Células Tronco
Exames: Células Tronco. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thainac • 17/5/2014 • 8.296 Palavras (34 Páginas) • 280 Visualizações
1.0 Definição de Célula Tronco
Nosso organismo pode ser visto como um conjunto de órgãos que, interagindo entre si e com o meio ambiente, garantem o bom funcionamento do todo. Cada um destes órgãos, por outro lado, é formado a partir da interação de vários tipos de células, que constituem assim a unidade funcional do organismo. São reconhecidos mais de 200 tipos de células no corpo humano colaborando entre si para formar os tecidos. Uma célula pode assim, em dado momento, seguir um entre três diferentes “destinos”, que dependem da resposta que ela dá a estímulos que chegam do microambiente onde vive. Em primeiro lugar, a célula pode proliferar, isto é, dividir-se pelo processo de mitose originando outras duas células. Ela pode também mudar de tamanho e forma, passando a realizar alguma função mais especializada, processo denominado diferenciação. Finalmente, a célula pode morrer, num processo que é planejado pelo organismo e designado “morte celular programada”. A morte celular é um processo muito importante para a manutenção adequada do organismo e, praticamente, todas as células em espécies de vida mais longa, como o homem, são programadas para uma substituição periódica. Para a grande maioria das células, a morte acontece, por um mecanismo fisiológico denominado apoptose, por um prazo que pode variar entre alguns dias e alguns meses após sua formação. Vemos assim que, mesmo após concluído o período de crescimento, quando o número de células necessariamente aumenta, o organismo deve continuar a produzir novas células. Para a maioria das células do organismo, a renovação ocorre a partir de células-tronco (CTs) que existem nos diferentes tecidos. Chegamos assim ao conceito básico de célula-tronco, apesar desse conceito - ao menos para as células tronco presentes no organismo adulto - ainda não estar completamente definido. Geralmente é aceito que elas são as únicas a apresentarem simultaneamente duas propriedades.
1. Em primeiro lugar, elas são capazes de proliferar originando, por mitose, duas células filhas exatamente iguais entre si e iguais à célula original. Para todas as outras células do organismo, a proliferação é acompanhada de diferenciação, de modo que a mitose origina duas células já um pouco mais maduras que a original.
2. Em segundo lugar, as células tronco são capazes de, quando submetidas aos estímulos adequados, originar um ou mais tipos de células maduras.
Em geral, as células-tronco são células indiferenciadas, ou seja, células não especializadas, que podem ser definidas por duas propriedades peculiares: auto-renovação e potencial de diferenciação. A auto-renovação é a capacidade que as células-tronco têm de proliferar, gerando células idênticas à original (outras células-tronco). O potencial de diferenciação é a capacidade que as células-tronco têm de, quando em condições favoráveis, gerar células especializadas e de diferentes tecidos. (NARDI, 2007)
1.1 Os diferentes tipos de Células Tronco
As células-tronco são distintas no tocante à origem e ao potencial de diferenciação.
Em relação ao potencial de diferenciação, o embrião humano, até a fase de mórula (terceiro dia de desenvolvimento), é composto de células tronco totipotentes, isto é, cada uma é capaz de se diferenciar em todos os tecidos do corpo humano, inclusive a placenta e o anexo embrionário, gerando um novo embrião. Retiradas da massa celular interna de blastocistos (quinto dia de desenvolvimento), as células-tronco embrionárias não geram novo embrião, mas formam qualquer tipo de tecido, isto é, são pluripotentes. (LUNA, 2007 apud Carvalho, 2001).
Ademais, existem as células multipotentes, isso é, são capazes de se diferenciar em todos os tecidos do corpo humano, inclusive a placenta e o anexo embrionário E, por fim, as células tronco unipotentes, que possuem diferenciação limitada, podendo se desenvolver apenas em um único tipo de tecido.
Quanto à origem, existem células-tronco embrionárias e de tecidos adultos. Durante o desenvolvimento embrionário, as células-tronco serão embrionárias. Por outro lado, no indivíduo adulto, as células que mantêm as características pluripotenciais são as células-tronco adultas.
As células-tronco embrionárias são aquelas que estão presentes no início das divisões do embrião, ainda na fases de mórula e e blastocistos. Devido ao seu extenso potencial de diferenciação, podem ser utilizadas no intuito de restaurar a função de um órgão ou tecido, transplantando novas células para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam adequadamente devido a um defeito genético (ex.: doenças neurológicas, diabetes, problemas cardíacos, derrames, lesões da coluna cervical e doenças sanguíneas).
As células-tronco adultas podem ser isoladas de tecidos do próprio paciente, eliminando o problema da rejeição em caso de transplante, e o problema da destruição de embriões. As células-tronco presentes nos indivíduos adultos não são numerosas, estando espalhadas pelos tecidos e na medula óssea, com a função de repovoar o corpo de células especializadas quando estas são destruídas pela idade ou por doenças.
Logo, as células tronco podem ser divididas em, quanto a sua diferenciação:
• Totipotente: As células-tronco totipotentes podem originar tanto um organismo totalmente funcional, como qualquer tipo celular do corpo, inclusive todo o sistema nervoso central e periférco (GAGE, 2000). Correspondem às células do embrião recém-formado e têm potencial para originar até mesmo as células do folheto extraembrionário.
• Pluripotente: As pluripotentes surgem a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. São capazes de originar qualquer tipo de tecido sem, no entanto, originar um organismo completo, visto que não podem gerar a placenta e outros tecidos de apoio ao feto. Formam a massa celular interna do blatocisto depois dos quatro dias de vida e participam da formação de todos os tecidos do organismo. Apesar de existirem em menor número, as células-tronco pluripotentes estão presentes, também, em indivíduos adultos. Se oriundas a medula óssea, por exemplo, podem originar células de sangue, ossos, cartilagem, músculos, pele e tecido conjuntivo.
• Multipotentes: As células-tronco multipotentes são um pouco mais diferenciadas, presentes no individuo adulto, com capacidade de originar apenas um limitado número de tipos teciduais. Estas células são designadas de acordo com
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