Conceito De Transmissão Vertical (TV) Da AIDS
Casos: Conceito De Transmissão Vertical (TV) Da AIDS. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: dyanne • 31/5/2014 • 1.735 Palavras (7 Páginas) • 1.364 Visualizações
Conceito de Transmissão vertical (TV) da AIDS
A transmissão vertical do HIV ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, o trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue materno) ou a amamentação, sendo que cerca de 35% dessa transmissão ocorre durante a gestação, 65% ocorre no peri-parto e há um risco acrescido de transmissão através da amamentação entre 7% e 22% por exposição (mamada).Com uma prevalência de 0,41% de infecção pelo HIV em gestantes, estima-se que 12.456 recém-nascidos sejam expostos ao HIV por ano (BASIL, 2007).
A transmissão materno-infantil do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é uma via de exposição de múltiplas causas. A transmissão vertical (TV) do HIV pode ocorrer no período intrauterino, intraparto e após o parto ou através do aleitamento materno, vários fatores estão associados à transmissão materno infantil do HIV, entre eles destacam-se a viremia materna elevada, tipo de parto, aleitamento materno, e ruptura prematura da placenta. No entanto, a criança, filha de mãe infectada pelo HIV, tem a oportunidade de não se infectar pelo vírus. Atualmente existem medidas eficazes para evitar o risco de transmissão (TERESA; et al., 2011).
Imunologia da Transmissão Vertical (TV)
A positividade do DNA HIV por técnica de PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), nos primeiros três dias de vida, definiu a transmissão intra- uterina, de forma que, ao nascimento, já foi possível detectar partículas virais. A negatividade do teste nos primeiros três dias com posterior positivação define a transmissão intraparto. Os principais fatores envolvidos na transmissão vertical do HIV-1 são imunológicos, aleitamento materno, uso de anti-retroviral, comportamento e nutrição maternos, obstétricos, fetais, placentários e virológicos (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
No caso do aleitamento materno, análises demonstram presença de vírus intra e extrace- lulares mediante microscopia eletrônica em amostras de leite humano e colostro 5. Vírus livres de células podem penetrar na mucosa do trato gastrointestinal de recém-nascidos por meio de infecção de células com receptores CD4 ou por invasão direta na corrente sangüínea. Microtraumatismo das mucosas orofaríngeas ou gastrointestinais poderiam permitir que os retrovírus presentes no leite materno atingissem diretamente a circulação do lactente. O risco adicional de infecção pelo leite materno é de 7,0% a 22,0%, dependendo do tempo de ex- posição, da infectividade do leite e da suscetibilidade individual da criança (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
Em um estudo comparando mães transmissoras e um grupo-controle de mães não-transmissoras, encontra-se associação da carga viral materna e a transmissão a seus filhos. Controlando-se a contagem de CD4, aumentava-se, aproximadamente em um terço, a probabilidade de transmissão perinatal para cada log adicional de carga viral. Essa associação era atenuada em mulheres com imunossupressão grave. Enquanto as defesas imunes da mulher não estiverem comprometidas, será necessária uma carga viral alta para haver a transmissão (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
De acordo com características genéticas, há uma maior ou menor predisposição à infecção. Por exemplo, é mais provável que gêmeos monozigóticos tenham sorologia HIV-1 concordante do que gêmeos dizigóticos. O antígeno HLA contribui para a expressão da doença, pois porção do envelope do HIV tem homologia com o complexo de histocompatibilidade maior de classe II. Conseqüentemente, indivíduos que têm alelos HLA que compartilhem determinantes com essas proteínas virais podem, teoricamente, ser mais susceptíveis à infecção (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
O tipo de parto, o tempo de ruptura das membranas e a idade gestacional são os fatores obstétricos mais estudados. Nas crianças com infecção adquirida intraparto, existe associação positiva entre o tempo de ruptura de membranas e a transmissão do HIV-1. Além disso, crianças nascidas pré-termo e pequenas para a idade gestacional têm maior risco de infecção intraparto. No Brasil, recomenda-se a cesárea eletiva nas mulheres com carga viral acima de mil cópias. Porém, a finalidade da terapia anti-retroviral para a gestante é justamente tornar a carga viral incapaz de ser detectada, pois quanto menor for esta, menor o risco de transmissão e, portanto, menor necessidade de realização de parto cesárea (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
Os linfócitos e as células de Hofbauer (macrófagos placentários) parecem ser as principais células que expressam antígenos virais em placentas infectadas. Há evidências que sugerem que certos fenótipos e genótipos virais são mais facilmente transmissíveis. Os vírus isolados de mães não transmissoras tinham taxa de replicação lenta e títulos baixos quando cultivados em células mononucleares de sangue periférico, enquanto as cepas isoladas de mães transmissoras tinham crescimento rápido e títulos mais altos (GIANVECCHIO, GOLDBERG; 2005).
Epidemiologia
A transmissão vertical do HIV, quando não são realizadas intervenções de profilaxia, ocorre em cerca de 25% das gestações das mulheres infectadas. Entretanto, a administração da Zidovudina (AZT) na gestação e o uso de AZT no parto e no recém-nascido, reduz a taxa de transmissão vertical para 8,3%, segundo um estudo multicêntrico realizado nos Estados Unidos e na França. A literatura mostra uma redução dessa taxa para níveis entre 1 a 2% com a aplicação de todas as intervenções preconizadas pelo Programa Nacional de DST e Aids. Essas intervenções, atualmente, são: o uso de anti-retrovirais a partir da 14ª semana de gestação, com possibilidade de indicação de AZT ou terapia anti-retroviral tríplice; utilização de AZT injetável durante o trabalho de parto; realização de parto cesário eletivo em gestantes com cargas virais elevadas ou desconhecidas, ou por indicação obstétrica; AZT oral para o recém-nascido exposto, do nascimento até 42 dias de vida e inibição de lactação associada ao fornecimento de fórmula infantil até os seis meses de idade (BASIL, 2007).
Legislação, tecnologia e insumos para a redução da TV do HIV já existem e são disponibilizados pelos Governos Federal, Estadual e Municipal, porém os dados epidemiológicos não são satisfatórios e as diferenças regionais demonstram que é possível e necessária a implementação de medidas mais efetivas de redução da TV. Como uma das estratégias para qualificar e ampliar
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