A Artroplastia Total do Quadril (ATQ)

Introdução

A Artroplastia Total do Quadril (ATQ) iniciou-se por volta de 1958 com Sir John Charnley e é um excelente método de tratamento no alívio da dor e melhora funcional dos pacientes com doença degenerativa do quadril [1]. É uma técnica cirúrgica indicada como tratamento de afecções que acometem a articulação do quadril, sendo até mesmo considerada como uma opção terapêutica, para tratamento da osteoartrose severa do quadril (coxartrose) que corresponde a maioria dos casos das indicações deste tipo de cirurgia [2]. Outras afecções acometem esta articulação como artrites reumáticas, osteonecrose e outras artrites inflamatórias [3].

A articulação do quadril (coxofemoral) é formada por duas estruturas articulares que se encaixam perfeitamente, o acetábulo e a cabeça do fêmur. Estas superfícies são esféricas sendo uma côncava e outra convexa a qual se encaixam, tipo “bola e soquete” o que permite mobilidade articular nos três planos: sagital, flexo-extensão; coronal, abdução-adução; axial, rotações lateral e medial [4]. Esses componentes articulares são recobertos por um tecido cartilaginoso que uma vez lesado, não se regenera por nenhum meio, até então conhecido[5]. Esta cartilagem possui a função de proteger o contato ósseo e auxiliar no suporte a cargas[6].

O desgaste desse tecido é chamado de osteoartrose (OA). A OA é uma doença articular crônico-degenerativa que se evidencia pelo desgaste da cartilagem. A superfície articular se torna então irregular e áspera, deixando exposto o osso subcondral, resultando em dor e perda progressiva da movimentação.

A dor é o principal sintoma e aumenta à medida que são solicitadas atividades de níveis mais altos. Com a avanço da doença a dor pode aumentar e se fazer presente até mesmo em repouso, surgindo crepitações ou corpos soltos dentro da articulação, claudicação e limitação maior de movimentos, além de outras anormalidades[5-6].

O procedimento cirúrgico tem como objetivo substituir a articulação natural doente ou fraturada, por uma articulação artificial (prótese). Essa substituição permite a troca da cabeça do fêmur e do acetábulo pelo componente femoral e acetabular da prótese [7]. A ATQ está indicada nos casos de dor grave incapacitante, secundária à artrose, que não apresentou melhora com o tratamento clínico estabelecido. A fisioterapia tem como objetivo a manutenção da amplitude de movimento e do tônus muscular. É de fundamental importância o controle do peso em paciente que possui a indicação da cirurgia. Os benefícios apresentados depois do procedimento são: alivio da dor, restabelecimento da qualidade do movimento do quadril, melhora na qualidade de vida e retorno as atividades diárias[8].