GOIÁS: PERFIL DE GÊNERO ACOMETIDO POR INTERNAÇÕES/ÓBITOS HOSPITALARES POR QUEIMADURAS ENTRE 2007 E 2015.
Por: Kennett Andersonn • 21/11/2016 • Trabalho acadêmico • 1.403 Palavras (6 Páginas) • 359 Visualizações
GOIÁS: PERFIL DE GÊNERO ACOMETIDO POR INTERNAÇÕES/ÓBITOS HOSPITALARES POR QUEIMADURAS ENTRE 2007 E 2015.
SEVERO, Virlana Marques¹; SOUSA, Citrya Jakellinne Alves²; RESENDE, David Carvalho²; RIBEIRO,Thais Cristine Cardoso²; SOUSA, Kennett Andersonn Alves²; PACHI, Beatriz Curto²; FERREIRA, Denise Milioli³.
Palavras-chaves: queimaduras; emergências; Goiás; Brasil;
Justificativa/Base Teórica
Queimadura é uma lesão da pele desencadeada por um agente externo, acompanhada de destruição parcial ou total da pele, em dada extensão da superfície corporal, em decorrência de traumas térmico, elétrico, químico ou radioativo. A gravidade e o prognóstico de uma queimadura são determinados ao avaliar-se o agente causal, a profundidade, a extensão da superfície corporal lesionada, a localização, a idade, as doenças preexistentes e lesões associadas.1,2,3
A maior parte das queimaduras ocorre nas residências das vítimas, onde a maioria envolve crianças. As queimaduras mais comuns em crianças decorre de escaldamentos (líquidos quentes e curiosidade). Em homens adultos, as queimaduras mais frequentes ocorrem no trabalho. Nos idosos, as queimaduras ocorrem devido à sua menor capacidade de reação e às limitações físicas. Já mulheres adultas, as queimaduras estão relacionados as situações domésticas. Além dos problemas físicos, a queimadura acarreta problemas de ordem psicológica e social. 1,2,3
Queimaduras são causadas por uma multiplicidade de eventos e fatores. Assim, sua epidemiologia não é homogênea em todo o mundo. Existem evidências de que a queimadura está associada a baixos índices socioeconômicos da população, uma vez que muitas causas violentas e relacionadas a falta de informação e prevenção, como os acidentes domésticos, são responsáveis pelas lesões. As lesões por queimaduras são a terceira causa de morte acidental em todas as faixas etárias. No Brasil, um estudo transversal de 761 atendimentos coletados pelo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes em 2009 aponta que 58,6% dos acidentados são homens, 23,1% adultos de 30 a 49 anos e 23% crianças de 0 a 9 anos. A residência foi o principal local elencado para ocorrência de acidentes (62,1%).³[pic 1]
No Estado de Goiás, um estudo transversal analítico realizado no Pronto Socorro de Queimaduras de Goiânia, em agosto de 2013, descreveu que de 31 indivíduos entrevistados, 58% eram do sexo masculino, e 45% dos acidentes ocorreu em ambiente doméstico.³ No entanto, os dados relativos a queimaduras no Estado de Goiás são escassos. A coleta desses dados é imprescindível para a realização de ações de prevenção e orientação com vistas a diminuir o impacto social desse tipo de acidente também no Estado de Goiás.³
Objetivos
Devido os dados relativos a queimaduras no Estado de Goiás serem escassos, os membros da equipe executora do projeto de extensão Liga Acadêmica de Emergências Clínicas, decidiu analisar o perfil de gênero mais acometido por internações e dais quais levaram ao óbito hospitalar por queimaduras e corrosões em Goiás, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2015, comparando tais dados com os casos em todo o Brasil, quantificando os casos internados por queimaduras e destes quais foram a óbito.
Metodologia
Para elaboração deste estudo descritivo, os membros da equipe executora do projeto de extensão Liga Acadêmica de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás utilizaram como instrumento para a coleta os dados disponíveis no departamento de informática do SUS (DATASUS), sobre mortalidade hospitalar por queimaduras e corrosões que abrange os CID T20 a T32 em pacientes internados no estado de Goiás e no Brasil como um todo no período de janeiro de 2007 há dezembro de 2015.
Resultados, Discussão
Em Goiás, no período de 2007-2015 foram evidenciadas 18.280 internações por queimaduras e corrosões, sendo que 61% (11.212) das internações foram do gênero masculino e 39% (7.068) pacientes femininos no estado de Goiás. Inicialmente, no ano de 2007, ocorreram 71 internações. Observa-se um crescimento de internações em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, sendo respectivamente 2.233, 2.267, 2.675 e 3.130 internações. Nota-se, uma queda em 2013, 2014 e 2015, sendo respectivamente, 2.100, 1.372 e 1.339.
Em relação ao total de óbitos por queimaduras e corrosões, nesse período, foram verificados 182 casos, sendo que 115 eram homens e 67 mulheres. A média das taxas de mortalidade por queimaduras em 9 anos foi de 1% das internações totais por queimaduras em Goiás, apresentou crescimento no decorrer dos anos de 2007, 2008, 2009 e 2014 chegando a 1,46% dos casos no ano. A maior taxa foi revelada em 2007 com 5,63% dos óbitos, apesar de ser o ano com menor número de internações. O ano 2012 apresentou o maior número de internações por queimaduras, porém, mortalidade mostrou-se relativamente inferior à média do período estudado, sendo 0,65%.
Já no Brasil, no período de 2007-2015 foram evidenciadas 200.380 internações por queimaduras e corrosões, sendo que 62% (125.631) das internações foram do gênero masculino e 38% (74.749) pacientes femininos em todo o Brasil. Percebem-se um crescimento de internações em 2007, 2008, 2009, 2010, sendo respectivamente 1.564, 23.759, 25.167, 26.819 internações. Nota-se o decrescimento em 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015, sendo respectivamente, 26.039, 25.988, 25.011, 24.321 e 21.712.
Em relação ao total de óbitos por queimaduras e corrosões no Brasil nesse período, foram verificados 5.885 casos, sendo que 3.649 eram homens e 2.236 mulheres. A média das taxas de mortalidade por queimaduras em 9 anos foi de 2,94% das internações totais por queimaduras no Brasil. A maior taxa foi revelada em 2008 com 3.11% dos óbitos. O ano 2010 apresentou o maior número de internações por queimaduras, porém, mortalidade mostrou-se relativamente inferior à média do período estudado, sendo 2.99%.
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