A DOENÇA RENAL CRÔNICA
Por: Thais Justi • 26/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.908 Palavras (8 Páginas) • 326 Visualizações
DOENÇA RENAL CRÔNICA
Relevância:
- Doenças Crônicas não transmissíveis
- No Brasil em 2007, 72% das mortes foram ocorridas por DCNT.
- As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são responsáveis por cerca de 60% das mortes em todo o mundo: cerca de 35 milhões de pessoas por ano!
- DCV - tem maior impacto: cerca de 30% das mortes
- Nos pacientes portadores de DCV há relação inversa entre a filtração glomerular e o risco de: morrer por todas as causas, morrer por DCV de morbidade cardiovascular de hospitalização.
- Se por um lado a DRC está associada à DCV - importante fator prognóstico - a morbidade e a mortalidade cardiovascular entre os pacientes com DRC é bastante elevada.
[pic 1]
Conceito:
- DRC: o termo engloba um espectro processos fisiopatológicos diferentes associados ao declínio progressivo da taxa de filtração glomerular (TFG)
- Processo de redução contínua e irreversível da quantidade de néfrons
- Persistir por mais de 3 meses
- TFG < 60mL/min/1,73m2
Atenção ao valor TFG 🡪 Porque o conceito de DRC é amplo, não estando restrito aos doentes com TFG abaixo de 60 apenas. A taxa normal é em torno de 110. À medida que o indivíduo envelhece, ele perde a TFG. A partir dos 40 anos, perde 10 por ano. Assim, em torno dos 60 anos, os indivíduos já possuem uma TFG < 90.
O conceito do KDIGO (entidade internacional) é a referência: A DRC é qualquer anormalidade de estrutura ou função. Pode ter função preservada, porém se tiver qualquer dano estrutural documentado, esse paciente terá DRC. Se tiver TFG < 60, ele já tem o critério função alterada. Estrutura: alteração de sedimento urinário, rins policísticos ao ultrassom, ou seja, tem algum marcador de dano tecidual.
Importante também que isso persista durante pelo menos 3 meses.
- DRC terminal: estágio no qual o acúmulo de toxinas, líquidos e eletrólitos leva à síndrome urêmica, que leva à morte, a menos que terapias renais substitutivas (TRS) sejam instituídas.
Com a TFG podemos classificar a DRC:
- > 90: é classificado como DRC, mas tem uma função normal ou elevada. Tem alteração estrutural documentada
- 60 a 89: é uma função relativamente reduzida, mas precisa ter algum dano estrutural documentado
- < 60: DRC
Independente da etiologia, haverá uma redução dos néfrons. Inicialmente não se perde função, pois os néfrons que sobram se hipertrofiam e fazem o trabalho todo. No entanto, isso não se sustenta por muito tempo.
Fisiopatogenia:[pic 2]
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Etiologia:
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Importantes[pic 12]
Nefropatia diabética
- Complicação microvascular
- Cerca de 40% dos pacientes com DM tipo 1 e 2 desenvolvem nefropatia
- Hipertrofia e hiperfiltração glomerular >> alterações da MBG com ruptura da barreira de filtração ( 🡪 proteinúria) >> glomeruloesclerose
- Microalbuminúria: 5-10 anos após o início do DM
- Recomenda-se testar no diagnóstico e 12/12 meses DM2 e a cada 5 anos no DM1
- Fator de risco para eventos CV e morte no DM2
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Nefroesclerose hipertensiva
- Paciente já apresenta alterações no exame urinário
- Acaba evoluindo para doença terminal em 15% dos hipertensos graves, principalmente melanodérmicos
Fatores de risco: HAS, DM, doenças auto-imunes, idosos, descendentes africanos, história família de doença renal, IRA, proteinúria, sedimentoscopia alterada, anormalidades estruturais do trato urinário.
ESTADIAMENTO
Como avaliar a função renal do paciente para estadiar a doença:
- Fórmulas
- Cokcroft-Gault: já foi muito usada, mas atualmente não é utilizada
- MDRD
- CKD-EPI: é a preferencial. Apresenta melhor desempenho e previsão de desfechos adversos.
Atualmente existem muitos aplicativos que fazem esses cálculos.
- Quantificação da albuminúria:
- Ajuda a monitorar a lesão de néfrons e acompanhar a resposta ao tratamento em alguns tipos de DRC (ex: doenças glomerulares crônicas)
- Relação proteína/creatinina na urina
- Primeira amostra da manhã
- Boa correlação com a coleta de 24h (é a referência, mas atualmente não é necessário mais fazer esse exame, apenas uma amostra já serve)
- Proteinúria: perda “não seletiva”> albumina + mistura de proteínas séricas
Taxa normal de excreção de albumina em 24 horas: 20 mg
Taxa normal de excreção de proteína em 24h: menor que 150 mg
>17mg albumina/grama de creatinina – homens (>0,17)
>25mg albumina/grama de creatinina – mulheres (>0,25)
Microalbuminúnia: 30: 300mg/24h
Microalbuminúria: excreção de quantidades muito pequenas de albumina para serem detectadas pelas dosagens padrão de proteína urinária. Serve para detecção precoce de doença renal e marcador de doença microvascular
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