Muscular
Artigos Científicos: Muscular. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: leidianewilliam • 8/9/2013 • 2.019 Palavras (9 Páginas) • 607 Visualizações
INTRODUÇÃO.
Saúde é direito de todos
A saúde é direito de todos e dever do Estado". Esta é uma conquista do povo brasileiro. Toda conquista é, entretanto, resultado e início de um outro processo.
Em 1988, votamos a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Com ele afirmamos a universalidade, a integralidade e a eqüidade da atenção em saúde. Com ele também apontamos para uma concepção de saúde que não se reduz à ausência de doença, mas a uma vida com qualidade.
Muitas são as dimensões com as quais estamos comprometidos: prevenir,cuidar, proteger, tratar, recuperar, promover, enfim, produzir saúde.
Muitos são os desafios que aceitamos enfrentar quando estamos lidando com a defesa da vida, com a garantia do direito à saúde. Neste percurso de 15 anos de SUS, acompanhamos avanços que nos
alegram, novas questões que demandam outras respostas, mas também
problemas que persistem sem solução, impondo a urgência seja de
aperfeiçoamento do sistema, seja de mudança de rumos.
Especialmente num país como o Brasil, com as profundas desigualdades
socioeconômicas que ainda o caracterizam, o acesso aos serviços e aos
bens de saúde com conseqüente responsabilização de acompanhamento
das necessidades de cada usuário permanece com graves lacunas.
A esse quadro acrescente-se a desvalorização dos trabalhadores de saúde,
expressiva precarização das relações de trabalho, baixo investimento num
processo de educação permanente desses trabalhadores, pouca
participação na gestão dos serviços e frágil vínculo com os usuários.
Um dos aspectos que mais tem chamado a atenção quando da avaliação
dos serviços é o despreparo dos profissionais para lidar com a dimensão
subjetiva que toda prática de saúde supõe. Ligado a esse aspecto, um
outro que se destaca é a presença de modelos de gestão centralizados e
verticais desapropriando o trabalhador de seu próprio processo de
trabalho.
O cenário indica, então, a necessidade de mudanças. Mudanças no
modelo de atenção que não se farão, a nosso ver, sem mudanças no
modelo de gestão.
Humanização
Queremos um SUS com essas mudanças. Para isso, estamos construindo
uma política que nomeamos Política Nacional de Humanização da
atenção e gestão no Sistema Único de Saúde Humaniza SUS.
Por humanização entendemos a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e
gestores. Os valores que norteiam esta política são a autonomia e o
protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o
estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no
processo de gestão.
Queremos um SUS humanizado. Entendemos que essa tarefa nos convoca
a todos: gestores, trabalhadores e usuários.
Queremos um SUS em todas as suas instâncias, programas e projetos
comprometido com a humanização.
Queremos um SUS fortalecido em seu processo de pactuação democrática
e coletiva.
Enfim, queremos um SUS de todos e para todos. Queremos um SUS
humanizado!
O documento que ora apresentamos é produto da contribuição de muitos
que se envolveram na proposição da Política Nacional de Humanização.
O Ministério da Saúde entende que tem a responsabilidade de ampliar
esse debate, de sensibilizar outros segmentos e, principalmente, de tornar
a humanização uma política pública de saúde.
A Medicina desumanizada e as tentativas de humanização
A humanização da Medicina assume notável protagonismo na agenda dos educadores na
Academia e dos gestores nos diversos Sistemas de Saúde. O motivo é claro: nos dias de
hoje a Medicina tem de ser forçosamente humana se quer pautar-se pela qualidade e pela
excelência. Humanizar a Medicina é, assim, além de uma obrigação educacional uma
condição de sucesso para o profissional de saúde.
O modo mais prático de perceber esta necessidade é observar as consequências que a sua
ausência provoca. Quando existe um clamor pela Humanização de uma situação, de uma
atitude ou profissão é porque de algum modo se reclama algo que se entende como
essencial em determinada circunstância concreta. No caso da Medicina as chamadas de
atenção costumam vir da parte do paciente, como advertência que orienta na recuperação
de algo que, tendo-se o direito de esperar do médico e da Medicina, não se encontra na
prática.
As advertências provenientes do paciente dificilmente recaem no aspecto técnico da
Medicina, até porque o paciente não possui habitualmente recursos para avaliar
corretamente deficiências dessa ordem.
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