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Os Brônquios são Tubos Por Onde o Ar Entra e Sai dos Pulmões

Por:   •  27/4/2017  •  Seminário  •  1.084 Palavras (5 Páginas)  •  430 Visualizações

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1. CONCEITO

     É o alargamento ou distorção dos brônquios. Os brônquios são tubos por onde o ar entra e sai dos pulmões. Dentro de cada pulmão, eles vão se ramificando como galhos de árvore, formando a árvore brônquica.

Na árvore brônquica normal, à medida que se dirigem à periferia dos pulmões, eles vão se dividindo e afilando. Quando não ocorre esta diminuição de calibre ou, ao contrário, o calibre aumenta, dizemos que existe bronquiectasia.

Esta distorção irreversível dos brônquios decorre da destruição do componente elástico que compõe a parede destes.

2. ETIOLOGIA

     As bronquiectasias se constituem em via final comum de uma variedade de doenças respiratórias e de doenças sistêmicas. Nos países em desenvolvimento, onde a incidência de infecção respiratória grave na infância ainda é apreciável, as causas pós-infecciosas de bronquiectasias são as mais freqüentes. Nos países desenvolvidos da Europa e América do Norte, a principal causa de bronquiectasias é a fibrose cística, mas sua verdadeira etiologia ainda não foi estudada.

3. FISIOPATOLOGIA

     A obstrução bronquica causa absorção do ar do tecido pulmonar distalmente à obstrução e, essa área, como consequência, se contrai e colaba, causando uma força de tração que é exercida sobre as vias aéreas mais proximais, que se distorcem e dilatam. Essa área tecidual dilatada leva a um acúmulo maior de secreção, ocasionando infecções e causando inflamação da parede brônquica com destruição do tecido elástico e muscular. Com as recorrências da infecção, as paredes dos brônquios tornam-se cada vez mais fracas, ocasionando a dilatação irreversível. A dilatação do brônquio gera desequilíbrios nos processos de depuração mucociliar normais acarretando hipersecreção e alteração na função pulmonar normal. Conforme a evolução da doença, os brônquios ficam cada vez mais dilatados e formam bolsas que contém pus. O revestimento mucoso é substituído por tecido de granulação com perda dos cílios, impedindo a passagem do muco para fora dos pulmões.

Então, um ciclo vicioso que é formado. A teoria deste círculo vicioso, proposta por Cole e Wilson, pressupõe que um evento inicial (infecção ou condição genética primária) comprometeria o mecanismo mucociliar de depuração. Isso faria com que o muco e as bactérias permanecessem por um maior tempo na árvore brônquica, levando a seleção natural das bactérias mais virulentas que lesariam o epitélio ciliar. Posteriormente, surgiria um processo inflamatório crônico que reduziria ainda mais a depuração brônquica, facilitando as infecções recorrentes e o aparecimento das bronquiectasias, que, por sua vez, predisporiam a novas infecções, fechando o círculo vicioso.

4. INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA

     A incidência de pacientes com bronquiectasias parece ter caído no século 20 com o advento da melhoria da condição de vida, medidas de prevenção, vacinação, e tratamento precoces das doenças infecciosas pulmonares (tuberculose, pneumonias), bem como no manejo de pacientes com doenças crônicas hereditárias (fibrose cística, hipogamaglobulinemias e discinesia ciliar primária), todas associadas a esta doença.

     Existem relatos da alta prevalência, morbidade e mortalidade em certas comunidades de países desenvolvidos e também em pacientes idosos e crianças. Os dados das populações afetadas que existem são limitados e difíceis de avaliar devido ao uso de diferentes nomenclaturas e abordagens diagnósticas e terapêuticas. A ocorrência de bronquiectasia é descrita como comum em países em desenvolvimento, mas existe uma falta de dados sobre sua atual prevalência.

5. SINAIS E SINTOMAS

     Tipicamente, o paciente portador dessa afecção apresenta tosse com expectoração persistente e em grande quantidade, especialmente pela manhã. Estas alterações são crônicas, porém apresentam pouco período de piora, sendo que o paciente necessita usar antibiótico frequentemente. Nesses casos pode haver a presença de febre, perda de apetite, chiado no peito, falta de ar, expectoração com sangue e piora geral do quadro. No entanto, existem casos onde o portador pode não apresentar nenhum sinal clínico. Vale lembrar também, dos pacientes com bronquiectasia seca, onde não há a presença de expectoração abundante e persistente de muco, mas pode haver episódios de hemoptise.

6. DIAGNÓSTICO

     É crucial a realização de uma boa avaliação levando em consideração a anamnese e a presença ou não de fatores predisponentes. Além disso, sons pulmonares podem estar alterados. Estertores bolhosos, surgem precocemente na inspiração, continuam na metade da inspiração e esmaecem no término da inspiração. Pode haver presença de roncos difusos, devido as pneumonias de base, murmúrio vesicular diminuído e sibilos.

Para auxiliar no diagnóstico mais preciso, pode-se ainda, solicitar exames complementares tais como: radiografia, tomografia computadorizada e broncoscopia.

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