Fatores de riscos para cancer de mama: revisão integrativa

FATORES DE RISCOS PARA CANCER DE MAMA: REVISÃO INTEGRATIVA

RISK FACTORS FOR BREAST CANCER: INTEGRATIVE REVIEW

Juliana Lima Martins¹

Jorgiana de Oliveira Mangueira²

RESUMO

INTRODUÇÃO: O câncer de mama é considerado hoje, o tipo de câncer mais temido pelas mulheres e o mais comum, pois segundo as estatísticas, estas indicam um aumento de sua frequência tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. OBJETIVO: A pesquisa busca na literatura atual, dados sobre os indicadores de fatores de risco para o câncer de mama elucidando os riscos aos quais as mulheres estão expostas. METODOLOGIA: O estudo trata-se de uma revisão integrativa, de acordo com o modelo proposto por Mendes, Silveira & Galvão (2008) onde se procedeu com a definição dos descritores a partir do DECS (Descritores em Ciências da Saúde). Os dados foram coletados do portal da Biblioteca Virtual em Saúde/LILACS (13) e SciELO (27). RESULTADOS E DISCURSÃO: A partir dos resultados encontrados verificou-se que a maioria dos estudos evidenciou como sendo fatores de risco convincentes para o câncer de mama: Ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, histórico familiar, obesidade, idade avançada, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, primeira gestação após os 30 anos, exposição a radiação ionizante, uso de anticoncepcionais e terapia hormonal por longos períodos. A identificação de variáveis sobre os fatores de risco torna-se importante na medida em que estratégias educativas possam ser pensadas e implementadas para atender a população que se apresenta mais vulnerável em relação a um menor conhecimento sobre a doença.

Descritores: Fatores de risco, Câncer de mama, prevenção

ABSTRACT

Breast cancer is considered today, the type of cancer most feared by women and more common, because according to statistics, they indicate an increase in its frequency both in developed countries and in developing countries. Objective of this research literature for current data on indicators of risk factors for breast cancer by elucidating the risks to which women are exposed. The study deals with an integrative review, according to the model proposed by Mendes, Silveira & Galvão (2008) where he proceeded with the definition of descriptors from DECS (Descriptors in Health Sciences). Data were collected from the portal of the Virtual Health Library / LILACS (13) and SciELO (27). From the results it was found that most studies showed risk factors as convincing for breast cancer: Ingestion of alcohol, smoking, family history, obesity, advanced age, early menarche, late menopause, nulliparity, first pregnancy after age 30, exposure to ionizing radiation, use of contraceptives and hormone therapy for long periods. The identification of variables on the risk factors is important in that educational strategies can be designed and implemented to meet the population that is more vulnerable compared to less knowledge about the disease.

Key Words: Breast cancer; risk factor; prevention.

1 INTRODUÇÃO

O câncer de mama é considerado hoje, a maior causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. Estimativas para o ano 2008 das taxas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer de mama em mulheres revelam 49.400 casos novos (Instituto Nacional do Câncer, 2008).

As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento do qual atinge não só pessoas de classe alta como também as de classe baixa (GRIZZI et al., 2008).

A detecção do carcinoma de mama pode ser realizada através de autoexame das mamas e/ou pela realização de mamografia e/ou ultra-sonografia, devendo ser confirmado por meio da biópsia da lesão que deve conter todos os elementos necessários para o adequado manejo clínico da paciente sob o ponto de vista prognóstico e terapêutico (ABRANCHES, 2009).

Mesmo alguns pesquisadores tendo encontrado uma associação entre a freqüência da realização do autoexame e o diagnóstico da neoplasia mamária em estágios iniciais, a influência desse método na sobrevida continua pouco clara. Alguns autores sustentam o fato de que lesões descobertas pelo autoexame tendem a ser menores (aproximadamente 0,6 cm em média) do que aquelas encontradas de maneira acidental. Infelizmente, como menos de 50% das mulheres da população em geral realizam o autoexame periodicamente, até o momento, parece não haver uma diminuição na taxa de mortalidade com o uso sistemático do autoexame (FREITAS JUNIOR, et al. 2006).

O autoexame deve ser realizado uma vez a cada mês, na semana seguinte ao término da menstruação. As mulheres que não menstruam devem fazer o autoexame no primeiro dia do mês.

O Ministério da Saúde define como fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento do câncer de mama aqueles que se encontram relacionados à vida reprodutiva da mulher: menarca precoce, antes dos 11 anos, nuliparidade, primeira gestação acima dos 30 anos, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia, após os 50 anos, e utilização de terapia de reposição hormonal. Entretanto, o fator idade continua sendo um dos mais importantes, sendo que a incidência do câncer de mama aumenta rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, o mesmo ocorre de forma mais lenta (BRASIL, 2008).

Segundo Abranches (2009) os principais fatores associados à carcinogenese da mama incluem: envelhecimento, terapia de reposição hormonal na menopausa com uso de estrogênio e progesterona, nuliparidade, menarca precoce (antes dos 11 anos), menopausa tardia (apos os 55 anos), primeira gestação a termo apos os 30 anos, ciclos menstruais menores que 21 dias, mãe, irmã ou filha com história de câncer de mama na pré-menopausa, dieta rica em gordura animal, dieta pobre em fibras, obesidade (principalmente apos a menopausa), radiações ionizantes, etilismo, padrão socioeconômico elevado, residência em área urbana, cor branca, sedentarismo. Por outro lado, os principais fatores associados ao risco diminuído de câncer de mama compreendem: menarca apos os 14 anos, menopausa antes dos 45 anos, primeira gestação a termo e amamentação precoces (idade inferior a 30 anos), atividade física regular e hábitos alimentares saudáveis (baixo teor de gordura, sal e açúcar; aumento no teor de grãos integrais, tubérculos, vegetais e frutas).

Muitos