páginas)  •  579 Visualizações

Página 1 de 10

O uso de técnicas miofasciais para liberação de cadeias posturais posteriores combinadas com alongamentos estáticos em um paciente com lombalgia por encurtamento muscular

Priscila Menon dos Santos

RESUMO

        A flexibilidade pode variar de acordo com a idade, o gênero e a etnia. Porém, o que se sabe é que o treinamento e a atividade física podem ter uma influência maior sobre a flexibilidade, do que os fatores genéticos. O alongamento muscular é um recurso utilizado tanto em reabilitação quanto em atividades esportivas, sendo muito útil para prevenção de lesões e ganho de flexibilidade. Várias técnicas são utilizadas na tentativa de melhorar a flexibilidade do indíviduos e há muita divergência de opiniões no que diz respeito às condutas que dever ser adotadas para se obter êxito no tratamento. A retração muscular pode ter como consequência a dor, e no momento em que a causa primária, ou seja, a flexibilidade diminuída é resolvida, os sintomas também desaparecem. Esta pesquisa consistiu em um estudo de caso, onde se avaliou a dor e o encurtamento muscular do indivíduo, e foram aplicadas técnicas na tentativa de minimizar os sintomas e aumentar a flexibilidade. Os resultados foram significativos e observados em um número muito reduzido de sessões, afirmando a efetividade da combinação das técnicas utilizadas.

INTRODUÇÃO

        A flexibilidade é influenciada pela idade, pelo gênero e possivelmente pela etnia. Alguns médicos acreditam que a flexibilidade diminua com a idade, mas não existem estudos a fundo sobre isso, porém, observa-se que as crianças perdem a flexibilidade ao longo do seu crescimento, pois os ossos alongam-se em uma taxa mais rápida do que seus músculos. Sabe-se ainda que o treinamento e a atividade podem ter uma influência maior que os fatores genéticos sobre a flexibilidade dos indivíduos (1).

Quando um músculo perde sua flexibilidade normal, ocorre uma alteração na relação comprimento-tensão, incapacitando-o de produzir um pico de tensão adequado, o que desenvolve fraqueza com retração muscular. O encurtamento muscular pode ser decorrente de diversos fatores, tais como alinhamento postural incorreto, imobilização do músculo, fraqueza muscular e envelhecimento (2).

O alongamento muscular é um recurso utilizado tanto em reabilitação quanto em atividades esportivas, sendo muito útil para prevenção de lesões e ganho de flexibilidade (2).

Todo músculo do nosso corpo é revestido por um tecido conjuntivo, denominado fáscia, que envolve também as vísceras, as artérias e a veias, sendo assim um complexo intermitente com extensão do crânio aos pés (3,4).

Com o tempo as fáscias começam a enrijecer e perdem sua capacidade adaptativa fisiológica. A rigidez se espalha, diminuindo assim a flexibilidade e a capacidade espontânea do movimento, expondo, desta forma, o corpo a traumas, dores e limitação nos movimentos (5).

A Liberação Miofascial (LMF), é uma técnica manual que produz um efeito chamado histerese nas fáscias. O trabalho para deformar o tecido gera calor, portanto, perda de energia, proporcionando movimento nos tecidos, liberando barreira por barreira, até que ocorra liberação da fáscia. Os objetivos da LMF são: aumentar a amplitude de movimento, aliviar a dor, melhorar a quantidade e qualidade dos movimentos. (5, 6, 7, 8, 9).

Existem várias formas de mensurar encurtamento muscular. O Teste de Dedos ao Chão é uma forma simples e direta de avaliação de encurtamento muscular de isquiotibiais e paravertebrais (1,10).

O objetivo deste trabalho foi aplicar técnicas manuais de liberação miofascial em paravertebrais e isquiotibiais combinadas com técnicas de alongamento passivo estático para ganho de flexibilidade da cadeia postural posterior e redução de quadro álgico em um paciente com encurtamento muscular e lombalgia.

MATERIAIS E MÉTODOS

        Este estudo foi realizado na cidade de Porto Velho, Rondônia, com um paciente de 24 anos, com encurtamento muscular. O paciente procurou o serviço de fisioterapia com queixas de dores lombar, grau 6 na EVA (Escala Visual Analógica).

        O encurtamento muscular foi mensurado através do Teste Dedos ao Chão. A distância entre os dedos do paciente e o chão foi medida por uma fita métrica, além de registro fotográfico. A mensuração ocorreu em todas as sessões, antes e depois da aplicação das técnicas.

        Além do encurtamento, também foi medido o tamanho do dedo médio e da palma da mão do paciente, por meio da fita métrica.

O número total de sessões foi 6. Cada sessão foi dividida em duas partes. A primeira parte consistiu em uma série básica de alongamentos passivos e estáticos, para posteriores de coxa, quadrado lombar, panturrilha, paravertebrais, piriforme, grande dorsal e tensor da fáscia lata, além de dois exercícios de estabilização lombar: ponte isométrica estática com as duas pernas sobre uma bola suíça e abdominal isotônico com uma medicineball de 2kg nas mãos. Foram realizadas 3 séries de 30 segundos de cada alongamento, bilateralmente, 5 séries de 30 segundos para a ponte e 3 séries de 20 repetições para o abdominal.

Na segunda parte, foram aplicadas técnicas manuais de Liberação Miofascial (LMF), como pinçamento e quebra, deslizamento e rolamento. Sendo que no deslizamento e rolamento foi utilizado um deslizante à base de vaselina sólida.

RESULTADOS

        Na primeira avaliação o resultado do Teste Dedos ao Chão, tendo como referência a ponta do dedo médio, foi de 16 centímetros.

[pic 1]

Figura 1. Primeiro Teste Dedos ao Chão realizado com o paciente.

        Ao término da segunda sessão, observou-se que o paciente alcançou ao chão com a ponta dos dedos. Ou seja, em duas sessões conseguiu-se ganhar 16 centímetros de flexibilidade, e o paciente não relatava mais queixas de dor (grau 0 na EVA).

[pic 2]

Figura 2. Teste realizado ao final da segunda sessão.

        Ao término da sexta sessão, não havia mais queixas de dor lombar, e o paciente apresentou uma melhora muito significativa no Teste Dedos ao Chão, chegando a encostar os dedos por completo e metade da palma da mão no solo, totalizando um ganho de 26 centímetros de flexibilidade.

[pic 3]

Figura 3. Teste realizado ao final de seis sessões.

        A média de ganho de flexibilidade por sessão foi de 5,1 centímetros, com desvio padrão aproximado de 2,2 centímetros.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (16 Kb)   pdf (196.7 Kb)   docx (71.5 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com