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Drogas Antirretrovirais Utilizadas No Tratamento Da AIDS

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Por:   •  4/11/2013  •  7.684 Palavras (31 Páginas)  •  721 Visualizações

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Introdução

A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença caracterizada por significativa imunossupressão associada a infecções oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. No Brasil, os primeiros casos de AIDS surgiram em 1982 e, atualmente, existem cerca de 130.000 pessoas doentes no País. Calcula-se que para cada pessoa que apresente os sintomas existam cerca de 5 a 50 pessoas assintomáticas e que desconhecem que estão infectadas.

A melhor maneira de combater o vírus é impedir sua multiplicação. É o que fazem os medicamentos anti-HIV, que devem baixar a carga viral, tornando-a indetectável e, se possível, restaurar a imunidade. Para inibir a replicação viral foram desenvolvidas algumas classes de fármacos: os inibidores da protease; os inibidores da transcriptase reversa nucleosídeos e os não-nucleosídeos, inibidores da integrase e inibidores de fusão. Para que o tratamento anti-HIV seja mais eficaz, é recomendável iniciá-lo antes que a pessoa tenha alguma doença e que seu sistema imunológico esteja muito enfraquecido. É a razão pela qual, hoje, muitas pessoas infectadas pelo HIV fazem um tratamento enquanto dispõem de boa saúde.

A partir de 1996, com a distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais a todos os indivíduos que necessitam do tratamento de aids, houve aumento na sobrevida e melhora na qualidade de vida das pessoas soropositivas. Desde 1996, com a publicação da Lei 9.313, o tratamento da Aids é assegurado gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), a qualquer cidadão com Aids. Atualmente, 185 mil pessoas recebem o tratamento. O Brasil fornece 17 drogas – dez importadas, de nove companhias farmacêuticas; e sete nacionais, produzidas por uma indústria privada e seis laboratórios públicos, podemos citar: a lamivudina, a zidovudina, AZT+3TC, Estavudina, Indinavir, Nevirapina, Saquinavir etc.

O objetivo deste trabalho é mostrar os medicamentos utilizados para o tratamento da AIDS, o mecanismo de ação, o motivo de associação medicamentosa, interações e poder proporcionar alguma orientação para a população.

2 FUNDAMENTAÇÃO SOBRE O HIV

2.1 Organização, estrutura e genoma do vírus

O agente etiológico da AIDS é membro da família Retroviridae, gênero Lentivirus (LORETE, 2005).

O HIV-1 é um vírus de formato esférico de aproximadamente 100nm de diâmetro contendo um nucleocapsídeo denso sob a forma de bastão. É um vírus envelopado, seu capsídeo é constituído de proteínas internas (LORETE, 2005), como as estruturais do core ou cerne viral (BISMARA, 2006), e nele está contido seu material genômico (RNA), além de enzimas necessárias para sua replicação (LORETE, 2005). As proteínas do envelope são codificadas pelo gene env, as proteínas do core são codificadas pelo gene gag e as proteínas com atividade enzimática são codificadas pelo gene pol (BISMARA, 2006) envolvido no desenvolvimento de resistência viral (AFANI et al., 2005).

A proteína da membrana externa do HIV (envelope-gp120) está ligada ao vírus pela glicoproteína da transmembrana (gp41). As proteínas p24 (kDa), p17 (kDa), p7 (kDa) são originadas de uma proteína de 55 kDa e formam as proteínas do nucleocapsídeo (BISMARA, 2006).

Associadas ao complexo riboprotéico encontram-se as enzimas virais necessárias para replicação viral: transcriptase reversa, responsável pela retro-transcrição, a integrase, responsável pela integração do vírus ao genoma da célula hospedeira e a protease, responsável pelo processamento de precursores protéicos nas etapas finais da replicação (LORETE, 2005).

Envolvendo este complexo ribonucléico encontramos a proteína p24 responsável pela formação do capsídeo que constitui o core cilíndrico da partícula viral madura. No espaço entre o core e o envelope, encontramos a proteína p17 que por ser mistirilada na sua porção NH2-terminal se associa a parte interna do envelope estabilizando a estrutura do vírion (LORETE, 2005).

O genoma do HIV –1 codifica ainda seis outras proteínas acessórias (PEÇANHA et al., 2002), sendo quatro (nef, vif, vpr e vpu), que regulam a replicação do HIV através da produção de suas proteínas características (BISMARA, 2006), e duas (tat e rev) relacionadas com a regulação da expressão genética (PEÇANHA et al., 2002). A proteína nef tem a função de diminuir a expressão de CD4 e MHC (complexo principal de histocompatibilidade), bloquear apoptose, aumentar a infectividade viral, e alterar o estado de ativação da célula; a vif é um fator de infectividade (provavelmente atua na maturação da proteína do envelope); a vpr atua na replicação viral e ajuda na infecção de macrófagos; a vpu atua na liberação de partícula viral; a tat é um transativador da transcrição; e a rev é um transativador pós-transcricional (atuaria no processamento, transporte e tradução dos RNA mensageiros) (FOCACCIA & VERONESI, 2007).

Nas terminações 3’ e 5’, há longas seqüências repetidas denominadas long terminal repeats- LTRs (BISMARA, 2006) essenciais para a regulação da expressão dos genes virais, estando também envolvidos no processo de integração (LORETE, 2005).

2.2 O processo de infecção pelo HIV

O vírus da imunodeficiência humana é um retrovírus que possui em seu invólucro uma glicoproteína (gp 120) com alta afinidade pelo receptor CD4 existentes nas células T auxiliares. O processo infeccioso começa quando o vírus penetra no corpo (por exemplo, através do uso de uma agulha infectada, por transmissão sexual etc.) e alcança a corrente saguínea. A glicoproteína superficial (gp 120) do vírus liga-se ao receptor CD4 das células T auxiliares do hospedeiro. O vírus então se funde a membrana superficial do linfócito, perde seu invólucro e libera seu núcleo de RNA e sua enzima transcriptase reversa no citoplasma da célula hospedeira.

A transcriptase reversa do HIV (também denominada polimerase de

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