Lesões De Ligamento Cruzado Anterior (LCA) Em Atletas Profissionais Do Voleibol

1.0 INTRODUÇÃO

O voleibol foi criado em 1985 com intenção de que seria um esporte para indivíduos de meia idade e com objetivo de ser uma modalidade de menos exigência física e menos contato em relação ao basquete, em ascensão na época. Os anos foram passando e o voleibol foi evoluindo em diversos aspectos, aumentando também o índice de popularidade do esporte. Com isso, para ser um atleta profissional do vôlei não basta apenas ter a vontade de jogar e sim se adequar as novas necessidades e técnicas de treinamento (MORAES, 2007).

Com o aumento da popularidade, o esporte também atraiu muitos investimentos de empresas e assim colaborando para sua profissionalização. Contudo, aumentou o nível de cobranças dos atletas profissionais por resultados positivos e as equipes buscaram formas para que esses atletas melhorassem seu rendimento. Uma das formas foi o aumento na carga horaria de treinamentos buscando atingir a melhor forma física e técnica dos jogadores (MORAES, 2007).

Da mesma forma que aumentou a qualidade dos jogadores de vôlei, aumentou também a incidência de lesões. Os atletas estão ultrapassando seus limites e por isso estão tendo micro traumas nas regiões de músculos e tendões, rupturas de tendão, fraturas por stress, tendinites e lesões de ligamentos, que em sua grande maioria são causadas por overud (sobre uso) e overload (sobrecarga) (MORAES, 2007).

Mais de 50% das lesões dos atletas acontecem por treinamentos feitos erroneamente, lesões essas que prejudicam a longevidade competitiva do atleta. Além de treinamentos errados, as cargas elevadas nos treinamentos e a cobrança por resultados positivos pioram ainda mais os riscos de lesões. O treinamento exagerado prejudica a saúde dos atletas, física e emocionalmente, facilitando assim a predisposição de lesões desportivas (MARQUES JUNIOR, 2004).

As lesões desportivas musculoesqueléticas nos membros inferiores são as mais frequentes no âmbito esportivo. Em estudo realizado por Majewsi et al, constatou-se que em 19.530 ocorrências investigadas, 7759(39,8%) estavam relacionadas com o joelho. Dessas lesões, 3482 (44,8%) eram traumas internos, destes 1821(52,3%) eram ligamentares (LEPORACE et al., 2010 apud Majewsi, 2006).

Ainda neste estudo foi realizado um ranking entre 31 modalidades, para saber em ordem crescente, o índice de incidência de lesões no joelho, na qual o vôlei ocupou a sexta posição (LEPORACE et al., 2010 apud Majewsi, 2006).

Os saltos são os maiores causadores de lesões no joelho dos jogadores, principalmente na cortada. A fadiga e o impacto no movimento da impulsão e aterrissagem estão associados às lesões de joelho. A principal lesão de joelho é a de ligamento cruzado anterior (LCA), ocorrendo por causa do desequilíbrio muscular dos membros inferiores, esta instabilidade muscular que provoca a predisposição do jogador a ter contusões no joelho (MARQUES JUNIOR, 2004).

As lesões podem ser crônicas ou no fim da vida atlética dos jogadores, geralmente os homens se lesionam entre 30 e 39 anos e as mulheres dos 15 aos 24 anos. A superfície suave como na areia, diminui o risco de lesões no joelho, sendo assim, atletas de voleibol de quadra tem maiores riscos de contusão no joelho (MARQUES JUNIOR, 2004).

As principais causas destas lesões são a quantidade elevada de saltos dos jogadores de vôlei que deixa o músculo quadríceps mais forte do que o músculo isquiotibial, aumentando assim os riscos de lesão no joelho. Para minimizar esses riscos recomenda-se um trabalho de compensação, utilizando exercícios de alongamento do quadríceps e de força para os isquiotibiais (MARQUES JUNIOR, 2004).

2.0 HIPÓTESES

As lesões de joelho são frequentemente ocasionadas por causa do impacto na aterrissagem ou na força exercida para a subida no bloqueio ou na cortada, também podemos relacionar os riscos de lesão com o tipo de piso em que está sendo realizado no jogo ou treino e o tipo de calçado usado pelos atletas.

3.0 OBJETIVO

3.1 OBJETIVOS GERAIS

Demonstrar quais as maiores incidências e os maiores riscos que ocasionam ou agravam as lesões no joelho de atletas profissionais do vôlei.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Detectar dentre as lesões no joelho, qual lesão é mais frequente nos atletas profissionais do vôlei.

4.0 JUSTIFICATIVA

Junto com o aumento da popularidade do voleibol também se aumentou a competitividade entre os clubes, com isso os atletas passaram a ser mais exigidos nos treinos e inclusive nos jogos. As cargas horárias de treinos foram aumentadas e muitas vezes os treinos são feitos de maneira errada, ocasionando assim a predisposição dos atletas a terem diversas lesões, as mais comuns são as de joelho, especificamente a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA).

A lesão do ligamento cruzado anterior muitas vezes deixa o atleta afastado dos jogos por no mínimo seis meses, o que prejudica muito o clube nos campeonatos e principalmente financeiramente por causa dos gastos que o clube terá para tratar a lesão e ainda continuar pagando o salário deste jogador mesmo ele estando afastado. Além de prejudicar o clube, o atleta também é muito prejudicado porque ele perde muito tempo se recuperando e as vezes esses tipos de lesões podem diminuir a vida profissional destes atletas.

Observando-se todos esses aspectos, o projeto tem a intenção de descobrir quais as causas que levam as contusões do ligamento cruzado anterior em atletas profissionais do vôlei e buscar formas de prevenir essas lesões.

5.0 REFERENCIAL TEÓRICO

Através de estudos, foram identificados a presença de lesões e seus potenciais, no voleibol, ajudando assim as pesquisas de prevenção das lesões neste esporte. Estudos mostraram que atletas profissionais que se lesionam no inicio da temporada, podem ser pelo fato de estarem com preparo físico inadequado, e lesões que ocorrem nos finais de campeonatos longos podem ser por causa de excesso de uso e fadiga (PERRONI, 2007).

Entre as lesões musculoesqueléticas, o voleibol é o esporte em que apresenta maiores índices de lesões no joelho, e dessas 60% acometem o ligamento cruzado anterior (LCA). Os principais motivos que lesam o LCA no vôlei decorrem de aterrisagens (unilateral e bilateral) e desacelerações bruscas (LEPORACE et al., 2010).

Comparando o risco de lesões de LCA entre mulheres e homens, a maior incidência ocorre em mulheres. O motivo dessa lesão nas mulheres está associado aos deslocamentos e cargas