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FUNÇÕES MOTORAS DO TRONCO ENCEFÁLICO, DO CÓRTEX CEREBRAL., DOS NÚCLEOS DA BASE E DO CEREBELO

Artigo: FUNÇÕES MOTORAS DO TRONCO ENCEFÁLICO, DO CÓRTEX CEREBRAL., DOS NÚCLEOS DA BASE E DO CEREBELO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/11/2013  •  1.181 Palavras (5 Páginas)  •  1.184 Visualizações

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Embora não se tenha uma definição precisa dos circuitos neuronais envolvidos no complexo "sistema das emoções", podem ser descritas, de modo didático, algumas vias neuronais, sem perder de vista que elas estão, em última análise, integradas funcionalmente. Essas vias serão discutidas, a seguir, no âmbito das diferentes emoções.

As bases neurais das emoções

Prazer e recompensa

As emoções mais "primitivas" e bem estudadas pelos neurofisiologistas – com a finalidade de estabelecer suas relações com o funcionamento cerebral – são a sensação de recompensa (prazer, satisfação) e de punição (desgosto, aversão), tendo sido caracterizado, para cada uma delas, um circuito encefálico específico.

O "centro de recompensa" está relacionado, principalmente, ao feixe prosencefálico medial – nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo –, havendo conexões com o septo, a amígdala, algumas áreas do tálamo e os gânglios da base13,21. Já o "centro de punição" é descrito com localização na área cinzenta central que rodeia o aqueduto cerebral de Sylvius, no mesencéfalo, estendendo-se às zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo, estando relacionado à amígdala e ao hipocampo21 e, também, às porções mediais do hipotálamo e às porções laterais da área tegmental do mesencéfalo27.

Para alguns pesquisadores a sensação de prazer pode ser distinguida pelas expressões faciais e atitudes do animal após sua exposição a um estímulo hedônico; tais expressões são mantidas mesmo em indivíduos anencefálicos, sugerindo que o "centro de recompensa" deva se estender até o tronco cerebral25. Acredita-se que emissões aferentes do núcleo acumbens em direção ao hipotálamo lateral e ventral, globo pálido e estruturas conectadas nessa mesma região cerebral estejam envolvidas nos circuitos cerebrais hedônicos25.

Em investigações com animais de experimentação (ratos), demonstrou-se que estímulos na área septal, controlados pelo animal, acarretavam uma situação de deflagração recorrente do estímulo, indicando uma possível correlação com o desencadeamento de prazer12. Essa conclusão, entretanto, não é tão simples: por exemplo, na década de 1960, Robert Heath aplicou 17 eletrodos no encéfalo de um paciente com o intuito de descobrir a localização de uma epilepsia grave. O que o pesquisador pôde observar foi que a estimulação de áreas específicas, de acordo com a implantação dos eletrodos, gerava diferentes tipos de sensações. O paciente em questão estimulava com maior freqüência um sítio do tálamo medial que, embora provocasse uma sensação de irritação, lhe causava a sensação iminente de evocar uma memória, fazendo com que ele repetisse o procedimento na tentativa de trazer a memória à mente, ou seja, com o objetivo de obter uma recompensa com a estimulação repetida27. Estudos posteriores realizados em símios demonstraram a participação do feixe prosencefálico medial nos estímulos apetitivos, sendo possível caracterizar, inclusive, uma certa expectativa de prazer. Esse feixe e as regiões por ele integradas (área tegmentar ventral, hipotálamo, núcleo acumbens, córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal) compõem o circuito denominado sistema mesolímbico.

A dopamina parece ser fundamental na mediação dos efeitos de recompensa. Neurônios dopaminérgicos projetam-se da área tegmentar ventral do mesencéfalo para muitas áreas do encéfalo através do feixe prosencefálico medial. Além disso, drogas que causam dependência química aumentam a eficácia da dopamina e provocam sua liberação no núcleo acumbens, demonstrando o papel desse neurotransmissor nos mecanismos de recompensa e/ou prazer27. Contudo, as investigações até então realizadas permanecem com resultados ambíguos, principalmente no âmbito dos estudos farmacológicos – os quais indicam que os agonistas da dopamina aumentam a taxa de auto-estimulação, enquanto os antagonistas diminuem essa mesma taxa – e dos estudos lesionais, que mostram que a secção do feixe prosencefálico medial, por exemplo, não provoca redução significativa da auto-estimulação, como seria de se esperar27.

Alegria

A indução de alegria – resposta à identificação de expressões faciais de felicidade, à visualização de imagens agradáveis e/ou à indução de recordações de felicidade, prazer sexual e estimulação competitiva bem-sucedida – provocou a ativação dos gânglios basais, incluindo o estriado ventral e o putâmen28. Além disso, vale relembrar que os gânglios basais recebem uma rica inervação de neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico – intimamente relacionados à geração do prazer – e do sistema dopaminérgico do núcleo estriado ventral. A dopamina age de modo independente – utilizando receptores opióides e GABAérgicos no estriado ventral, na amígdala e no córtex orbitofrontal – algo relacionado a estados afetivos (como prazer sensorial), enquanto outros neuropeptídeos estão envolvidos na geração da sensação de satisfação por meio de mecanismos homeostáticos29.

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