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História da farmácia em Portugal

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Por:   •  5/4/2014  •  Tese  •  2.845 Palavras (12 Páginas)  •  400 Visualizações

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História da Farmácia em Portugal

Os primeiros boticários

Os primeiros boticários terão surgido em Portugal provavelmente ainda no século XIII. É natural, contudo, que anteriormente já existissem outros profissionais especializados na preparação ou comércio de medicamentos.

Os boticários surgiram depois dos especieiros e coexistiram com estes ainda durante algum tempo. O primeiro diploma respeitante à profissão farmacêutica que se conhece em Portugal data de 1338 e determinou a obrigatoriedade de serem examinados pelos médicos do rei todos os que exerciam os ofícios de médico, cirurgião e boticário na cidade de Lisboa.

A separação entre as profissões médica e farmacêutica foi regulamentada em 1461. As questões relativas ao exercício das profissões sanitárias encontravam-se debaixo da alçada do físico-mor do reino enquanto que a administração das questões sanitárias relacionadas com epidemias e salubridade estava atribuída ao Provedor-mor da Saúde.

O contributo dos portugueses para o conhecimento da matéria médica africana e brasileira ficou muito aquém do nível observado no Oriente. A matéria médica do Atlântico meridional despertou inicialmente pouco interesse entre os autores médicos portugueses, devendo-se a maior parte dos contributos para o seu conhecimento a colonos, missionários, militares e viajantes.

O ensino farmacêutico

Até ao século XIX, a transmissão dos saberes farmacêuticos foi realizada através da aprendizagem nas boticas. Esta era seguida de um exame, regulado desde o século XVI até ao XIX pelo Regimento do Físico-mor do Reino (1521).

No campo das profissões de saúde, o ensino de nível superior estava reservado aos médicos. As deficiências da transmissão do saber não se limitaram à aprendizagem.Só no Século XVIII começaram a aparecer livros escritos por e para os boticários.

O primeiro formulário escrito por um boticário e em língua portuguesa foi a Farmacopeia Lusitana (1704), de D. Caetano de Santo António, boticário no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. A introdução das novas técnicas químicas, assim como os avanços observados na Ciência dos séculos XVII e XVIII, vieram tornar manifestas as insuficiências do sistema de aprendizagem, mas os boticários portugueses não criaram qualquer forma organizada de ensino da Química ou da Botânica.

As únicas tentativas de suprir as insuficiências da aprendizagem nas boticas, surgiram por iniciativa da coroa através de boticas estatais, com destaque para o Dispensatório Farmacêutico da Universidade de Coimbra.O ensino superior farmacêutico só nasceu verdadeiramente em 1836, com a criação das Escolas de Farmácia anexas à Faculdade de Medicina de Coimbra e às Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto.

Apesar da existência das Escolas de Farmácia, foi mantida a antiga via de acesso, através da aprendizagem nas boticas, seguida de um exame final, o que levou a que o curso regular fosse sempre muito pouco concorrido.

Só em 1902 se terminou com esta situação, quando as Cortes aprovaram uma reforma que obrigava todos os candidatos a farmacêuticos à frequência do Curso de Farmácia.

A primeira Farmacopeia oficial

A primeira farmacopeia oficial foi a Farmacopeia Geral (1794) de Francisco Tavares, antigo professor de Matéria médica em Coimbra, mas a primeira a ser escrita por uma comissão de médicos, farmacêuticos e químicos surgiria oito décadas depois.

Os farmacêuticos portugueses do século XIX iniciaram um longo processo de ascensão social e de afirmação profissional que os aproximaria do nível cultural e de formação técnico-científica dos médicos. No século passado, muitos farmacêuticos se destacaram em vários sectores da vida nacional, tanto política como científica, em número que seria impensável nos séculos anteriores.

Historicamente a população nativa brasileira tinha seus próprios meios para

curar enfermidades. Os pajés conheciam as qualidades terapêuticas de inúmeras

raízes e folhagens e as usavam em suas tribos até o início da colonização

portuguesa. O europeu colonizador naturalmente tomou conhecimento destas

práticas e assimilou-as principalmente por meio dos religiosos jesuítas que, desde

logo, procuraram conhecer a cultura indígena.

Remédios da “civilização” só apareciam quando expedições portuguesas,

francesas ou espanholas aportavam com suas esquadras, onde sempre havia um

cirurgião barbeiro ou algum tripulante com uma botica portátil cheia de drogas e

medicamentos. Com a vinda de Thomé de Souza, trazendo autoridades, funcionários

civis e militares, tropa de linha e diversos ofi ciais, ao todo, aproximadamente mil

pessoas se instalaram na Bahia, entre elas Diogo de Castro, primeiro boticário do

Brasil, formado pela Universidade de Coimbra. Vieram também nesta armada seis

jesuítas, quatro padres e dois irmãos, chefi ados por Manuel da Nóbrega.

Os jesuítas trataram logo de instituir enfermarias e boticas em seus colégios,

colocando um irmão para cuidar dos doentes e outro para preparar remédios. Em

São Paulo, o irmão que preparava os remédios era José de Anchieta, por isso

podemos considerá-lo o primeiro boticário de Piratininga.

Aos poucos, as boticas jesuítas passaram a atender ao povo em, que as

preferia, ao invés daquelas dirigidas por meros comerciantes que costumavam

errar

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