A Globalização De Cá De Milton Santos

A incapacidade Estatal de levar a cabo os problemas sócio econômicos, leva a diversas manifestações e movimentos sociais reivindicatórios às situações vivenciadas provocadas pelo processo de globalização. A falência de empresas nacionais com a abertura ao mercado externo somado ao despreparo técnico e industrial, além da concorrência desleal são algumas das questões trazidas com a globalização. Ainda, o uso de mão-de-obra barata das nações subdesenvolvidas de modo exploratório pelos países desenvolvidos, evidenciando sua total irresponsabilidade social. O mercado da mídia também é imprescindível à medida que detém de grande poder de manipulação de informação e proliferação de ideias, a junção “de pequeno número de agências internacionais da informação, estreitamente ligadas ao mundo da produção material, ao mundo das finanças que controlam de maneira extremamente eficaz a interpretação do que está se passando no mundo”.

A descaracterização dos movimentos sociais reivindicatórios, sendo muitas vezes considerados como violência e perturbação da ordem pública, por ter uma “ética” diferente da “ética dos poderosos” e a banalização das revoluções que almejam uma “globalização solidária”. Há de se frisar que, mesmo sendo muitas vezes incapaz de executar ações eficazes de igualdade humana, é o Estado que detém do poder transformador através “do exercício da política”, englobando todos sob sua tutela. “O Estado se torna cada vez mais indispensável”, para minimizar as desigualdades, sendo assim “um Estado socializante”.

Entretanto, muito mais que ponderar apenas sobre os efeitos maléficos da globalização, Milton Santos chama a atenção para as possibilidades de resgate em tempos conturbados. A informação, unida à educação pode ser uma arma contra a opressão global. As partes oprimidas também podem tirar proveito dessas circunstâncias. A inclusão e o acesso às novas tecnologias como a internet, ou a divulgação das ideias, podem ser algumas das alternativas para reduzir os efeitos catastróficos da globalização.

O que se acredita está num Estado Democrático nada mais é do que uma forma usurpadora do verdadeiro sentido de Democracia. A cidadania perdeu também seu significado em meio às circunstâncias vivendo-se em uma outra forma de totalitarismo.

“Uma outra globalização” é assim que Milton Santos define uma globalização que beneficiará a todos, com o estabelecimento de “formas democráticas que sejam realmente democráticas”.