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MANUAL DE PATOLOGIA CLINICA VETERINARIA

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Por:   •  28/10/2014  •  8.502 Palavras (35 Páginas)  •  542 Visualizações

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globulinas

Manual de Patologia Clínica Veterinária

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9. 6. Bilirrubinas

Função normal

As bilirrubinas são formadas através da degradação da hemoglobina. A hemoglobina é

essencial para a manutenção da vida pois carreia e libera oxigênio para os tecidos. Em torno

de 400 milhões de moléculas de hemoglobina estão presentes num eritrócito. A hemoglobina é

uma proteína conjugada composta das frações heme e globina. A fração heme é sintetizada na

mitocôndria eritrocitária, e somente é produzida em células eritróides imaturas, até o estágio de

reticulócito. A síntese da fração globina ocorre em ribossomos no citoplasma de eritrócitos

nucleados. As diferenças nas sequências de aminoácidos das cadeias globina define a

variação morfológica intra e inter-espécie.

A síntese final de hemoglobina na hemácia acontece com a penetração do ferro a partir

da transferrina, com sua associação à protoporfirina que é sintetizada em grande parte da

glicina e succinil CoA nas mitocôndrias, para formar o heme. Uma molécula de heme está

fixada a uma das cadeias do polipeptídeo globina e uma molécula final de hemoglobina é

composta de quatro unidades heme/globina.

A hemoglobina é liberada na forma livre quando ocorre hemólise, onde a união entre a

hemoglobina e o estroma eritrocitário quebra-se por este agente hemolítico. A hemoglobina

livre no plasma é rapidamente decomposta (meia vida de 4 horas) por oxidação, liga-se à

haptoglobina e é rapidamente excretada pelos rins com hemoglobinúria, ou destruida pelo SRE

(sistema retículo endotelial). O excesso livre é oxidado em meta-hemoglobina, que se dissocia

e libera hematina. A hematina liga-se à hemopexina e albumina sucessivamente, e estes

complexos são removidos pelos hepatócitos.

Nos macrófagos o ferro da fração heme e os aminoácidos da fração globina são

reciclados para uso. A protoporfirina é degradada em biliverdina pela heme microssomal

oxigenase, na presença de oxigênio e NADPH. A biliverdina é então convertida a bilirrubina

pela bilirrubina redutase, na presença de NADPH. As aves excretam somente biliverdina, pois

não possuem bilirrubina redutase.

A bilirrubina liberada no plasma é ligada à albumina para o transporte até as células

hepáticas, onde é conjugada em ácido glicurônico pela enzima UDP - glicuronil transferase. A

bilirrubina conjugada é normalmente secretada através dos canalículos biliares e excretada

pela bile na luz intestinal. No trato intestinal a bilirrubina é degradada por bactérias (a

antibioticoterapia pode matá-las) a urobilinogênio para sua excreção via fezes, com reabsorção

parcial para a circulação geral e re-excreção biliar, no ciclo entero-hepático da bile. Pequenas

quantidades de bilirrubina conjugada e urobilinogênio normalmente escapam à re-excreção

hepática e são eliminadas na urina. A bilirrubina indireta não passa em condições normais para

a urina, devido ao alto peso molecular do complexo bilirrubina-albumina (carreador), mas são

circulantes e portanto também responsáveis pela icterícia.

Alteração das bilirrubinas

A bilirrubina é formada fisiologicamente através da degradação de hemoglobina de

hemácias velhas pelos macrófagos. A bilirrubina não conjugada (indireta) é liberada pelos

macrófagos e carreada pela albumina até o fígado. Os hepatócitos removem a bilirrubina da

albumina e formam um diglicuronato de bilirrubina (direta ou conjugada) que será secretada

pelos canalículos biliares até a bile. Deve-se lembrar que normalmente ao existir sinais clínicos

de problemas hepáticos 80% deste órgão está comprometido.

Icterícia

A icterícia pode ser detectada no exame físico ou quando o plasma ou soro é

examinado no laboratório, e nestas condições há um valor de bilirrubina total acima de 1mg/dL.

A hiperbilirrubinemia sempre indica doença hepatobiliar ou hematopoiética. Entretanto, há

doenças hepáticas e hematopoiéticas não relacionadas com a icterícia, e as doenças nestes

sistemas podem ser ainda secundárias a outras doenças. A presença ou ausência de icterícia

não pode ser avaliada com sentido diagnóstico ou prognóstico. Septicemia, ruptura vesical e

enterites algumas vezes podem causar disfunção hepática secundária, podendo ocorrer

icterícia.

Hiperbilirrubinemia

O aumento de bilirrubina, caracterizado pela icterícia, pode ser classificado quanto à

sua origem de três formas. Liberação de bilirrubina em grande quantidade na circulação: préhepática;

falha de conjugação: hepática e deficiência na secreção: pós-hepática.

Lopes, Biondo e Santos. Santa Maria, 2007

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Pré-hepática

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