Hidroxido De cálcio

O tratamento endodôntico requer cuidados especiais do Cirurgião-Dentista, visto que existe a presença de bactérias principalmente anaeróbias estritas, frequentemente encontradas nos terços apicais dos dentes (MENDONÇA et al, 2007, v.22, p.24).

A eliminação dos microorganismos de canais infectados tornou-se uma constante preocupação e um dos principais objetivos no tratamento endodôntico. Pesquisas têm demonstrado a eficácia da instrumentação mecânica, a influência da irrigação e medicação intracanal e sistêmica. O controle antimicrobiano do canal radicular é delegado a sanificação proporcionada pela fase do preparo químico-mecânico (NAGEM FILHO et al, 2007, p.236).

Para combater as bactérias que resistiram ao preparo biomecânico faz-se necessário o uso de uma medicação intracanal objetivando a diminuição desses microrganismos (MENDONÇA et al, 2007, v.22, p.24).

A eleição de um curativo de demora baseia-se em algumas características apresentadas pelo material. Ainda não se tem uma substância ou um medicamento que reúna totalmente as condições ideais, mas os principais requisitos são: capacidade antimicrobiana, biocompatibilidade, amplo (largo) espectro de ação, atividade prolongada, não manchar as estruturas dentárias, não ser alergênico, e ser de fácil remoção (NAGEM FILHO et al, 2007, p. 236).

Para Aguiar et al (2005), o hidróxido de cálcio é uma das principais substâncias utilizadas como medicação intracanal na Endodontia, por ser biocompatível, ter ação antiinflamatória, higroscópica, ação antibacteriana, estimular a formação de tecido mineralizado e contribuir no processo de reparo tecidual.

Acredita-se que o hidróxido de cálcio tem efeito mineralizador e antimicrobiano devido a sua dissociação química em íons de cálcio e hidroxila, o que caracteriza propriedades enzimáticas, como a inativação de enzimas bacterianas e à ativação de enzimas teciduais proporcionando efeito mineralizador. Sua propriedade antimicrobiana tem sido muito pesquisada e os resultados desses estudos demonstram sua superioridade quando comparado ao paramonoclorofenol canforado (PMCC), composto fenólico utilizado desde 1929 (DOTO et al, 2006, v.21, p.267).