Feira De Saúde Do Curso De Medicina Da UFRR Uma Aproximação Com A Comunidade
Ensaios: Feira De Saúde Do Curso De Medicina Da UFRR Uma Aproximação Com A Comunidade. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: esfingedegiz • 21/10/2014 • 755 Palavras (4 Páginas) • 406 Visualizações
REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA
311 34 (2) : 310 – 314 ; 2010
Mauro Luiz Schmitz Ferreira et al. Feira de Saúde da UFRR
O curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima
tem como papel a formação de um profissional médico com
qualidades técnicas e humanísticas, capaz de trabalhar em
conjunto com os outros profissionais da área de saúde. Esse
profissional deverá se enquadrar na realidade do atendimento
médico atual (mercado de trabalho), estando preparado para
acompanhar o avanço técnico-científico, valorizando sempre
as necessidades de saúde de nossa população.
Assim, no intuito de estreitar os laços entre o curso de Medicina
da UFRR e a comunidade, e estabelecer uma interação
precoce do aluno com atividades de atenção à saúde comunitária,
são realizadas as Feiras de Saúde da UFRR, eventos que
complementam o módulo de ensino intitulado “Abrangências
das Ações de Saúde”. Ao mesmo tempo, o estudante é iniciado
no método científico-experimental, de modo que o profissional
assim formado tenha a competência necessária tanto
para a atividade assistencial, típica da profissão, como para a
elaboração do saber que a fundamenta, o que permitiria uma
prática de base científica e não apenas técnica, um saber-fazer
sempre reatualizado pelo avanço da ciência, um saber-fazer
sempre transformado pela experiência individual: ciência e
arte de curar1.
Até o século passado, a crítica à formação médica se voltava
contra o saber filosófico transmitido pela academia, a prática
puramente empírica e a falta de cientificidade de ambos.
Com o advento da medicina científica e tecnológica, ensinada
e praticada pelas faculdades e hospitais universitários, a crítica
se volta, principalmente, para a especialização excessiva
e precoce, entendida como resultado do recorte progressivo
do conhecimento operado pelo modo de produção do saber
científico. A parcialização do saber que toma o ser humano
como objeto de investigação para conhecer suas estruturas e
funções biológicas, as relações destas com o ambiente, com as
condições de vida, os agentes patogênicos, ao se tornarem a
base de formação do médico, levariam a uma desconexão progressiva
da totalidade biopsicossocioambiental do indivíduo
submetido à prática médica2.
A Atenção Primária à Saúde é um conceito instrumental,
que se vale de toda a experiência acumulada no planejamento
e execução de serviços públicos de primeira linha. Possui uma
lógica de priorização de ações, baseada em critérios de risco,
magnitude, vulnerabilidade, viabilidade, eficácia e eficiência.
Lança mão de tecnologias consagradas por esses critérios, e a
programação de ações, a padronização de condutas, a avaliação
constante da cobertura das ações e dos impactos sobre os
índices de saúde da população coberta são parte integrante
dos projetos de Atenção Primária3. Ocorre que a rede básica
de saúde — entendida como os serviços ofertados via centros
de saúde, ambulatórios de primeira linha e serviços de pronto
atendimento — já ultrapassou, em muito, o modelo organizacional
da atenção primária, pois representa hoje uma ampliação
da capacidade de atendimento médico instalada na rede
pública, em relação ao período em que a atenção primária surge
como proposta médico-sanitária4.
As escolas médicas brasileiras, por sua vez, entre as inúmeras
respostas as quais são chamadas a apresentar, mediante
as importantes
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