Notas sobre Transmissão sináptica
Projeto de pesquisa: Notas sobre Transmissão sináptica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: melissacs • 1/2/2015 • Projeto de pesquisa • 2.286 Palavras (10 Páginas) • 281 Visualizações
Prof. FRANCESCO LANGONE
Anotações sobre
Transmissão Sináptica
Conceitos gerais
A transmissão sináptica ocorre em regiões especializadas de contato entre neurônios denominadas sinapses.
As sinapses podem ser elétricas ou químicas
Nas sinapses elétricas as regiões de contato, denominadas "junções gap", permitem a comunicação entre os citoplasmas dos neurônios. Através dessas regiões podem trafegar íons e moléculas de pequenas dimensões. Desta forma, a transmissão sináptica pode ocorrer pela direta propagação da corrente iônica entre os neurônios. Ela é eletrotônica e pode ser uni ou bidirecional. As sinapses elétricas são rápidas e permitem, por exemplo, a atividade sincronizada de grupamentos de neurônios acoplados morfológica e funcionalmente.
Nas sinapses químicas o terminal pré-sináptico é especializado para a liberação de um transmissor químico contido em vesículas intracelulares. O neurônio pós-sináptico esta especializado para receber a mensagem química através de receptores protéicos específicos.
Os receptores podem ser de três tipos:
receptor ionotrópico receptor metabotrópico receptor tirosina quinase
O receptor inotrópico é também um canal iônico que pode ser ativado através da ligação com a molécula neurotransmissora.
O receptor metabotrópico está funcionalmente acoplado a um canal iônico, ou a uma enzima que sintetiza o segundo mensageiro intracelular, através de um proteína G.
O receptor quinase é o próprio efetor quinase
Transmissão sináptica que envolve receptores ionotrópicos é denominada direta, enquanto que as que envolvem receptores metabotrópicos ou tirosina quinase são ditas indiretas.
A liberação de milhares de moléculas neurotransmissoras por cada vesícula sináptica constitui um importante mecanismo de amplificação da transmissão de informações nas sinapses químicas.
As sinapses químicas são extremamente plásticas, podendo ser grandemente influenciadas por fatores que modulam seu funcionamento. Tal plasticidade das sinapses químicas pode ser a base fisiológica dos processos de aprendizagem e memória.
As sinapses elétricas também podem ser moduladas pelo pH e Ca2+ intracelular, pela voltagem, pela ação de quinases, mas em geral são menos plásticas que as sinapses químicas.
Potenciais pós-sinápticos e Integração sináptica
O disparo de potencial de ação por um neurônio é determinado pela interação de dezenas a milhares de botões sinápticos que atingem seu corpo celular e dendritos. A atividade desses botões produz efeitos despolarizantes (potencial excitatório pós-sináptico, PEPS) ou hiperpolarizantes (potencial inibitório pós-sináptico, PIPS) na membrana pós-sináptica.
Os PEPS resultam do aumento da condutância a cátions e seu potencial de inversão é próximo de 0 mV, ao passo que os PIPS resultam de um aumento na condutância ao Cl-, sendo o potencial de inversão próximo ao potencial de equilíbrio do Cl- (-60mV). Outras vezes podem resultar de um aumento na condutância ao K+ e o potencial de inversão é próximo ao potencial de equilíbrio do K+ (-90mV)
Esses efeitos deverão ser integrados temporal e espacialmente pelo neurônio pós-sináptico.
A integração dos PEPS e PIPS é realizada em uma região especializada do neurônio, com alta densidade de canais de Na+ dependentes de voltagem, a qual lhe confere um baixo limiar de excitabilidade. Essa região de disparo de potenciais de ação corresponde à porção do axônio mais próxima do corpo celular, denominada cone de implantação.
É interessante lembrar que neurônios com uma árvore dendrítica muito extensa possuem em seus dendritos zonas especializadas de disparo, ricas em canais de Ca2+ dependentes de voltagem que potencializam o efeito excitatório das sinapses despolarizantes.
A propagação dos efeitos despolarizantes e hiperpolarizantes em direção à região de disparo depende das propriedades elétricas passivas da membrana do neurônio pós-sináptico, particularmente de suas constantes de tempo e de espaço. Assim, a geometria dos neurônios e a localização do botões sinápticos tem um importante papel na integração sináptica.
Nas sinapses axo-axônicas o "input" sináptico serve principalmente para modular a liberação do neurotransmissor pelo neurônio pós-sináptico e não contribui para a deflagração do potencial de ação.
No sistema nervoso dos vertebrados, os PEPS são mediados principalmente pelo neurotransmissor glutamato.
Os receptores para o glutamato podem ser ionotrópicos ou metabotrópicos.
Os receptores ionotrópicos são de dois tipos:
NMDA (N-Metil-D-Aspartato) e não-NMDA.
Os receptores canal do tipo não-NMDA permitem a passagem de Na+ e K+, porém não permitem a passagem de Ca2+.
Os receptores canal do tipo NMDA conduzem Na+, K+ e Ca2+ e possuem uma característica singular, eles são bloqueados por Mg2+ extracelular. O fluxo de Ca2+ através do canal depende da remoção deste bloqueador, a qual depende da despolarização da membrana pós-sináptica. Assim, esse tipo de canal requer para o seu funcionamento a ação do glutamato e a variação do potencial de membrana.
A sensibilidade à voltagem e a capacidade de conduzir Ca2+ (o qual pode ativar uma proteína quinase dependente da Calmodulina) confere ao canal do tipo NMDA um papel importante na plasticidade sináptica.
No sistema nervoso dos vertebrados, os PIPS são mediados principalmente pelo neurotransmissor GABA (ácido gama aminobutírico) e em menor extensão pela Glicina.
Os receptores do GABA podem ser inotrópicos (GABAA) ou metabotrópicos
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