Irradiação Bolsa de Sangue
Por: trevoso ptt • 26/10/2017 • Relatório de pesquisa • 1.438 Palavras (6 Páginas) • 1.021 Visualizações
TRABALHO
Produção do Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos.
Funções
Ele é responsável pelo transporte de substâncias (nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação e proteção de nosso corpo.
Composição do sangue
Nele encontramos o plasma sanguíneo, responsável por 66% de seu volume, além das hemácias, dos leucócitos e das plaquetas, responsáveis por aproximadamente 33% de sua composição.
A maior parte do plasma sanguíneo é composta por água (93%), daí a importância de sempre nos mantermos hidratados ingerindo bastante líquido. Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, ureia, etc.
Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como hemácias ou eritrócitos, transportam o oxigênio e o gás carbônico por todo o corpo. Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são repostas pela medula óssea.
Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo. Eles protegem nosso organismo contra a invasão de microrganismos indesejados (vírus, bactérias e fungos). De forma bastante simples, podemos dizer que eles são nossos "soldadinhos de defesa".
As plaquetas são fragmentos de células, presentes no sangue, que realizam a coagulação, evitando assim sua perda excessiva de sangue (hemorragia).
Elas geralmente agem quando os vasos sanguíneos sofrem danos. Um exemplo simples é o caso de uma picada de agulha, onde observa-se uma pequena e ligeira perda de sangue que logo é estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário.
https://www.todabiologia.com/anatomia/sangue.htm
Surgimento
Leonardo Campos, médico hemoterapeuta e gestor médico da empresa Hematologistas Associados realizou, no dia 22 de agosto, a webconferência mensal do programa que o Instituto de Engenharia Nuclear e a Fundação Oswaldo Cruz (Grupo IEN/FIOCRUZ) promovem para profissionais que trabalham com aplicações da radiação ionizante na saúde pública. O tema abordado foi “Irradiação de Sangue na Prática Clínica”.
Campos iniciou a palestra expondo todas as atividades que compõem a hemoterapia, incluindo os testes utilizados para transfusões seguras de sangue e a irradiação de sangue. Para demonstrar a evolução dos órgãos de saúde pública no cuidado com as transfusões de sangue, visando aumentar sua segurança, Campos mencionou que, hoje, a probabilidade de se contrair HIV em uma transfusão é da mesma ordem de grandeza de se morrer por desastre de avião.
O médico explicou que, do sangue doado, após processos físicos, como a centrifugação, são obtidos os hemocomponentes: concentrado de hemácias, o plasma, o concentrado de plaquetas e o crioprecipitado. Também do sangue doado, mas após processos industriais, são obtidos os hemoderivados: albumina, globulina e concentrado de fatores de coagulação.
Quantidade, objetivo e tipos de radiação
A irradiação de sangue é proposta para esterilizar e diminuir os riscos de uma possível contaminação numa transfusão. A melhor forma de abordagem da DEVH-AT é a prevenção através da irradiação gama dos hemocomponentes (LANDI; OLIVEIRA, 1999). A irradiação do sangue total e dos componentes celulares demonstrou ser um procedimento eficaz no processo de inativação dos linfócitos T, eliminando os riscos da DECHT. Pelo menos, 25,0 Gy devem ser liberados no plano médio do volume irradiado para garantir a completa inativação dessas células. O Conselho Europeu de saúde orienta que a irradiação deve ser de pelo menos 25,0 Gy, mas não mais do que 50 Gy (GOES et. al., 2008). As radiações X e gama, ambas radiações ionizantes, quebram as moléculas de DNA dos linfócitos T e previnem uma resposta imunológica contra o receptor. No procedimento de esterilização de hemocomponentes do sangue são utilizados irradiadores constituídos de fontes de 137Cs ou de 60Co com atividades variando entre 22 e 89 TBq (600-2400 Ci). Os irradiadores podem apresentar um sistema pneumático constituído por um canister, um rotor e blindagem com abertura e fechamento em dois estágios. Um procedimento dosimétrico rigoroso se faz necessário, para o controle da dose liberada na bolsa. A solução Fricke que tem sido utilizada como dosímetro de referência para determinação da taxa de dose em campos gama e pode ser usada 19 também como dosímetro de rotina para a verificação da homogeneidade da dose. Na dosimetria de doses altas há recomendação quanto ao uso de filmes radiocrômicos, como o Grafchromic MD-55 que apresenta dupla-face sensível à radiação ionizante. O Grafchromic MD-55, de acordo com o fabricante, é recomendado para uso em rotinas dosimétricas e não apresenta dependência energética para fótons de energia superior a 0,2 MeV. Sua leitura pode ser realizada utilizando densitômetros de transmissão, scanners de filme ou espectrofotômetros. A técnica de dosimetria termoluminescente das radiações utilizando fluoreto de lítio (LiF:Mg,Ti) é largamente utilizada em dosimetria clínica de pacientes. Sua eficiência é cientificamente comprovada e o uso em rotinas de dosimetria clinica é recomendado por possuir número atômico aproximado ao do tecido humano. No IPEN, os laboratórios de Materiais Dosimétricos (LMD) e de Doses Altas (LDA), possuem larga experiência no desenvolvimento e caracterização de materiais dosimétricos voltados para a dosimetria externa da radiação, utilizando as técnicas de espectrofotometria (EAO), termoluminescência (TL), luminescência termicamente estimulada (OSL), ressonância paramagnética eletrônica (EPR) e imagem por ressonância magnética (RMI) (CAVINATO, 2009); (Silva, 2009); (GALANTE, 2003); (MIZUNO, 2007) (MANGUEIRA, 2009). O laboratório de Dosimetria Química desenvolveu uma solução Fricke gel, preparada com gelatina suína 270 Bloom, encontrada no mercado nacional. O dosímetro Fricke gel, avaliado pela técnica de imageamento por ressonância nuclear, permite a obtenção de objetos simuladores de diferentes formas e tamanhos, bem como a avaliação da distribuição tridimensional da dose. Usaremos a solução Fricke gel para substituir o volume de 300 ML ocupado pelo sangue nas bolsas para transferência, onde serão submetidas aos protocolos recomendados no processo de irradiação para a esterilização e inativação dos linfócitos T. Avaliaremos se ocorre homogeneidade na distribuição da dose e se o procedimento atende as normas vigentes para a esterilização do sangue e de seus hemocomponentes.
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