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Circulação Pulmonar

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Por:   •  31/8/2014  •  2.105 Palavras (9 Páginas)  •  849 Visualizações

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CIRCULAÇÃO PULMONAR

1. Anatomia fisiológica do sistema circulatório pulmonar:

A seguir descreveremos a anatomia fisiológica do sistema circulatório pulmonar, para melhor compreensão do seu mecanismo de funcionamento:

a) vasos pulmonares: a artéria pulmonar após passar além do ápice do ventrículo direito divide-se em dois ramos principais: direito e esquerdo. A função desses ramos é levar sangue para os respectivos pulmões. Os vasos pulmonares são curtos e possuem paredes muito finas e distensíveis; o que confere à árvore arterial pulmonar grande compliância. Dessa forma podemos explicar o fato das artérias pulmonares acomodarem cerca de dois terços do débito sistólico do ventrículo direito. As veias pulmonares também são curtas como as artérias pulmonares, e possuem características de distensibilidade similares às das veias da circulação sistêmica.

b) vasos brônquicos: as artérias brônquicas têm a função de levar sangue aos pulmões. Elas carreiam sangue oxigenado, ao contrário do sangue parcialmente desoxigenado que flui pelas artérias pulmonares. O sangue trazido pelas artérias brônquicas alimenta os tecidos de sustentação dos pulmões, entre eles citamos: o tecido conjuntivo, os septos e os grandes e pequenos brônquios. Depois de ter irrigado os tecidos de sustentação, esse sangue deságua nas veias pulmonares e é levado ao átrio esquerdo.

c) linfáticos:. a origem desses vasos é o tecido conjuntivo que circunda os bronquíolos terminais; daí eles correm em direção ao hilo de cada pulmão, e depois dirigem-se principalmente para o ducto linfático direito. Os vasos linfáticos podem ser encontrados em todas as estruturas de sustentação dos pulmões.

2. Circulação Pulmonar:

Nos pulmões existem dois tipos de circulação, são elas:

a) circulação pulmonar: geralmente, somente os alvéolos e os ductos alveolares são nutridos por essa circulação. A sua principal função é o "recondicionamento" do sangue por meio de trocas gasosas ao nível alvéolo-capilar.

Normalmente esse sistema circulatório tem grande fluxo e resistência e pressão baixas.

b) circulação sistêmica (brônquica): essa circulação destina-se à nutrição das estruturas pulmonares. O sistema brônquico apresenta pressão sistêmica, com a resistência elevada e a perfusão muito reduzida. É importante ressaltar que, quando ocorrem determinadas pneumopatias ou em casos de interrupção da circulação pulmonar, podem-se abrir anastomoses pré-capilares entre artérias brônquicas e pulmonares. Com isso, a perfusão brônquica para o pulmão lesado é aumentada consideravelmente.

A seguir descreveremos a circulação pulmonar, aplicando nela as noções de fluxo, pressão e resistência desse sistema.

3. Pressão:

Normalmente as pressões no território pulmonar são baixas, a média da pressão na artéria pulmonar é cerca de 1/5 da registrada na aorta. O gradiente de pressão sistólica do ventrículo direito e da artéria pulmonar fica em torno de 2 a 4 mm Hg.

a) pressões na artéria pulmonar: no ser humano normal o valor médio da pressão sistólica na artéria pulmonar é de aproximadamente 25 mm Hg; a pressão diastólica na artéria pulmonar, de aproximadamente 8 mm Hg; a pressão média na artéria pulmonar, de 15 mm Hg. No período em que ocorre a sístole, a pressão na artéria pulmonar é essencialmente idêntica à pressão no ventrículo direito. Porém, com o fechamento da válvula pulmonar (final da sístole), a pressão ventricular cai bruscamente, já a pressão na artéria pulmonar cai mais lentamente, à medida que o sangue flui através dos capilares pulmonares.

b) pressão capilar pulmonar: essa pressão pode ser medida por meios indiretos, com isso obtemos o valor estimado da pressão média nos capilares pulmonares, que é de aproximadamente 7 mm Hg. Essa baixa pressão capilar é útil para a realização de trocas líquidas, as quais ocorrem nos capilares.

c) pressões no átrio esquerdo e nas veias pulmonares: a pressão atrial esquerda pode ser estimada medindo-se a chamada pressão pulmonar de encunhamento. Ela é medida através da introdução de um cateter através do coração direito e, em seguida, através da artéria pulmonar, até alcançar um dos pequenos ramos da artéria pulmonar, onde o cateter é finalmente empurrado até aderir-se firmemente na luz do vaso. Dessa forma, através do cateter a pressão de encunhamento é medida, e apresenta um valor de aproximadamente 5 mm Hg. No ser humano em decúbito, a pressão média no átrio esquerdo e nas veias pulmonares é de aproximadamente 2 mm Hg, variando de 1 mm Hg até 5 mm Hg.

4. Fluxo:

O volume total de sangue circulante nos pulmões é de aproximadamente 450 ml, cerca de 9% do volume total de sangue existente no sistema circulatório. Cerca de 70 ml desse sangue total encontram-se nos capilares, estando o resto dividido de modo aproximadamente igual entre as artérias e as veias.

Como o volume da circulação sistêmica é de aproximadamente nove vezes o da circulação pulmonar, a passagem de sangue de um sistema para o outro afeta grandemente a circulação pulmonar, mas usualmente tem efeito apenas modestos sobre a circulação sistêmica. Os fatores que controlam o débito cardíaco, principalmente os fatores periféricos, controlam também o fluxo sangüíneo pulmonar. Isso porque volume de sangue que flui através dos pulmões é essencialmente igual ao débito cardíaco.

Na circulação pulmonar quando os níveis de oxigênio estão extremamente baixos, a resistência vascular aumenta cerca de cinco vezes além do seu valor normal. Como exemplo, podemos citar uma situação onde a concentração de oxigênio nos alvéolos diminui abaixo do normal, especialmente quando ela cai a menos de 70% do normal ( PO2 abaixo de 70 mm Hg), com isso os vasos sangüíneos adjacentes entram lentamente em constrição. Esse efeito é o oposto do normalmente observado nos vasos sistêmicos, os quais dilatam-se quando expostos a baixas tensões de oxigênio, ao invés de contraírem-se. Acredita-se que isso ocorra devido a uma liberação pelo tecido pulmonar de substâncias vasoconstritoras, frente a uma baixa concentração de oxigênio.

O efeito que o baixo nível de oxigenação causa sobre a resistência vascular pulmonar tem uma importante função; que é dirigir o fluxo de sangue para as áreas onde ele será mais útil. Exemplificando, quando

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