O Desastre de Chernobyl Discovery Channel

O desastre de Chernobyl

Em 1986, os operadores da usina de Chernobyl, localizada na cidade de Pripyat na Ucrânia (na época era parte da União Soviética), realizavam um experimento com o reator 4, no momento dos testes de capacidade de energia acredita-se que por erro humano houve sobrecarregamento de temperatura no sistema hidráulico do reator, dando assim início a maior explosão nuclear da história.

Em 26 de abril de 1986, saía da usina Chernobyl um cogumelo de um quilômetro de altura anunciando uma enorme explosão, que liberou em excesso o urânio (elemento químico de grande poder radioativo) que em contato com o ar pegou fogo e também foi lançado na atmosfera junto com uma grande quantidade de Césio-135.

O governo manteve sigilo nas primeiras horas do acidente, expondo assim milhares de famílias a doses extremamente altas de radiação. Lembrando que as doses maiores de radiação foram extravasadas nos dez primeiros dias após a explosão.

No dia seguinte (27/04/1986) chegaram as tropas para fazer a medição de radiação na cidade, constatavam níveis elevados, cerca de 600 vezes maior que a quantidade inofensiva de radiação. Nessa mesma data as autoridades da cidade iniciaram a evacuação da população ficando apenas as autoridades e os cientistas.

Apenas após dois dias da explosão (28/04/1986), a Suécia detectou aumento de radiação e foi publicada a primeira alerta sobre a presença de radiação e um possível acidente, mas sem nenhum comunicado enviado para fora da união soviética, evacuando assim pessoas das cidades e áreas vizinhas.

No terceiro dia Moscou enviou 80 helicópteros na tentativa de conter o fogo jogando toneladas de materiais, como areia e chumbo, sobre o reator que ainda queimava, essa se estendeu por vários dias.

As pessoas afetadas pela explosão foram transferidas para o Hospital 6 em Moscou, o único especialista em doenças causadas por exposição à radiação. Como a radiação só apresenta reação física tardia, muitos pacientes chegam aos hospitais sãos, mas com o tempo surgiam as queimaduras de tecidos, tumores, patologias na medula.

Em 01 de maio de 1986, as autoridades convidavam as pessoas que permaneceram na cidade para participar do dia do trabalhador, mesmo sabendo que a radioatividade era alta e os riscos ainda maiores, até esse momento eram apenas especulações, nenhuma notícia oficial de Chernobyl (só publicada oficialmente 17 das após a tragédia).

Os cientistas chegaram ao local dia 05 de maio, e cogitaram uma segunda explosão muito mais forte que a anterior, reunindo assim pessoas especializadas para despejar chumbo para diminuição da radiação e outros materiais, a quantidade era tão grande que até hoje ainda há sinais de chumbo nos doentes de Chernobyl. Com as pesquisas os trabalhadores que entraram no local descobriram que a radiação estava próxima de contaminar o solo iniciando assim mais uma operação, cavando um túnel profundo para resfriar o reator, pela falta de equipamentos de segurança houve mais mortes.

Para retirar os lixos radioativos foram convocados militares, cidadãos, trabalhadores, enfermeiros e médicos com a intenção de acabar de vez com a radiação e dar suporte a quem trabalharia, e assim inicia-se a “Liquidação do acidente de Chernobyl”, batizada assim pelos envolvidos na operação. Só em novembro de 1986 o sarcófago que abriga o reator foi concluído, ele absorve a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos.
A cidade de Chernobyl se tornou uma cidade fantasma, os animais foram sacrificados, as últimas vilas foram evacuadas, casas demolidas, o lixo  radioativo foi desativado, removidos e partes cobertas com concretos, no entanto hoje ainda há sinais de radiação no solo.
A maioria dos liquidadores, trabalhadores, militares, pilotos, cientistas que se arriscaram e se contaminaram para evitar situações piores morreram junto a população, já os que sobreviveram com muitos traumas parecem terem sido esquecidos recebem pensões que já foram reduzidas algumas vezes, a maioria já estão inválidos pelas inúmeras complicações sistêmicas consequentes da radiação.
Apesar das milhares mortes, feridos, abortos e deformidades poucos foram oficialmente publicados e se tornaram dados, até hoje não se sabe ao certo a quantidade de radiação recebida pelas pessoas, tudo isso foi encoberto e omitido na separação da união soviética, aproveitaram o caos político para pôr as mãos em documentos e em um relatório de 600 páginas que tinha sido produzido enquanto acontecia o desastre, mais tarde a verdade vem à tona através do mesmo, junto com histórico de canceres de tireoide relacionados ao acidentes.
Os efeitos desse acidente mesmo depois de tantos anos assombram os sobreviventes, que são portadoras de doenças, foram tirados de suas casas, removendo a cultura e tradição de um dia para o outro, todas as vítimas sofreram imensos traumas físicos, psicológicos e sociais passando muitas vezes preconceito por suas histórias cruzarem esse acidente radioativo.

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