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O PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL A FAMÍLIA E A EQUIPE DE SAÚDE

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Por:   •  6/5/2013  •  Projeto de pesquisa  •  9.703 Palavras (39 Páginas)  •  1.058 Visualizações

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Fundação Oswaldo Cruz

Escola Nacional de Saúde Pública

Pós-Graduação em Saúde Pública - Mestrado

Departamento de Ciências Sociais

“O PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL,

A FAMÍLIA E A EQUIPE DE SAÚDE:

REDUÇÃO DE SOFRIMENTOS DESNECESSÁRIOS”

Mestranda:

Tereza Cristina Coury Amin

Orientador:

Prof. Dr. Jorge de Campos Valadares

Rio de Janeiro

setembro - 2001

RESUMO

Nesta pesquisa pretendemos identificar a percepção de pacientes, familiares e profissionais de saúde quanto à internação hospitalar; estudar como o respeito aos espaços de singularidade contribuem para saúde das pessoas a viverem essa situação; indicar, e evitar, sofrimentos desnecessários durante a internação; compreender a instituição hospitalar. Pretendemos aprender, enfim, a dar mais atenção, apoio e dignidade a pacientes, familiares e profissionais de saúde, no curso da internação em um hospital.

ABSTRACT

In this research, we intend to identify the perceptions of patients, their families and the health team towards hospitalization; to study how the respect of the spaces of singularity contribute to the health of those that experience this situation; to evince and avoid unnecessary sufferings during hospitalization; to understand the hospital. We intend, in brief, to learn how to give more attention, support and dignity to patients, families and health team in the course of hospitalization.

PALAVRAS-CHAVE:

2

ÌNDICE

APRESENTACÃO.....................................................................................................04

1. METODOLOGIA...................................................................................................09

2. INTERNAÇÃO HOSPITALAR: ESSE ESPAÇO PECULIAR............................13

3. ESTIGMATIZAÇÃO: UM PEDAÇO DE MIM MORRE.........................................30

4. SEPARAÇÃO: A MORTE EM VIDA....................................................................41

5. A FAMÍLIA E A EQUIPE DE SAÚDE: DEPENDÊNCIA OU ACOLHIMENTO?..............................................................53

6. O LUTO NA ENFERMARIA: UM TRABALHO INVISÍVEL.............................64

7. INVENTIVIDADE NA HOSPITALIZAÇÃO........................................................68

8. O CONCEITO DE IMPLICAÇÃO: A PROXIMIDADE E A DISTÂNCIA NECESSÁRIAS.........................................76

9. PROFISSIONAIS DE SAÚDE: OBJETO DE AMOR OU DE CUIDADO?.........78

10. TRANSMISSÃO: A PROXIMIDADE... E A DISTÂNCIA... CONSIDERAÇÕES SOBRE AS RELAÇÕES HUMANAS DENTRO DO HOSPITAL................................................................................89

11. SOFRIMENTO: OS LIMITES DA ONIPOTÊNCIA ............................................95

CONCLUSÕES E PROVIDÊNCIAS........................................................................107

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................121

ANEXO............................................................................................................................

3

APRESENTACÃO

Só podemos falar a partir do espaço que ocupamos. Acredito que só foi possível desenvolver esse trabalho pela minha trajetória de vida. Tive presenças que muito me ajudaram e ajudam até hoje nos meus percursos pessoais e profissionais.

Neste trabalho tematizo principalmente questões a partir da minha experiência profissional, perpassando pelos papéis de paciente e familiar os quais também já vivenciei. Trabalho em hospitais desde o início de minha graduação, por três anos e meio no Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto. Assim que concluí o Curso de Psicologia, ingressei no Centro de Pesquisa Hospital Evandro Chagas, que assiste e realiza pesquisas com pessoas portadoras de Doenças Infecciosas, entre elas a Aids, lá permaneço há treze anos.

O trabalho clínico hospitalar traz reflexões pessoais, profissionais e institucionais de especial relevância, devido à relação próxima com a sexualidade, o adoecimento, a morte... Na internação hospitalar existem situ-ações [ações situadas em um determinado lugar, e esse lugar nem sempre acessível à consciência, as quais nem sempre se percebem no submundo de desatinos] importantes, e que demandam providências.

Em muitos momentos na minha vida, minhas idéias foram absorvidas e percebi que geraram ações com as quais não só fiquei satisfeita como percebi que agradara ao outro também. Essa retro-alimentação foi fazendo parte do meu modo de trabalhar, de ouvir o outro, e o que ele tem a dizer, é importante e pode mudar-nos o nosso dia a dia. É preciso ter respeito para com o outro, ao ouvi-lo, para que não se fique na mera repetição de atos. Diz Jorge Valadares (2000:87): “as pessoas ouvidas se predispõem a ouvir. O respeito vem de uma capacidade de olhar de novo (re-spectare), e a responsabilidade vem da capacidade de responder a chamados.”

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Cuidar de pessoas que sofrem física-emocionalmente, principalmente quando internadas, revelou-me a importância da reflexão sobre estas experiências. Observamos o medo do descuido vivido na situação da internação (ressentimento), e particularizaremos essa situação estrangeira dentre outras. A reflexão desenvolve concomitantemente a experiência, e ambas se ligam diretamente ao conforto, e, portanto, ao corpo, este, sem a sobrecarga do descuido, fica aliviado do sofrimento.

Esta pesquisa aborda o que pensam as pessoas que vivem esta situação da internação hospitalar, sejam elas Pacientes, Equipe de Saúde e Familiares, visando a identificar sofrimentos inúteis que podem

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