Céu aberto
Seminário: Céu aberto. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thallyta • 28/3/2014 • Seminário • 515 Palavras (3 Páginas) • 314 Visualizações
Céu Aberto
No Brasil, um total de 109 cirurgias já foram realizadas, dentre elas, duas para corrigir problemas no pulmão e as outras 107 para curar uma doença chamada mielomeningocele, que é uma má- formação na coluna dos bebês e que tem como principal sequela a hidrocefalia (acúmulo de água no cérebro, que causa distúrbios mentais e motores). Para entender como funciona esta cirurgia, Ana Maria conversou na Casa de Cristal com o obstetra Antônio Moron e com o neurocirurgião Sergio Cavalheiro, os únicos médicos que realizam esse tipo de intervenção no Brasil.
Como é o procedimento
Para o médico Antônio Moron, esta cirurgia é feita com todo rigor de uma cirurgia de alta complexidade. “É feita uma incisão no abdome como se fosse uma cesariana, só que um pouco mais alta. O útero é exteriorizado para que o neurologista faça a cirurgia da mesma maneira que faria depois do nascimento. Essa técnica é chamada Cirurgia a Céu Aberto, porque ela expõe a região das costas da criança", explicou o obstetra.
Os médicos alertaram para a importância da ultrassonografia no diagnóstico dessas doenças, que é feita a partir do quinto mês de gravidez: “A ultrassonografia trouxe uma viagem virtual dentro do útero, ela permite avaliarmos o desenvolvimento da criança desde as fases inicias. No sistema nervoso, existem inúmeras má-formações que vão se apresentando, como a acrocefalia, espinha bífida e a hidrocefalia”, ressaltou Sergio.
Ácido Fólico ajuda na prevenção de doenças
“Fazer uso do ácido fólico de dois a três meses antes da gestação evita a mielomelingolcele. Previne 70% da incidência da doença”, disse o obstetra.
De acordo com o neurocirurgião Sergio Cavalheiro, a cirurgia fetal diminui bastante a necessidade da colocação de uma válvula na criança. “O grande gol é evitar a hidrocefalia. A hidrocefalia é uma doença que precisa de uma válvula para tratar. É um tubinho que se coloca do cérebro para o abdome, que leva o excesso de líquido que produzimos diariamente. Evitar a colocação desse tubinho é o maior sucesso da cirurgia. Em mais de 90% dos casos, nós conseguimos evitar a hidrocefalia. Quando se opera a criança depois que ela nasce, temos que colocar a válvula em 90% dos casos. O estudo americano mostrou que baixa para 40% nos casos intraútero e na nossa série isso está em torno de 12%”, disse o médico.
De acordo com Moron, o pós-operário é muito importante: “ O cuidado da mãe tem que ser extremamente rigoroso. Ela fica uma semana no hospital e depois mantemos contato permanente com o paciente”, disse. “Muitas vezes quando o pai descobre esta doença, abandona as mães e nós temos essas famílias para sempre”, contou o obstetra.
Um grupo de mães que foram operadas pela dupla criou o blog "Vencendo a Mielo" para levar informação e compartilhar as angústias com outras mães. "Como foi muito difícil encontrar a cirurgia, nós resolvemos montar um blog pra ajudar outras mães. Por meio deste blog, que é o único que fala da cirurgia, conseguimos confortar muita gente e fazer o melhor para as crianças que era o que gostaríamos que fizessem para os nossos”, disse Karen, mãe do Miguel.
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