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Desastres provocados por vazamento de petróleo

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Por:   •  12/9/2013  •  Seminário  •  2.834 Palavras (12 Páginas)  •  514 Visualizações

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Desastres provocados por vazamento de petróleo

Desde o dia 20 de abril, uma enorme mancha de petróleo vem se espalhando pelo Golfo do México, uma reentrância do Atlântico que banha cinco estados americanos, além do país que lhe dá o nome. O borrão tenebroso é resultado da explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon, fincada a 60 quilômetros da costa da Louisiana. Na segunda-feira, o presidente americano Barack Obama chegou a comparar o desastre aos atentados terroristas de 11 de setembro. O vazamento já é considerado o maior desastre do tipo na história dos EUA. Em todo o mundo, tragédias ambientais provocadas por derramamento de petróleo são um problema frequente.

Até o acidente com a Deepwater Horizon, o pior vazamento já registrado em território americano foi provocado pelo acidente com o petroleiro Exxon Valdez, em 1989. Após se chocar com uma rocha no Alasca, o navio deixou vazar para o mar 42.000 toneladas de petróleo. A empresa chegou a gastar 1 bilhão de dólares para conter a mancha negra que se espalhou por 250 quilômetros quadrados.

Em 2001, um navio derramou 700.000 litros de óleo em santuário ecológico: o arquipélago de Galápagos, lugar que serviu de laboratório para Charles Darwin colher os dados decisivos para colocar de pé a teoria da evolução. A maré viscosa chegou a se estender por 100 quilômetros quadrados, o equivalente à metade da área da cidade do Recife. Antes de se dispersar em manchas menores pelas águas do Pacífico, emporcalhou dezenas de focas, aves e iguanas, num dos mais delicados ecossistemas do planeta.

A brasileira Petrobras também já foi a responsável por acidentes de grande repercussão – mas nem sempre punida de forma exemplar. Em 2000, por exemplo, uma sucessão de erros de funcionários da estatal provocou um acidente que emporcalhou dois rios e despejou 4 milhões de litros de petróleo no Paraná. O óleo vazou de um duto na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no município de Araucária, e espalhou-se pelos rios Barigui e Iguaçu até a cidade de Balsa Nova.

Meses antes, houve um acidente do tipo em instalações da Petrobras na Baía de Guanabara. Dois diretores perderam o cargo de confiança, mas nenhum deles ficou sem o emprego, já que eram concursados. Um operador pegou 29 dias de suspensão, mas teve seu salário pago pelo Sindicato dos Petroleiros.

Entre os anos 2000 e 2001, os dutos da empresa foram responsáveis por quatro vazamentos gigantes, que despejaram 5,5 milhões de litros de óleo por lagoas, rios e baías. A maré de azar da estatal agravou-se com o acidente na então maior plataforma do mundo em capacidade de produção de petróleo – a P-36, instalada na Bacia de Campos. Três explosões no local mataram dez pessoas, deixaram uma ferida gravemente e desativaram a plataforma.

O Brasil, obrigatoriamente, terá de prestar atenção nas lições do desastre no Golfo do México. O país extrai do oceano 90% do petróleo que produz. São 826 poços marítimos, 200 deles em águas profundas. Os desafios tecnológicos e relativos à segurança se tornarão exponencialmente maiores no país quando começar a exploração comercial do petróleo localizado na camada pré-sal do oceano. Nunca se extraiu petróleo de uma profundidade tão grande. A exploração de petróleo em profundidade oceânica superior a 1 000 metros, chamada de prospecção em águas profundas, ocorre em larga escala há apenas duas décadas.

Hoje, 6% do petróleo produzido no mundo provém de poços com essas características e estima-se que essa porcentagem dobre nos próximos vinte anos. Ou, pelo menos, era a essa a previsão até o vazamento no Golfo do México. A falha da válvula de segurança da plataforma e os repetidos fiascos nas tentativas de estancar o petróleo mostram que a prospecção em alto-mar é uma empreitada que envolve riscos elevados demais para quem trabalha na operação e também para o ambiente.

http://veja.abril.com.br/blog/acervo-digital/ambiente/desastres-provocados-por-vazamento-de-petroleo/

O petróleo e a agressão ao meio ambiente

A utilização do petróleo traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo de extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustível, com vazamentos em grande escala de oleodutos e navios petroleiros.

No Brasil, os piores acidentes aconteceram em oleodutos da Petrobras, na Baía de Guanabara e no Paraná. Para enfrentar os riscos ambientais a Petrobras criou o Programa Pégaso e várias universidades brasileiras desenvolvem pesquisas para criar formas eficientes para a limpeza de áreas degradadas.

O mais recente vazamento de petróleo com graves conseqüências ambientais aconteceu no final de novembro, com o afundamento de um petroleiro na costa da Espanha que transportava 77 mil toneladas de óleo combustível. O acidente pode se tornar uma das maiores catástrofes ambientais da história causadas por vazamento de óleo. O navio Prestige, das Bahamas, afundou no dia 19 de novembro a 250 quilômetros da região da Galícia. O vazamento de óleo já atingiu as praias e as encostas da Espanha. Segundo as organizações ambientais, entre 10 a 15 mil pássaros foram afetados.

Em termos de catástrofe ambiental, um dos maiores acidentes aconteceu com o petroleiro Exxon-Valdez em 1989, quando o vazamento destruiu parte da fauna da costa do Alasca.

Para o Greenpeace, o uso de combustíveis fósseis não renováveis sempre oferecerá riscos para a natureza, como afirma John Butcher, da Campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace brasileiro. "O problema é muito maior, a questão para evitar acidentes não se resume à manutenção e fiscalização. Sempre haverá um risco contínuo com esses tanques enormes. O problema é a matriz energética e o Greenpeace defende a substituição e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis por fontes renováveis alternativas como a energia eólica, solar e a energia das marés", diz Butcher.

Para minimizar os efeitos dos acidentes e vazamentos, existem várias iniciativas governamentais no Brasil. A principal delas é a Recupetro (Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas). Com a coordenação do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Recupetro reúne 13 Redes Cooperativas de Pesquisa do Setor de Petróleo e Gás Natural nas Regiões Norte e Nordeste financiadas pelo CT-Petro (veja texto), CNPq e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Ao todo, são 226 pesquisadores e cerca de 2,2 mil participantes indiretos,

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