A ciência do nascimento
Artigo: A ciência do nascimento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 31/3/2014 • Artigo • 1.125 Palavras (5 Páginas) • 467 Visualizações
O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas.
Aspectos médicos[editar | editar código-fonte]
Introdução[editar | editar código-fonte]
A ciência do nascimento é a obstetrícia e o médico especializado no atendimento ao parto é o obstetra, sendo que em Portugal a especialidade médica que integra essa sub-especialidade é a "Ginecologia e Obstetrícia". Entretanto, existem outros profissionais habilitados na assistência ao parto normal, a obstetriz e a/o enfermeira(o) obstetra.
Primeiro período do parto - período de dilatação[editar | editar código-fonte]
Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contracções do útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco amniótico, também chamado de ruptura das águas quando se romper. As contracções aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração clínica de 70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as contracções uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe.
O trabalho de parto pode se iniciar com colo uterino fechado, abrindo com a força das contracções, ou com dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas, e de 3 a 4 centímetros nas multíparas. Cada contracção dilata a colo uterino até que ele atinge 10 centímetros de diâmetro.
A duração do trabalho de parto varia imensamente, mas em média dura cerca de 12 horas para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em mulheres que já pariram anteriormente (multíparas).
Segunda fase do parto - período expulsivo[editar | editar código-fonte]
A segunda fase do parto inicia com a cervix completamente dilatada (10 cm) e termina com a expulsão fetal. Uma nova força começa a atuar, a contração da musculatura do diafragma e da parede abdominal que associados as contrações comprimem o útero de cima para baixo e da frente para trás e assim o bebê é expelido.
O bebé usualmente nasce de cabeça, a chamada apresentação cefálica. Em alguns casos ocorre a apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer através da vagina.
95% nascem com apresentação cefálica
4% nascem com apresentação pélvica
1% nascem com apresentação transversa
Existem vários tipos de posições invertidas de nascimento, sendo a mais comum aquela em que as nádegas do bebê saem primeiro, e as pernas estão dobradas sobre o corpo do bebê com os joelhos curvados e pés perto das nádegas. Outras disposição consistem quando o bebê tem suas pernas estendidas e direção das orelhas, ou mais incomum quando uma ou as duas pernas estão estendidas, sendo o pé(s) primeiro apresentados ao nascer. Uma outra disposição, rara, é quando o bebê encontra-se numa posição transversal, isto é, disposto de lado no útero, e sendo a mão ou o cotovelo o primeiro a entrar no canal de parto. Neste caso, o nascimento "natural" (vaginal) não deve ser empreendido, a menos em raríssimos casos em que se pode empurrar o braço do bebê de volta, e fazê-lo voltar à posição apropriada.
Imediatamente após o parto a criança passa por extensas modificações fisiológicas à medida que se habitua à sua respiração independente. Várias estruturas cardíacas começam a regredir imediatamente após o parto, como o ductus arteriosus e o foramen ovale.
O estado médico da criança é avaliado através da escala de Apgar, baseada em cinco parâmetros. Quanto maior o valor melhor está a criança.
Terceira fase - terceiro período, secundamento ou dequitadura[editar | editar código-fonte]
A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placenta e membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após termino do período expulsivo. Ocorre pelas contrações uterinas que diminuem o volume do útero e consequentemente aumentam a espessura da parede muscular, com esta redução a placenta se descola pois não possui elasticidade. Assim ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a decídua basal remanescente originando hematoma retroplacentário.
As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente do parto.
A dequitação efetua-se através de dois mecanismos:
Central ou Baudelocque - Schultze: 75% dos casos: placenta se torna invertida sobre si e a superficie fetal brilhante aparece primeiro na saída vaginal com sangramento somente após a expulsão.
Marginal ou de Ducan: 25% dos casos: placenta desce lateralmente e se apresenta na saída vaginal com a superficie materna encrespada, acompanhada de discreto mas contínuo sangramento.
Quarta fase - período de Greenberg[editar | editar código-fonte]
O período de Greenberg imediato corresponde à primeira hora depois da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o sangramento excessivo). Durante esse período há a possibilidade maior de ocorrerem grandes hemorragias. Os mecanismos que coibem o sangramento do pós-parto são:
Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e consiste na contração potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em sangramentos excessivos e coloca a vida da mulher em risco.
Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos) que obliteram vasos uteroplacentários.
Após 1ª hora o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído completando assim o mecanismo de hemostasia.
Vantagens do parto normal[editar | editar código-fonte]
A recuperação é rápida
Não há dor pós-parto.
A rápida recuperação deixa a mãe mais tranquila, o que favorece a lactação
A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente
A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior
Se a mulher vir a sofrer de mioma (patologia comum do útero), na eventual necessidade de uma operação, esta será mais fácil
O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual
A mulher participa ativamente do nascimento do filho
Desvantagens do parto normal[editar | editar código-fonte]
Possíveis danos à pelve;
Possíveis danos ao períneo, uretra e ânus;
Incontinência urinária e fecal;
Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração.
A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde - como episiotomia ("corte"), manobra de kristeller (quando o médico ou enfermeiro pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebê) e uso corriqueiro de ocitocina (hormônio que acelera as contrações). Um parto natural, realizado sem intervenções e preferencialmente em posição que ajude à saída do bebê, dificilmente causará qualquer tipo de consequência negativa.[carece de fontes]
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