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Doenças Alérgicas: Implicações Na Respiração De Crianças Atendidas No Hospital Universitário De Sergipe.

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Por:   •  24/9/2014  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  292 Visualizações

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Doenças Alérgicas: implicações na respiração de crianças atendidas no Hospital Universitário de Sergipe.

Autores: Sílvia Elaine Zuim de Moraes Baldrighi, Anne Thamires Santos Sampaio, Isis Paloma Silva Aragão, Macella Ferreira Bonfin Cabral, Cristiane Toniolo Dias.

Instituição: Universidade Federal de Sergipe-UFS

Palavras Chaves: Fonoaudiologia, rinite, diagnóstico.

Introdução: A asma e a rinite alérgica (RA) apresentam elevada prevalência na população pediátrica. A prevalência da RA foi referida nas maiores cidades do Brasil e atingiu até 31,7% em crianças entre 07 a 14 anos, superior a ocorrência de asma na população humana. 1 Representa, portanto, um problema global de saúde pública que atinge no mínimo, 10 a 25% da população geral.2 Dados do International Study of Asthma and Allergies in Childhood revelam valores sobre a prevalência da asma que oscilou na faixa etária de seis a sete anos, entre 4,7% e 20,7% e na faixa etária de 13 a 14 anos, entre 4,8 e 21,9%. Considerando as duas populações, a prevalência cumulativa média foi de 13,3% 3. No final da década de 90, o International Study of Asthma and Allergies in Childhood revelou que a comorbidade entre asma e rinite alérgica pode alcançar até 80%%. 3

Distúrbio miofuncional orofacial é definido por qualquer mudança que envolva a musculatura oral, facial e/ou cervical que interfira no crescimento, desenvolvimento ou funcionamento das estruturas e funções orofaciais pertinentes ao sistema estomatognático. Este sistema é formado por estruturas orais estáticas e dinâmicas que são comandadas pelo sistema nervoso central, permitindo o funcionamento harmônico da face4.

Para um funcionamento adequado das funções do sistema estomatognático, a respiração nasal é fundamental, promovendo ao mesmo tempo um correto desenvolvimento e crescimento do complexo maxilocraniofacial. 5 O indivíduo que, por algum motivo, adquire um padrão oral ou oronasal de respiração, poderá apresentar alterações craniofaciais, dentárias, alterações dos órgãos fonoarticulatórios, das funções orais e em alguns casos, alterações corporais.6,7

As causas mais frequentes da respiração oral são as obstruções nasais e/ou faríngeas. Dentre as obstruções nasais, as rinites são doenças de prevalências, e é definida como uma inflamação da mucosa nasal, mediada por IgE, após exposição a antígenos e caracterizada por obstrução nasal, prurido, espirros e coriza, sendo a obstrução nasal, algumas vezes, o sintoma predominante. 8,9

Apesar de haver, segundo a literatura, uma relação direta entre as rinites e a obstrução nasal e desta com alterações morfofuncionais do sistema estomatognático, são poucos os estudos que observaram tais alterações em pacientes com rinite. 10 RA é um marcador de gravidade para a asma. A combinação e a interação entre ambas acontecem de modo variável, modificando-se segundo o indivíduo, a predispo¬sição genética, a estação do ano, a exposição aos alérgenos e a idade do paciente.11 Autores evidenciam que a relação mais importante entre asma e rinite é a presença de inflamação nas mucosas nasal e da via aérea inferior 12, decorrente do contato com o antígeno na via aérea superior, o que provoca, portanto, inflamação em toda a via aérea13. A relação entre rinite e asma não está claramente estabele¬cida: podem se tratar de duas entidades distintas ou de uma doença que envolve ambas as vias aéreas. A RA é fator de risco para o desenvolvimento da asma13, 14,15, ou seja, a maioria dos pacientes com asma tem rinite. Crianças com RA e respiração oral apresentam edema de mucosa nasal, alteração de arcada dentária e alteração do crescimento crânio facial, alteração frequente na fala, na alimentação, na postura corporal, nas funções orais do sistema estomatognático, no aprendizado escolar e no sono. 16,17 Há um estudo que também referencia a alta prevalência da respiração oral em crianças asmáticas. 18,19

Objetivos: Identificar o modo respiratório em crianças portadoras de doenças alérgicas de vias aéreas, para posteriormente propor um trabalho multidisciplinar.

Método: Esse estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS) sob o protocolo CAAE-0085.0.107.00-11, e todos os responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra constituiu de 29 crianças sendo 13 do gênero feminino e 16 do gênero masculino. Destes 13 apresentaram rinite, 4 asma, rinite associada a asma e 2) outros. Com idade variando entre 04 a 10 anos, (média=6,96 anos). Os critérios de inclusão na casuística foram ter: idade de 04 a 10 anos, independente do gênero, estar em acompanhamento médico no ambulatório de alergia do departamento de medicina da UFS e apresentar doenças alérgicas de vias aéreas superiores. Foram excluídos portadores de doenças neurológicas, presença de desvio de septo, hipertrofia de tonsilas palatinas e tonsila faríngea. Inicialmente foi realizada entrevista com os responsáveis e posteriormente avaliação miofuncional orofacial, por meio do exame orofacial MBGR adaptado20. O modo respiratório foi avaliado por meio da observação da postura da mandíbula, lábios e língua da criança, como também foi solicitado que o paciente permanecesse com água ou ar na boca durante, pelo menos, um minuto, podendo chegar até três minutos. Da mesma forma, observou-se a posição da mandíbula, conforme proposto por Marchesan5. Foi considerada respiração oral ou oronasal quando a criança mantinha lábios desocluídos, mandíbula e língua abaixada por todo ou parte do período de observação, somando ao teste da capacidade de ficar com água/ar na boca 5. Ao serem totalizadas as avaliações, foi dada devolutiva aos pais. As crianças que apresentaram alterações no padrão respiratório foram encaminhadas para iniciar o acompanhamento fonoaudiológico. Posteriormente, os resultados foram analisados estatisticamente, utilizando-se o software statistical package for the social sciences (SPSS, versão 18, 2008, SPSS Inc., Chicago, Illinois, EUA). Para a caracterização da população foi utilizada a estatística descritiva (prevalência, medidas de tendência central e dispersão).

Resultados: O modo respiratório e as condições alérgicas de cada criança podem ser visualizados na Tabela-1.

Discussão: Das 29 crianças estudadas, 13(44,8%) apresentaram rinite, 10(31,0%) asma associada à rinite, 4 (10,3% ) asma e 2( 6,9% ) outro tipo de quadro alérgico (sinusite)8,9,14. A maioria da amostra foi do gênero masculino (55,1 %) dado esse que corrobora com a literatura científica.

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