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A ALIMENTAÇÃO E A DIETA ALIMENTAR NO GERENCIAMENTO DA CONDIÇÃO CRÔNICA DO DIABETES

Por:   •  15/3/2016  •  Resenha  •  718 Palavras (3 Páginas)  •  1.018 Visualizações

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O objetivo é analisar os aspectos materiais e simbólicos da alimentação e das dietas envolvidos no gerenciamento do diabetes entre adoecidos usuários de serviços públicos de atenção básica. As condições crônicas constituem agravos persistentes e prolongados que requerem e demandam cuidados permanentes e similares, trazendo consequências nos planos individual, coletivo, médico-assistencial e sanitário, que desafiam a ação dos profissionais e do sistema de saúde. O diabetes integra as condições crônicas e conviver com ele envolve um processo de gerenciamento que pressupõe o impacto da enfermidade na vida dos adoecidos, efetivando-se em esforços nos planos individual (subjetivo), relacional, cultural (significados e identidade), material (condições socioeconômicas) e no manejo da enfermidade; associados à experiência para compreender e “controlar” a situação de modo a viver tão normalmente quanto possível. Essas medidas envolvem, portanto, aspectos sociais, culturais, práticos, ideativos e contextuais. Nesse sentido, o gerenciamento da doença associa-se ao controle como categoria central à experiência de ser diabético, significando uma forma de viver com a condição crônica que envolve ajustamentos e autorregulação empreendidos pelos adoecidos. Essas noções se distinguem da “adesão” ou “aderência” ao tratamento, remetidas às preocupações com os resultados e a eficácia das intervenções, que, quando assentadas na relação terapêutica médica ou no aconselhamento nutricional, enfatizam os desvios ou as resistências dos adoecidos às prescrições, mostrando-se inadequadas ao controle da condição crônica do diabetes. Não obstante, a relevância do controle dessa enfermidade é reconhecida tanto pelos profissionais de saúde quanto pelas pessoas adoecidas e seus pontos-chave – representados pela tríade medicamento, dieta, prática de exercícios físicos adquirem significados diferentes para ambos os grupos. Se para os primeiros há uma preocupação técnica com controle do nível de glicose dentro de padrões de referência (Cohen e col., 1994) e o seguimento das prescrições médicas e dietéticas, os últimos norteiam-se por questões práticas e simbólicas referidas aos contextos culturais, sociais e familiares, que os incitam a promover ajustes nos padrões das prescrições que viabilizem o sentir-se física e moralmente bem em relação ao adoecimento. É o que ocorre também com a alimentação2 que guarda uma função material e vital por prover (ao lado do repouso) as energias à recuperação e à manutenção das condições físicas empregadas nas atividades diárias, mas que transcende as necessidades biológicas, configurando-se como componente das condições objetivas e materiais de vida, ao lado da sociabilidade com implicações relacionais intermediadas pela cultura. Contudo, o fator cultural (princípios, costumes, valores, significados compartilhados e transmitidos tradicionalmente) não se coloca de forma determinística ou isolada, mas situado e afetado por um contexto particular composto de elementos históricos, econômicos, sociais, políticos e geográficos da sociedade mais ampla.

Dessa forma, a relação do adoecido com o alimento, a alimentação e as dietas alimentares prescritas, incluídas no gerenciamento do diabetes, não se pautam exclusivamente por critérios racionais, como pretendem os saberes médico e nutricional

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