Desnutrição Proteica
Monografias: Desnutrição Proteica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 24/11/2013 • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 598 Visualizações
O que é desnutrição:
* Desnutrição é o desequilíbrio nutricional que ocorre em indivíduos que se alimentam de forma incorreta. Essa má alimentação pode ocorrer por causa de dietas radicais, má absorção de nutrientes, falta de alimentação diversificada (rica em nutrientes), alimentos em más condições de serem ingeridos e outros.
Desnutrição energético-proteica:
* A desnutrição energético-proteica (DEP) pode ser definida como uma doença multifatorial de alta letalidade, capaz de promover diversas alterações fisiológicas na tentativa de adaptar o organismo à escassez de nutrientes.
Causas da desnutrição energético-proteica:
A desnutrição energético-proteica grave acarreta depleção nutricional global do paciente. A diminuição dos estoques de glicogênio e gorduras promoverá redução da reserva energética, fazendo com que a massa proteica se torne fonte de energia. Alem da escassez de macronutrienes, há deficiência de micronutrientes, contribuindo para a disfunção do sistema imune, maior quantidade de radicais livres produzidos e redução da síntese de enzimas e proteínas.
Desnutrição hospitalar:
* A "má nu-trição" iatrogênica, que diz respeito à situações vividas pelo paciente no hospital, em que a ingesta alimentar ou a reposição nutricional são inadequadas, contribui também com um peso considerável para que a desnutrição seja progressiva.
Causas da desnutrição hospitalar:
* Alta rotatividade dos funcionários da equipe de saúde
* Peso e altura não aferidos, desnutrição não identificada
* Não observação da ingesta alimentar por parte dos pacientes
* Intervenção cirúrgica em pacientes desnutridos sem reposição nutricional
* Retardo no início da terapia nutricional
Sinais e sintomas clínicos:
Toda criança internada deve ter seu estado nutricional avaliado. Se a criança for gravemente desnutrida, recomenda-se a identificação de sinais e sintomas compatíveis com hipoglicemia, hipotermia, desidratação e infecção. Após a detecção desses distúrbios, deve-se iniciar o tratamento especifico o mais rápido possível. Pesquisa de sintomas e sinais clínicos
• Desidratação: sede excessiva, vômitos e diarreia atual e nas últimas semanas.
• Diurese: horário que urinou pela última vez, cor.
• Edema, palidez grave.
• Distensão abdominal, aumento ou dor hepática ao toque, icterícia.
• Sistema circulatório: sinais de colapso (extremidades frias, pulso fraco, diminuição do nível de consciência).
• Olhos encovados e lesões de córneas (indicativos de deficiência de vitamina A).
• Presença de infecção: otite, amidalite, impetigo, pneumonia.
• Frequência respiratória e tipo de respiração (pneumonia ou insuficiência cardíaca).
Consequências
* Dentre as complicações clinico-metabolicas mais frequentes da DEP, destacam-se a hipoglicemia, a hipotermia, a desidratação e a doença diarreica
* Muitas vezes, apesar da recuperação ponderal do desnutrido grave, permanecem sequelas na área cognitiva, emocional e motora.
Tratamento
O tratamento adequado da DEP envolve o diagnostico preciso e rápido, o uso adequado de medicamentos e a terapia nutricional. O planejamento das medidas clinicas esta dividido em três etapas:
Fase 1 ou período de estabilização: o paciente desnutrido grave deve ser considerado imunodeficiente. Devido as suas características fisiopatológicas, não tolera a administração de grandes volumes, alem de necessitar de reposição de micronutrientes. O objetivo não deve ser a recuperação nutricional do paciente, mas sua estabilização clinico-metabolica.
Fase 2 ou etapa de reabilitação: o paciente encontra-se em estabilidade clinica e pode ser iniciada a reabilitação nutricional. Deve-se não só oferecer alimentação adequada, mas realizar a estimulação motora e emocional. No momento de alta hospitalar, é preciso orientar os responsáveis quanto aos cuidados realizados em domicilio, elaborar o resumo de alta e garantir o retorno ambulatorial em uma semana.
Fase 3 ou acompanhamento ambulatorial: acompanhamento em unidade de saúde para prevenir recaídas e assegurar a continuidade do tratamento.
O treinamento da equipe de saúde quanto à identificação dos sinais clínicos é estratégia importante para o tratamento da desnutrição. Inicialmente, cabe à equipe de saúde analisar de forma detalhada cada passo do documento da OMS para interpretação e, quando necessário, adaptação do protocolo em sua instituição. Posteriomente, deve-se treinar a equipe de saúde desde o pronto atendimento, com priorização da agilidade do processo de internação, assim como da adoção de todas as
etapas do protocolo adaptadas pela instituição para identificação dos sinais e dos sintomas e execução das condutas propostas, visando à redução da morbimortalidade desses pacientes. O tratamento da criança desnutrida grave deve se basear em conhecimento da fisiopatologia da doença e tratamento ágil durante cada etapa de hospitalização, seguindo-se o protocolo recomendado pela OMS e adaptando-o a cada realidade local.
Exames
Os exames bioquímicos e a investigação do processo infeccioso devem ser solicitados segundo a avaliação clínica durante a hospitalização e ambulatorialmente. Os exames Úteis para o tratamento são: hemoglobina ou hemograma, glicose sanguínea, eletrólitos, parasitológico e exames de cultura. Outros exames, como as proteínas totais e frações, principalmente a albumina, sofrem influências de processos infecciosos, não sendo bons indicadores do estado nutricional.
Exames bioquímicos:
• Hemograma: avaliar anemia ou processo infeccioso.
• Glicemia: avaliar hipoglicemia.
• Eletrólitos: Na, K, Ca, Mg e Cl.
• Culturas (nasofaringe, hemocultura, urocultura e coprocultura, quando possível) antes do início do tratamento com antibióticos.
Cuidados gerais
Agasalhar a criança, reduzir o tempo de jejum, corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e de micronutrientes, além de adequar a terapia nutricional segundo a etapa de tratamento, constituem os fundamentos primordiais da terapêutica do desnutrido grave internado.
Ressalta-se a importância do acompanhamento interdisciplinar (pediatra,nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, assistente social) na estimulação neuropsicomotora do desnutrido grave, que deve ser iniciada durante o período de internação e reforçada na fase ambulatorial.
Terapia nutricional
A terapia nutricional deve ser planejada segundo a fase de estabilização ou de reabilitação. Quanto à via de administração, deve-se priorizar a via oral e, caso a criança apresente alguma incapacidade ou intolerância, utilizar a via nasogástrica. A integridade do intestino é fundamental para a absorção de nutrientes e proteção contra a invasão de bactérias e toxinas. Recomenda-se o uso de fórmula artesanal ou industrializada com teor máximo de 1,3% de lactose e conteúdo reduzido de sódio. A fórmula artesanal recomendada não apresenta a concentração proteica de
sódio e de lactose semelhante ao leite vaca, além de ser aditivada com micronutrientes. O conteúdo de energia e nutrientes deve ser adaptado às fases de estabilização e de recuperação nutricional durante a hospitalização, divergindo quanto à composição nutricional, ao modo de preparo e ao esquema de administração.O tratamento da anemia ferropriva é realizado apenas na fase de recuperação nutricional. O momento ideal de reposição do ferro ocorre em média na segunda semana e de forma concomitante ao aumento de apetite, ganho de peso e melhora clínica do processo infeccioso ou metabólico. A suplementação oral de outros oligoelementos contidos na fórmula artesanal contribui não só para o crescimento como para o tratamento das deficiências.
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