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Assist~encia De Enfermagem Na Hanseníase

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Por:   •  31/8/2014  •  3.270 Palavras (14 Páginas)  •  849 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma das doenças mais antigas que afetam o homem.Ela é causada pelo Bacilo Mycobacterium leprae, que foi descoberto em 1873 na Noruega pelo médico Amaneur Hansen, e foi em sua homenagem que o bacilo também é chamado de Bacilo de Hansen (BRASIL, 2011).

Os primeiros documentos com a descrição das formas, sinais e sintomas da hanseníase foram encontrados na Índia, 600 a.C., posteriormente atingindo o Japão e China. A doença foi nomeada de lepra por Hipócrates, quando a descreveu como sendo uma doença de pele com presença de lesões escamatosas. Sua propagação foi através do tráfego comercial, guerras e viagens (SOUSA; THERRIEN e MOREIRA, 2005).

Os autores Sousa; Therrien e Moreira (2005) descrevem que os colonizadores espanhóis, portugueses, franceses e holandeses foram os grandes responsáveis por introduzir a hanseníase nas Américas, em meados do século XVI. Os primeiros documentos no Brasil datam de 1600, descobertos no Rio de Janeiro, onde, mais tarde, foi estabelecido um leprosário.

A mudança do termo lepra para hanseníase aconteceu oficialmente no Brasil, em 1976, na tentativa de desvincular a doença do preconceito social e do estigma historicamente conferido ao seu nome. Os resultados dessa mudança estão acontecendo de forma lenta e não muito apreciada pela sociedade. Recentemente, poucas pessoas sabem que a hanseníase é uma doença curável, o que atrapalha a busca dos doentes pelo tratamento e controle da doença (SOUSA; THERRIEN e MOREIRA, 2005).

Muitos se referemà lepra como sendo um terrível mal bíblico, como encontramos descrito nas passagens bíblicas nos livros de Levítico, Jó, Números e Lucas,demonstrando que para muitos o conhecimento popular sobre a doença está fundamentado em concepções produzidas no passado. Embora realizadas inúmeras descobertas nos campos da medicina referentes a hanseníase, como a ação terapêutica, origem, diagnóstico e possibilidades de cura, o preconceito, os medos e as práticas de exclusão ainda vivem no imaginário de cada indivíduo, tornando-se em um grande problema que aguarda por uma solução até os dias de hoje (MATTOS, 2002).

“Na história da humanidade, provavelmente nenhuma doença gerou estigma social tão intenso quanto à Hanseníase, sempre associada a conceitos tais como: pecado, impureza e punição” (SILVA JUNIORet al, 2008).

Para Cristofolini e Ogusku (1988) aassistência de enfermagem ao portador de hanseníase possui como objetivo a tomada certa da medicação e a prevenção das incapacidades corporais e psicossociais.

Pereiraet al (2003, p.309), diz que “a hanseníase é uma doença com alto poder incapacitante, porque o bacilo acomete nervos periféricos, acarretando atrofias, paralisias e diminuição de sensibilidade dos membros superiores e inferiores.”

Pereira etal (2003) ainda cita que como profissionais de enfermagem temos muito a contribuir, e que a equipe de saúde deve acompanhar cuidadosamente o doente, esclarecendo suas dúvidas relacionadas ao tratamento, orientando sobre os efeitos colaterais dos antibióticos e o mais importante, estimulando o doente a seguir corretamente o tratamento.

Diante dessas considerações iniciais surgem os problemas do presente trabalho: Como identificar precocemente a Hanseníase? Quais são as deformidades mais frequentes causadas pela doença e como preveni-las? Quais são as dúvidas mais frequentes do portador de hanseníase? Porquealguns doentes hansenianos não aderem ou até mesmo abandonam o tratamento?

Objetiva-se com isso: identificar sinais e sintomas precoces da hanseníase,pontuar de que maneira o enfermeiro pode auxiliar na prevenção das incapacidades físicas e psicossociais causadas pela doença,buscar identificar o nível de conhecimento sobre a hanseníase, e por fim, esclarecer dúvidas frequentes sobre a doença epropor ações de incentivoao portador da doença na adesão completa ao tratamento.

A metodologia utilizada neste trabalho será de pesquisa descritiva de caráter bibliográfico.

Em seu livro Marconi e Lukatos (2006, p.185), diz que “a pesquisa bibliografia, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo...”

Manzoapud Marconi e Lukatos (2006, p.185) ressalta que a bibliografia existente “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficiente.”

O interesse pelo tema surgiu quando em um dos campos de estágios da graduação por onde passei, fizemos orientações para a população local sobre hanseníase, sua forma de transmissão e seus sinais e sintomas. Observei o quanto a população é carente de informação sobre o assunto, muitos nem sabem que a hanseníase é a antiga lepra, outros têm até medo de falar o nome da doença.

2REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Definição de Hanseníase

“A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, granulomatosa e de evolução lenta, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen)” (BRASIL, 2010b, p.7).

O bacilo de Hansen tem a capacidade de infectar um número grande de indivíduos, ou seja, possui alta infectividade, no entanto, poucas pessoas desenvolvem a doença por possuir baixa patogenicidade (BRASIL, 2010a).

Segundo Brasil (2010b) as manifestações clínicas da Hanseníase são bem variáveis e estão ligadas com o sistema imunológico do hospedeiro e a imunogenicidade do bacilo. Esses dois fatores são responsáveis pelo elevado potencial incapacitantes da doença, sendo uma das fundamentais razões para a investigação obrigatória e a notificação compulsória.

2.2 Características Clínicas da Hanseníase

Brasil (2010b, p.9) diz que “a Hanseníase é uma doença que se manifesta por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos como lesões de pele e de nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés.”

As manifestações clínicas principais da hanseníase de acordo com as informações de Brasil (2010b) estão ligadas ao comprometimento neurológico periférico, resultando em um forte potencial para as incapacidades físicas, podendo evoluir para deformidades.

As vias aéreas superiores, composta pela mucosa nasal e a orofaringe é a principal via de infecção e eliminação do bacilo. A doença e suas manifestações clínicas dependerão da resposta do sistema imunológico de cada indivíduo ao bacilo de Hansen. Seu período de incubação dura em média de dois a sete anos (BRASIL,

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