Estômago: agressão e mecanismos de proteção das membranas mucosas
Seminário: Estômago: agressão e mecanismos de proteção das membranas mucosas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MayaraSilverr • 21/1/2014 • Seminário • 4.936 Palavras (20 Páginas) • 356 Visualizações
O estômago equino: agressão e mecanismos de defesa da mucosa. 305
Ciência Rural, v.43, n.2, fev, 2013.
Ciência Rural, Santa Maria, v.43, n.2, p.305-313, fev, 2013
ISSN 0103-8478
José Ramón Martinez AranzalesI Geraldo Eleno Silveira AlvesII
O estômago equino: agressão e mecanismos de defesa da mucosa
The equine stomach: aggression and defense mechanisms of the mucosal
Recebido para publicação 04.01.12 Aprovado em 30.09.12 Devolvido pelo autor 29.10.12
CR-6563
RESUMO
O estômago dos equinos tem particularidades
anatômicas e fisiológicas que facilitam a ocorrência de
alterações inflamatórias, degenerativas e obstrutivas, além de
sensibilidade frente a mudanças de condições externas. A
superfície da mucosa gástrica é coberta por epitélio tanto
escamoso como glandular, com mecanismos de proteção
deficiente e eficiente, respectivamente. Na rotina clínica, são
frequentes prevalências e incidências aumentadas de lesões
derivadas de processos locais ou sistêmicos.
Palavras-chave: equino , epitélio glandular, ácido clorídrico,
citoproteção.
ABSTRACT
The equine stomach has anatomical and
physiological peculiarities that facilitate the production of
inflammatory, degenerative and obstructive disorders, besides
being sensitive to external factors changes. The gastric surface
is covered by squamous epithelium and glandular epithelium
with poor and efficient mechanisms of protection respectively.
In clinical practice, increased prevalence and incidence are
common due to local and remote processes.
Key words: horse, glandular epithelium, hydrochloric acid,
cytoprotection.
INTRODUÇÃO
O estômago dos equinos constitui um
compartimento sacular do sistema digestório de
importância na fisiologia geral do trato gastrintestinal,
que pode ser alterado por condições localizadas antes
e após esse órgão, além das disfunções primárias
derivadas de suas próprias estruturas anatômicas. Por
conseguinte, a sanidade gástrica depende de um ciclo
mastigatório equilibrado e da reciprocidade funcional
normal com os segmentos intestinais. Além disso,
apresenta sensibilidade a fatores externos, como o
manejo e o ambiente.
Particularidades do estômago nos equinos
e a combinação de fatores predisponentes facilitam a
ocorrência de gastrites e outras gastropatias
caracterizadas por processos degenerativos ou
regenerativos. Em sua maioria, as afecções gástricas
ocorrem sem manifestações clínicas, que dependem da
intensidade e localização das alterações na superfície
gástrica ou no restante do trato gastrintestinal, como
em quadros de desconforto abdominal.
Prevalências e incidências aumentadas de
lesões gástricas têm sido descritas após a
disponibilidade de equipamentos auxiliares ao
diagnóstico, que permitem evidenciar fatores
predisponentes de lesão e correlacionar com outras
disfunções orgânicas, possibilitando dimensionar os
efeitos negativos, gerados para populações de equinos
e para a indústria equestre em geral.
IEscuela de Medicina Veterinaria, Facultad de Ciencias Agrarias, Grupo de Investigación Centauro, Universidad de Antioquia
(UdeA), Ciudadela Robledo, Carrera 75, n. 65-87, Medellín, Antioquia, Colombia. E-mail: jrramonmvz@yahoo.com. Autor para
correspondência.
IIDepartamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil.
- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -
306 Aranzales & Alves.
Ciência Rural, v.43, n.2, fev, 2013.
A importância no estudo do estômago vem
sendo enfatizada recentemente, devido à elevada
casuística de gastropatias e à associação com outras
entidades clínicas envolvidas, como as alterações
dentárias, da motilidade gastrintestinal e do
comportamento na espécie equina. Este artigo aborda
aspectos anatômicos, fisiopatológicos e mecanismos
de defesa e de agressão na mucosa gástrica, visando
colaborar para a abordagem de quadros clínicos que
comprometem de alguma maneira o estômago do
paciente equino.
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