Limpeza De Feridas
Casos: Limpeza De Feridas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bkarla • 6/11/2013 • 1.440 Palavras (6 Páginas) • 1.145 Visualizações
Limpeza de feridas
Na limpeza das feridas pode ocorre através de dois procedimentos:
Limpeza – visa remoção de debris (fragmentos de tecidos de vitalizados ou matéria estranha, excesso de exsudato, resíduos de agentes tópicos e microorganismos existentes no leito da ferida), alem de preservar o tecido de granulação. Fluido sobre pressão deve ser utilizado.
Desinfecção da ferida – é questionável. Lacerda afirma que o emprego de soluções anti-sépticas leva a uma redução rápida de microorganismos, mas coloca em risco a viabilidade do tecido de granulação, alguns profissionais acreditam que devem fazer o possível para eliminar todas as bactérias do leito da lesão.
A técnica de limpeza deve respeitar a viabilidade do tecido de granulação, preservar o potencial de recuperação da ferida e minimizar a ocorrência do trauma. Várias pesquisas têm comprovado que a maioria das soluções é inibida em presença de matéria orgânica, além de interferir no processo de cicatrização. Dentre essas soluções, podem citar como as mais comuns a polivinilpirrolidona, iodo a 10% (PVPI 10%) e a cloroxidine a 4%.
A limpeza remove matéria estranha e reduz o número de microorganismos no leito da ferida, facilitando assim a cicatrização. A melhor técnica de limpeza do delicado leito da ferida compreende a irrigação com jatos de solução salina isotônica (0.9%). Deve-se evitar a agressividade, esfregaço da pele íntegra ao redor da área.
A irrigação geralmente é feita com uma seringa de 20 ml conectada a uma agulha calibre 12, frasco de solução salina isotônica (0.9%) ou 125ml perfurados com agulha. A técnica de limpeza mecânica que emprega instrumental (pinças) e gaze umedecida com solução salina isotônica, provoca trauma no tecido de granulação.
No que se refere a técnicas de limpeza, destaca-se a limpa e a estéril. Na técnica limpa, utiliza-se água corrente para a limpeza, a umidade da pele é retirada com o uso de gaze e é utilizado luvas de procedimento. Essa técnica e realizada em domicilio, onde a microbiota apresenta menos possibilidade de patogenicidade. Nos hospitais e ambulatórios recomenda-se a técnica estéril, uma vez que existem microoganismos patogênicos e há possibilidade de infecção. Preconiza-se que todo material utilizado seja estéril e que durante o banho de aspersão as feridas sejam protegidas.
A divisão celular no organismo humano ocorre à temperatura de 37°C. Por isso a ferida, após a limpeza, demanda 30 a 40 min para retornar a essa temperatura e de 3 a 4 hrs para atingir a divisão celular com velocidade normal.
Desbridamento
Feridas comprometidas com tecido necrótico requerem o desbridamento, isto é, a remoção do material estranho ou tecido desvitalizado de lesão traumática ou crônica, infectada ou não, ate expor o tecido saudável.
A presença do tecido necrótico aumenta o risco de infecção e retarda o processo de cicatrização, uma vez que as feridas se epitealizam na ausência dele. A presença de tecido necrótico pode mascarar também a verdadeira extensão e profundidade da ferida.
A característica do tecido desvitalizado pode variar conforme a cor e a consistência. O tecido necrótico não é vascularizado, portanto não sangra e não haverá dor ao ser cortado. As feridas necróticas podem exaltar odor desagradável, devido a decomposição da necrose ou crescimento bacteriano. O tecido dês vitalizado é composto pela associação de leucócitos, colágeno, exsudato sérico e proteína desoxirribonucléica.
O aparecimento destes tecidos decorre da lesão irreversível da célula em virtude do aporte deficiente de oxigênio para o metabolismo da mesma, levando à lesão da membrana celular e conseqüentemente à morte.
Após a morte celular pode ocorrer 2 tipo de necrose:
Necrose coagulativa – Decorre do processo de desnaturação das proteínas. O citoplasma das células mortas é gelificado e opaco, geralmente pela ação coagulante de substâncias que atuam sobre os constituintes do citoplasma e pode acontecer na maioria dos tecidos. A área necrosada aparece bem delimitada e exibe uma coloração branca a amarelo-palha.
Necrose liquefativa – Diferencia-se pela consistência mole ou pelo estado liquido do tecido necrótico, resultante da dissolução enzimática rápida e total do tecido, favorecida pela estrutura e constituição do mesmo. Após detectar a presença do tecido necrótico, deve escolher o método de remoção podendo ser:
• Método autolítico
A autólise é a autodegradação natural do tecido necrótico. As enzimas são liberadas após a morte celular, passando a digerir o conteúdo das células e necrosando o tecido. Atraindo os neutrófilos polimornucleares e posteriormente os macrófagos para a área lesada e necrosada, liberando mais enzimas lissossomais, que auxiliam a digerir dendritos. Eventualmente pode ocorrer a separação do tecido viável e o material necrótico.
Para que ocorra este processo o leito deve ser mantido com uma umidade fisiológica e temperatura em torno de 37 ° C. É recomendado a utilização de coberturas sintéticas, que mantêm um ambiente úmido nas feridas, reidratando–as. No caso de feridas com escaras é recomendável fazer cortes verticais e horizontais para facilitar a penetração de umidade e permitir liquefação da necrose.
• Método químico
Há a utilização de enzimas proteolíticas, com propósito de obter uma rápida remoção do tecido desvitalizado pela degradação do colágeno. O tecido necrótico é, fundamentalmente, formado por colágeno desnaturado. A adesão desse tecido ao fundo da ferida é feita pelas pontes de colágeno em sua forma natural.
Uma pequena quantidade de colagenase é produzida durante o processo de cicatrização e tem por objetivo controlar o colágeno elaborado. Isto faz parte do processo reacional orgânico. Tal evento propicia o desbridamento do colágeno
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