Fibras Naturais

CARACTERÍSTICAS DAS FIBRAS NATURAIS

As fibras naturais conhecidas no mercado têxtil atual são diversas, desde a mais conhecida, como o algodão, até as mais raras e caras, como a cashmere ou a angorá.

Alguns exemplos de características físicas das fibras são o comprimento, o alongamento, a elasticidade, a porosidade (capacidade de retenção e absorção de água), e a higroscopicidade (capacidade de absorver ou reter umidade do ar/ambiente). Das características químicas temos: os efeitos sob ação de ácidos, de álcalis, e sob os solventes orgânicos. E das características biológicas temos a resistência à insetos e a microorganismos. Cada fibra possui características físicas, químicas e biológicas únicas, por isso não se pode definir qual delas é a melhor entre tantas. Algumas se destacam por seu brilho e por seu toque suave, outras se destacam segundo sua resistência e resiliência.

Essas e algumas outras características serão trabalhadas a seguir para algumas fibras mais conhecidas.

FIBRAS VEGETAIS

• Algodão

O algodão é usado como fibra têxtil há mais de 7.000 anos. Está ligado à origem do vestuário e a evolução da produção de artigos têxteis. Existem algodões de diferentes tipos de variedades, cores e procedências. No Brasil, esta fibra é usada para 65% da produção de tecidos, e para 75% das roupas.

Esta fibra nunca será encontrada com total pureza, pois a planta deixa partículas em seus capulhos. Pode-se diminuir o grau de impureza segundo o tipo de colheita. A colheita manual tem melhor seleção dos capulhos, onde se pode diminuir essas impurezas, porém o seu custo é maior assim como o tempo gasto. Na colheita mecânica tem-se menor custo com mão-de-obra e gasta-se menos tempo, porém a seleção é de menor qualidade, fazendo com que as impurezas ocorram mais frequentemente, além de “machucar” a planta.

Esta fibra tem uma satisfatória conservação de calor, possui um toque suave, e tem boa resistência a amassamento. Quando molhadas, as fibras de algodão podem reter cerca de 50% de seu peso de água.

A cor do algodão pode ir desde o branco até o mais escuro, podendo ser acinzentado ou avermelhado, mas geralmente encontra-se no bege. Alguns tipos geneticamente modificados já nascem coloridos, posteriormente pulando a fase de tingimento. A maioria dos tipos é fosco, somente o algodão egípcio apresenta um leve brilho, assim como seu derivado, o Sea Island.

- O algodão egípcio e o Sea Island:

O algodão egípcio é considerado o mais fino e de melhor qualidade do mundo, ele abastece fábricas de produtos têxteis, nobres e caros, espalhados pelo mundo. Sua característica é possuir fibras bem mais longas que as do algodão comum, mais macias e mais resistentes. Hoje o Egito é um dos principais países produtores de algodão no mundo, cujas variedades mais conhecidas são o Mako, de cor amarelada, do alto Egito, e o Karnak, de cor branca, do baixo Egito.

Este tipo de algodão não é produzido no Brasil, mas países como Estados Unidos da América, México, Rússia e Uzbequistão cultivam um tipo similiar, mas o Egito é tradicionalmente o maior produtor desta fibra, com costumes de colheita centenários, que garantem a boa qualidade e características do algodão.

O algodão Sea Island é um derivado do algodão egípcio e se desenvolvem em ilhas ao sudeste dos Estados Unidos. Suas fibras são brancas, lustrosas e são mais finas e mais longas que qualquer outro tipo de algodão. Permitem a produção de fios extremamente finos e artigos de luxo. Porém sua produção representa apenas 0,004% de toda a produção mundial de algodão, o que torna seus artigos ainda mais caros.

• Linho

O Linho é a fibra da qual é feito o tecido de linho. Ela é retirada da parte fibrosa da casca da planta que pertence à ordem das lináceas. Usada por egípcios, em torno de 2.500a.C., e navios da Grécia e da Fenícia tinham suas velas feitas com linho. A planta é cultivada agora em escala comercial em várias localidades na Europa. A cultura do linho é bem-sucedida tanto em climas quentes como em temperados. Seu ciclo de vida é curto – após sessenta dias da semeação, surgem suas efêmeras flores em tons de azul e branco. Permanecem abertas apenas algumas horas. Três semanas após a floração, a planta, com seus caules medindo entre 80 cm e 120 cm, está pronta pra ser arrancada – e não ceifada (para que o total comprimento de seus caules seja preservado). Juntados os caules, são colocados pra secar e, depois, debulhados. Parte dos grãos obtidos será semeada. Depois vem o processo de maceração e trilhamento.

• Cânhamo

O cânhamo é uma fibra dura, de caule e anual e chega a alcançar 3 metros de altura.

É uma fibra mais lenhosa do que o linho e, conseqüentemente, é mais rígida.

O cânhamo tem sido usado em quase todas as formas de aplicação têxteis: tecidos finos,

cortinas, cordas, redes de pesca, lonas, etc., além de misturado a outras fibras, naturais e/ou artificiais.

• Rami

O rami é uma planta perene, isto é, de cultura permanente, que pode produzir , sem

renovação, por cerca de 20 anos. A planta apresenta uma cepa de onde partem as hastes quepodem atingir, em terrenos apropriados, entre 2 e 3 metros de altura. Permite , em média, 3 a 4 cortes por ano.Se destaca por sua grande aplicação em tecidos para vestuário e para artigos de decoração. É clara e brilhante. Seus fios podem ser tão fortes quanto os do linho. A fibra é bastante durável, mas tende a perder elasticidade.

Absorve água com muita rapidez e aumenta seu resistência em cerca de 25% quando

molhado, o que torna os tecidos de fácil lavagem e de rápida secagem.

Além de ser bastante resistente, o rami apresenta a vantagem de ser uma fibra longa ( 150 a 200 cm). As excepcionais qualidades têxteis do rami são completadas por seu aspecto leve e fresco, capaz de absorver a transpiração corporal.

Os tecidos de rami retêm a cor dos corantes comerciais mais do que qualquer outra fibra

vegetal. Substitui o cânhamo e outras matérias-primas na fabricação