ASPECTOS MÉDICOS: EPILEPSIA
Por: Rafaelagns • 27/11/2017 • Seminário • 9.385 Palavras (38 Páginas) • 417 Visualizações
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... | 3 | ||
2. ASPECTOS MÉDICOS: EPILEPSIA ..................................................... | 4 | ||
2.1 Conceito ................................................................................................ | 4 | ||
2.2 Etiologia ................................................................................................ | 5 | ||
2.3 Diagnóstico ............................................................................................ | 11 | ||
2.4 Tratamento ............................................................................................ | 12 | ||
3. ASPECTOS PSICOLÓGICOS: EPILEPSIA ......................................... 4. ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS: EPILEPSIA .......................... | 16 1620 24 | ||
5. CONCLUSÃO ............................................................................................ | 24 | ||
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... | 26 |
1. INTRODUÇÃO
A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada atualmente como um transtorno que determina o aparecimento de um sintoma, a crise epiléptica, que leva a alterações na percepção, na consciência, no controle motor ou no comportamento.
É decorrente de um distúrbio elétrico no cérebro, podendo ser causada por qualquer lesão no mesmo, sequelas de infecções, trauma no crânio, tumores, distúrbios vasculares e distúrbios da formação do cérebro, além da causa genética.
Estima-se que 3% a 4% da humanidade tenha algum grau desse transtorno provocado por um descontrole dos sinais elétricos do cérebro, e de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a epilepsia afeta 50 milhões de pessoas no mundo - 3,5 milhões só na América Latina, podendo ocorrer associada a várias outras alterações ou patologias do sistema nervoso central (SNC), não se enquadrando entre os distúrbios mentais, nem tornando a pessoa inválida, pois ao menos 7 em cada 10 pessoas com epilepsia podem levar uma vida normal.
O presente trabalho aborda seu histórico, sua definição, classificação e as características persistentes nesta doença, suas causas, formas de prevenção, diagnósticos e tratamentos disponíveis, apontando as consequências causadas por falta de informações, motivo de exclusão de indivíduos epilépticos da vida social, causando frequentemente estigmas que levam á discriminação, sendo possível observar que muitas vezes a epilepsia está associada a outros problemas psicológicos, causando transtornos ao paciente, tanto social quanto profissional, afetando assim sua saúde mental.
2. ASPECTOS MÉDICOS: EPILEPSIA
2.1 Conceito
A epilepsia é um dos distúrbios neurológicos graves mais comuns do mundo, onde cerca de 3% das pessoas serão diagnosticadas com epilepsia em algum momento de suas vidas, sua prevalência é de 1% da população do mundo. Em 2005, um novo conceito de epilepsia foi proposto, baseado no cientificismo da doença, descrevendo a epilepsia como um transtorno cerebral caracterizado por uma predisposição duradoura a crises epilépticas, e pelas consequências neurobiológicas, sociais, cognitivas e psicológicas desta condição. A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica. Enquanto em 2014, uma definição operacional é dada para a aplicação prática, dizendo que a epilepsia é uma doença do cérebro caracterizada por uma das seguintes condições: pelo menos duas crises não provocadas (ou duas crises reflexas) ocorrendo em um intervalo superior a 24 horas. Uma crise não provocada (ou uma crise reflexa) e chance de uma nova crise estimada em pelo menos 60%. (FISHER et al., 2014)
Crises epilépticas não provocadas são crises isoladas ou agrupadas dentro de um período de 24 horas, que ocorrem na ausência de um fator clínico precipitante e em uma pessoa sem histórico prévio compatível com epilepsia. O risco de novas crises após uma primeira crise não-provocada está em torno de 33% a 50%. Após uma crise desencadeada por um fator precipitante, a depender deste fator, pode-se então desenvolver a predisposição permanente do indivíduo a apresentar crises. (FISHER et al., 2005)
Uma crise é denominada reflexa quando sua ocorrência está claramente relacionada a um estímulo externo ou a uma atividade do indivíduo. O estímulo pode ser simples (lampejos luminosos, p.ex.) ou elaborado (uma música, p.ex.) e a atividade também pode ser simples (um movimento, p.ex.), elaborada (ler, jogar xadrez, p.ex.) ou ambas (ler em voz alta, p. ex.).
A estimativa de risco de 60% de recorrência de crises epiléticas é determinada mediante a análise dos resultados do estudo MESS – Multicenter Trial for Early Eplepsy and Single Seizures (Ensaio Multicêntrico para Avaliar Crises Epilépticas Iniciais e Crise Epiléptica Única). O objetivo dessa análise foi decidir quem teria benefício com o início de medicações antiepilépticas imediatamente após a primeira crise. O estudo levou a concluir que aqueles com risco de recorrência de crises elevado e médio se beneficiam do início imediato de medicações após a primeira crise. O mesmo não ocorre com aqueles com risco baixo podendo, portanto, se prorrogar o início de medicações antiepilépticas. (MARSON et al., 2005).
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