Estudo Dirigido Sobre Répteis Marinhos
Artigos Científicos: Estudo Dirigido Sobre Répteis Marinhos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rodrigocesariops • 18/11/2014 • 3.535 Palavras (15 Páginas) • 1.057 Visualizações
INTRODUÇÃO
Os répteis constituem o primeiro grupo de vertebrados adaptados a vida em lugares secos da Terra. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por uma membrana amniótica), esta característica permitiu que os répteis ficassem independente da água para reprodução. A pele seca, a córnea e as escamas resistem a perda de umidade do corpo e facilitam a vida em superfícies ásperas. São tetrápodes, e ectotérmicos. A excreção dos répteis é realizada por um par de rins, excretando seus resíduos nitrogenados na forma de ácido úrico, que pode ser armazenado dentro do ovo até o nascimento, devido à sua insolubilidade. O ácido úrico pode ser eliminado na urina, com economia de água pelo organismo. A respiração é pulmonar. A Classe dos Répteis é dividida em três subclasses: Subclasse Anapsidia onde incluem as tartarugas, cágados e jabotis (Ordem Chelonia), com cerca de 225 espécies; subclasse Lepidossauria, onde encontramos a tuatara da Nova Zelândia (Ordem Rhynchocephalia), com 2 espécies, anfisbênios, cobras e lagartos (Ordem Squamata), com cerca de 5.800 espécies e a subclasse dos diapsídios mais desenvolvidos, subclasse Archossauria onde se encontram os crocodilos e jacarés (Ordem Crocodilia), com 21 espécies.
Enquanto alguns répteis permaneceram em ambientes terrestres, outros procuraram água doce ou aventuraram-se para o mar, evoluindo e diferenciando-se de outros répteis. Ancestrais terrestres dos répteis modernos impuseram limitações em suas vidas na água. Sendo ovíparas, as fêmeas da maioria das espécies necessitam ir para a terra para postarem seus ovos; apenas algumas das serpentes marinhas dá a luz à seus filhotes na água e nunca emergem voluntariamente para a terra. A respiração é outro limitante. Todos os répteis aquáticos precisam ir até a superfície periodicamente para respirar, embora alguns sejam capazes de prolongar ao máximo o tempo que ficam submersos. As narinas e olhos dos crocodilianos e serpentes aquáticas tendem a ser localizados mais em cima, na parte superior da cabeça. Isto permite que o animal, estando na superfície, fique quase completamente submerso, mas com condições de ver e respirar, enquanto se movimenta. A locomoção dentro d'água é completamente diferente da locomoção na terra, principalmente pelo fato da pressão que o animal faz com seu corpo ter que ser aplicada contra a água e não contra uma superfície. Os répteis se adaptaram à esta condição de duas maneiras. Aqueles que possuem membros desenvolveram pés como teias ou, no caso das tartarugas marinhas, nadadeiras. Já as serpentes marinhas adaptaram suas caudas, deixando-as com um formato mais achatado. Os crocodilianos e alguns lagartos semi-aquáticos também possuem a cauda achatada, o que aumenta a superfície da cauda em contato com a água, facilitando a movimentação. O principal problema encontrado pelos répteis marinhos é a salinidade da água. O rim destes animais não pode deparar com uma alta salinidade e a vida no mar só é possível para alguns répteis devido à presença de uma glândula excretora de sal. De aproximadamente 6.500 espécies de répteis, cerca de 80 utilizam os ambientes marinhos e estuarinos.
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS
Os quelônios sofreram diversas adaptações que os permitiram sobreviver tanto tempo em ambientes diferentes, diminuíram o numero de vértebras, ocorreu a fusão das costelas onde foi formada a carapaça óssea com revestimento córneo e as tartarugas marinhas ganharam um casco mais achatado contribuindo para hidrodinâmica e nadadeiras ao invés de patas, bicos serrados, escamas sobre a cabeça e a característica mais importante foi uma glândula lacrimal modificada que excreta sal dos olhos, promovendo eliminação de sal do sistema de maneira mais rápida e eficiente que o sistema renal. Esses animais têm olfato, audição e visão muito desenvolvidos. Atualmente, as tartarugas marinhas podem medir 2 metros e chegam a aproximadamente 600 kg. Elas vivem nas águas tropicais, principalmente no litoral. São carnívoras ou vegetarianas dependendo da espécie. Carnívoras: Alimentam-se principalmente de águas vivas, peixes e outros animais do mesmo porte. Vegetarianas: comem principalmente algas. A maioria das espécies são migratórias e vagueiam pelos oceanos, orientando-se com a ajuda do campo magnético terrestre. Tanto as tartarugas marinhas como as de água doce podem alterar o peso específico de seus corpos a fim de permanecer em certos níveis na água. Por serem ectotérmicos encontram-se com mais freqüência nos trópicos. Podem ficar aproximadamente uma hora embaixo da água, pois fazem respiração cloacal (trocas gasosas pelos vasos sanguíneos na cloaca).
As tartarugas marinhas pertencem a ordem Testudines e subordem Cryptodira (TAMAR, 2011), e podem pertencer a duas famílias: Cheloniidae e Dermochelyidae. A família Cheloniidae inclui seis espécies de tartarugas marinhas, com carapaça coberta por placas; tamanho médio a grande com casco de 600 a 1200 mm de comprimento; as placas córneas revestem as placas ósseas da carapaça e plastrão; a cabeça é incapaz de ser retraída para dentro do casco. A família Dermochelyidae inclui somente a tartaruga de couro que, em vez de uma carapaça coberta por placas, possui pele semelhante a couro; A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) é a maior espécie, atingindo 2 m de comprimento e 1,5 m de largura, para 600 kg de peso; sua superfície dorsal é marcada por sete cristas longitudinais sobre a pele coriácea.
Após atingir a maturidade sexual, em muitas espécies, apenas por volta dos 30 anos, a fêmea regressa à praia onde nasceu para enterrar os seus ovos na areia. As tartarugas são extremamente fiéis a este local e não nidificam noutras praias. As posturas da tartaruga de Kemp, por exemplo, estão totalmente confinadas a uma única praia na costa do México. A incubação leva cerca de dois meses, após, os juvenis escavam a saída e correm para o mar.
Os crocodilos (Ordem Crocodilia) são organismos essencialmente de água doce, atualmente apenas uma espécie é considerada estuarina, o Crocodilus porosus, que é o maior réptil conhecido. A sua distribuição estende-se pelos Oceanos Índico e Pacífico, desde a costa leste da Índia, de Bangladesh (manguezais do Delta do Ganges), Myanmar e Tailândia às Ilhas Andaman e Nicobar e a maior parte ilhas da Indonésia, da costa do Vietname às Ilhas Salomão e Filipinas, sendo mais comum no Norte da Austrália e Nova Guiné. Este crocodilo habita rios e estuários, mas, como o nome indica, pode também ser encontrado em zonas costeiras de mar aberto, o principal fator que favoreceu esses animais foi o surgimento de pequenas glândulas excretoras
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