Luxação Gongênita Do Quadril
Dissertações: Luxação Gongênita Do Quadril. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rebeccafkm • 29/4/2013 • 2.860 Palavras (12 Páginas) • 1.067 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
A luxação (ou displasia) congênita do quadril (LCQ) é consecutiva ao desenvolvimento anormal de um ou mais elementos que formam a articulação do quadril: cabeça do fêmur, acetábulo ou tecidos moles, com inclusão da cápsula, que cercam a articulação. Por outro lado, a luxação pode ser devida também ao excesso de mobilidade das articulações. O tratamento do quadril instável do lactente é tarefa que cabe ao cirurgião ortopédico. O papel do fisioterapeuta refere-se à descoberta da luxação do quadril e à ajuda aos pais, para que estes entendam a situação e aprendam a aplicar os aparelhos para a contenção. Depois de qualquer período de imobilização, o papel do fisioterapeuta consiste principalmente na realização de exercícios e no treinamento da motricidade, a fim de manter a flexibilidade das articulações e dos tecidos moles dos membros inferiores, assim como o controle eficiente da locomoção e de outros atos motores (SHEPHERD, 1995).
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONCEITO
Uma luxação significa que as estruturas ósseas perderam o contato uma com a outra, e o termo congênita quer dizer que o indivíduo nasceu com essa patologia. Na luxação do quadril o fêmur perde o contato com o acetábulo que é a cavidade a qual ele se articula ocasionando uma frouxidão ligamentar o que pode ser uma das causas da patologia e também pode estar associada à displasia acetabular. Caso essa patologia não seja diagnosticada precocemente ou tratada inadequadamente o paciente terá um defeito físico permanente (CRISTINA et al, 2008).
Segundo Shepherd (1995), quando o quadril permanece luxado, os músculos psoas, adutor e os da face posterior da coxa sofrem encurtamento; finalmente, a configuração da cabeça do fêmur se modifica, tornando-se achatada.
2.2 ETIOLOGIA
A luxação congênita do quadril é produzida pelo deslocamento prolongado da cabeça femoral em relação ao acetábulo. Na maioria dos casos, entretanto, na hora do nascimento, o quadril é luxável. Isto é, o quadril não está luxado, mas aliando-se a frouxidão capsular e ligamentar à má posição intra-uterina forçada, é possível a subluxação e até a luxação (HEBERT E XAVIER, 2004).
Alguns dos fatores que podem levar a esse tipo de luxação está relacionado ao:
1. Fator genético: Quando existe uma flacidez ligamentar predisponente.
2. Fator hormonal: Quando há liberação do hormônio relaxina pelo útero, em resposta à presença de progesterona e estrogênio na circulação fetal.
3. Fator mecânico: Causado pelo posicionamento intra-uterino ou nascimento de nádegas (FILHO, 2008).
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2.3 INCIDÊNCIA
A incidência é maior em mulheres numa proporção de 8 mulheres para 1 homem, o que pode estar associado a fatores hormonais que levam a uma frouxidão ligamentar (SHEPHERD, 1995).
A apresentação pélvica na hora do parto aumenta a probabilidade de luxação em mais de 14 vezes no lactente a termo. Nessa posição, o fêmur do feto pode ser forçado para fora do acetábulo, o que predispõe a criança a nascer com o quadril displásico, instável ou luxado (HEBERT E XAVIER, 2004).
Ainda de acordo com Hebert e Xavier (2004), o quadril esquerdo em geral é o mais gravemente atingido nos casos bilaterais. Por vezes, o esquerdo está luxado e o direito é normal, ou está subluxado ou instável, mas geralmente é displásico. Isso acontece porque há uma interação entre a posição fetal e a compressão extra-uterina. Nessa posição, a coxa esquerda é mantida pela coluna lombar manter na e isso faz com que haja uma maior probabilidade de se manter mais tempo aduzida, tornando-se luxada.
2.4 DIAGNÓSTICO
Segundo Shepherd (1995), deve-se fazer uma avaliação minuciosa no recém - nascido para que possa se ter um diagnóstico precoce, quanto mais cedo é feito o diagnóstico melhor será o prognóstico da criança.
Dois exames permitem a detecção da instabilidade do quadril: o teste de Barlow e a manobra de Ortolani, onde o lactente é colocado em decúbito dorsal sobre a mesa de exame, com o joelhos mantidos em flexão de 90º e as coxas em abdução. No recém-nascido a abdução da coxa deve chegar a aproximadamente 90º Teste de Barlow: estando o quadril em rotação intermediária, o examinador aplica pressão dirigida verticalmente para baixo, em direção à mesa; se sentir um estalido ou sobressalto, será sinal de que a cabeça do fêmur escapou para trás, sobre as margens do acetábulo, saindo dele.
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Fig. 1. Teste de Barlow
Manobra de Ortolani: consiste na compressão digital em direção ao trocanter maior, enquanto o quadril é delicadamente colocado em abdução, fazendo com que a cabeça do fêmur volte para o interior do acetábulo.
Fig. 2. Manobra de Ortolani
Ainda de acordo com Shepherd (1995), outros sinais devem ser pesquisados no lactentes, visto poderem indicar luxação unilateral, são eles:
1. Limitação da abdução de uma articulação do quadril;
2. Assimetria das dobras cutâneas;
3. Comprimento aparentemente menor de uma das pernas;
4. Palpação revelando que um dos trocanteres ocupa posição mais alta que o oposto.
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Fig 3. Assimetria das pregas das coxas
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Fig 4. Asimetria dos MMII
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Fig 5. Limitação da abdução do quadril direito
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Nos casos de luxação bilateral, os sinais podem ser os seguintes:
1. Largura anormal do períneo;
2. Pelve muito larga;
3. Aumento da lordose lombar.
De acordo com Monte (2008), o exame radiográfico só será significativo após o sexto mês de vida da criança, por que a calcificação óssea estará quase completa.
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