ANTIBIÓTICOS – GLICOLIPÍDEOS
Por: tiberiocarol • 2/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.307 Palavras (6 Páginas) • 519 Visualizações
ANTIBIÓTICOS – GLICOPEPTÍDEOS
No que diz respeito à resistência antibiótica, os Staphilococcus Aureus podem ser divididos em 3 grupos:
- Cepas Multissensíveis: sensíveis a praticamente todos os antibióticos (10%)
- Cepas Produtoras da beta-lactamase (85-88%) → droga protótipo para o combate é a Oxacilina, sendo a pioneira a Meticilina.
- Cepas Resistentes à Oxacilina e Metecilina - MRSA – Superbactérias (2-5%) → por serem cepas extremamente resistentes, pouquíssimos antibióticos conseguirão tratar uma infecção por essas bactérias, sendo estes considerados “Super-antibióticos”.
EXISTEM 3 CLASSES DE ANTIBIÓTICO QUE AGEM DE FORMA ESFECÍFICA AO COMBATE DE STAPHILOCOCCUS AUREUS METICILINO-RESISTENTE (MRSA).
- GLICOPEPTÍDEOS (Vancomicina e Teicoplanina)
- OXAZOLINIDONA ( Linezolida)
- ESTREPTOGRAMINAS (Quinupristina e Dalfopristina)
GLICOPEPTÍDEOS
- São estruturas cíclicas complexas, compostas por aminoácidos e açúcares. A vancomicina é tricíclica (apresenta três anéis), enquanto que a Teicoplanina (apresenta quatro anéis).
- A vancomincina e a Teicoplanina vão ter ações semelhantes!
- As duas vão agir quase que exclusivamente sobre GRAM + (aeróbias e anaeróbias) , como Enterococcus, Estreptococcus, Clostridium D., mas principalmente sobre os Staphillococcus Aureus Meticili-no Resistente -MRSA. (APENAS EM INFECÇÕES MAIS GRAVES)!
-Comparando as estruturas das bactérias GRAM+ e GRAM-, percebemos que as GRAM + apresentam uma espessa camada de Mureína compondo a parede celular, que no processo de coloração absorverá o corante, identificando-as. Diferentemente das GRAM-, As GRAM+ só apresentam uma membrana citoplasmática.
[pic 1]
- Assim como os Beta-lactâmicos, os Glicopeptídeos agem inibindo a síntese da Parede Celular, por inibição da síntese de peptídeoglicanos. PORÉM, não irão se ligar aos mesmos receptores das Penicilinas, e sim à outra região
- Mecanismo de ação:
Os betalactamicos ligam-se ao sítio ativo da transpeptidase, inibindo a transpeptidação (processo final da síntese da parede celular).
Já os glicopeptídeos, não se ligam à enzima, e sim diretamente à estrutura do peptídeoglicano D-alanina-D-alanina, impedindo a transglicosilação, formando complexos com as unidades N-acetilglicosamina e
N-acetilmurâmico-peptídeo, que iriam compor o peptídeoglicano da nova parede, impedindo consequentemente o processo de trasnpeptidação pela enzima transpeptidase. Desta maneira, interrompem o processo de polimerização (formação) da parede celular.
Desprovidas de parede celular, as bactérias sensíveis sofrem lise, devido à elevada
pressão osmótica do seu meio interno. Seu efeito é, portanto, bactericida.
[pic 2]
[pic 3]
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,- Mecanismo de Resistência:
O mecanismo de resistência aos glicopeptídeos envolve uma menor afinidade destas drogas aos precursores de peptidoglicano das bactérias, permitindo a síntese de desta estrutura da parede celular apesar da exposição ao antimicrobiano. Este mecanismo é observado com maior frequência em espécies de Enterococcus, sobretudo E. faecium, sendo incomum nos demais cocos gram-positivos.
Principais representantes da classe:
1. Vancomicina
-A vancomicina foi o primeiro antibiótico da classe desenvolvido para uso clínico. Foi obtida através de culturas de Amycolatopsis orientalis.
- Está disponível na formulação endovenosa (mais amplamente difundida), mas também na oral (exceção) . A administração pode ser feita a cada 8 ou 12 horas.
- Espectro antibacteriano:
A vancomicina é eficaz primariamente contra microrganismo gram-positivos. Tem se constituído no salva-vidas no controle às infecções por SAMR e Staphylococcus epidermidsi meticilina-resistente (SEMRs), bem como infecções por enterococos. Com o aparecimento de cepas resistentes, é importante retardar o aumento de bactérias vancomicina-resistentes (p. ex., Enterococcus faecium e E. faecalis) restringindo o uso da vancomicina para o tratamento das infecções graves causadas por microrganismos g ram-positivos J3-lactâmicoresistentes
ou para pacientes com infecções gram-positivas que têm intensa alergia aos lactâmicos. Vancomicina por via oral é limitada ao tratamento de colite devida a C. difficile ou estafilococos, associada à antibioticoterapia, potencialmente ameaçadora à sobrevida. A vancomicina
por via IV é usada em pacientes com prótese de válvulas cardíacas e em pacientes que serão submetidos à implantação de próteses especialmente naqueles hospitais onde há problemas com SAMR e SEMR. A vancomicina atua sinergicamente com os aminoglicosídeos, e essa associação pode ser usada no tratamento de endocardite enterocócica. Daptomicina, um antibiótico lipopeptídeo cíclico, e dois novos inibidores de síntese proteica – quinopristina/dalfopristina e linezolida estão disponíveis atualmente para o combate de microrganismos vancomicina-resistentes.
[pic 5]
- Principais usos clínicos:
A vancomicina é utilizada via endovenosa para o tratamento de bacteremias,
infecções graves de pele e partes moles, intra-abdominais, urinárias, osteomielites,
pneumonias, meningites e endocardites causadas por estafilococos resistentes a
oxacilina, enterococos resistentes a ampicilina e estreptococos com resistência elevada
às penicilinas. É recomendado o uso também, nestes casos, para pacientes que
apresentam alergia às penicilinas e cefalosporinas
- Resistência:
Resistência à vancomicina pode ser causada por alteração mediada por plasmídeo, na permeabilidade ao fármaco ou por diminuição na ligação da vancomicina com as moléculas receptoras. (Nota: um exemplo deste último caso é a substituição da DAla pela Dlactato nos microrganismos resistentes.)
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