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O Uso De Inoculante Em Leguminosas

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Por:   •  21/1/2014  •  1.787 Palavras (8 Páginas)  •  689 Visualizações

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O USO DE INOCULANTE EM LEGUMINOSA

Renato Cassol de Oliveira¹,Cleliton de Oliveira Lima²,Lucas Daniel Barbosa² Ney

Resumo - O nitrogênio é o principal elemento utilizado pelas plantas e o mais caro. A única alternativa para a absorção deste elemento de forma gratuita é a utilização de bactérias que se associam com diversas plantas. Pesquisadores estudam a ação dessas bactérias através do uso de inoculantes há várias décadas. Inoculante é todo material contendo microorganismos e que atua favoravelmente no desenvolvimento das plantas. O inoculante é um produto natural, que não causa prejuízo para o meio ambiente. Além disso, o uso deste produto aumenta a produtividade da lavoura, reduz o uso de fertilizantes nitrogenados, melhora a qualidade do solo e garante uma economia para o agricultor que deixa de gastar com fertilizantes. O inoculante para plantas leguminosas contém bactérias fixadoras de nitrogênio chamadas rizóbios que em contato com as raízes das leguminosas, induzem a formação de pequenas bolinhas como nódulos. No interior dos nódulos ocorre o processo de aproveitamento do nitrogênio do ar. A bactéria passa a fixar o nitrogênio atmosférico em compostos orgânicos que são utilizados pela planta, diminuindo uso de adubos nitrogenados. Este processo é chamado de fixação biológica de nitrogênio.

Palavras – chave: inoculante, nitrogênio, Rhizobium, leguminosas, orgânicos.

Introdução

O nitrogênio é um dos elementos mais abundantes na terra, 81% do ar atmosférico são compostos de nitrogênio, porém é um dos mais escassos no solo, seja para nutrição vegetal ou animal (em forma de proteínas). Na atmosfera o nitrogênio encontra- se sob forma de N², uma molécula formada por dois átomos de nitrogênio unidos por uma tríplice ligação extremamente estável por isso requer uma elevada energia de ativação para que venha reagir com outros elementos. Na forma natural o nitrogênio só é rompido durante as tempestades, onde a energia das descargas elétricas fornece as condições necessárias para a quebra da molécula e a combinação com o oxigênio, formando óxidos solúveis em água e que vão formar nitratos absorvíveis pelas plantas. Nas indústrias para romper a molécula e combinar seus átomos com hidrogênio formando a amônia e daí derivando para uréia, sulfato de amônia etc., é necessária uma temperatura de 5000ºC a 250 atm de pressão. Portanto esse processo consome grande quantidade de energia o que torna os derivados de nitrogênio relativamente caros. (Freire, J.R.J. Fixação do Nitrogênio pela Simbiose Rhizobio/Leguminosa. In: Cardoso, E.J.B.N, Tsai SM Neves, M.P.C (eds). Microbiologia do Solo. Campinas, sociedade Brasileira de ciência do Solo, 1992).

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¹ Professor de Microbiologia Agrícola do Curso de Agronomia 2º Período,FAG

² Alunos do Curso de Agronomia 2º Período

Fixação biológica de nitrogênio.

Na natureza existe um sistema natural para transformar o nitrogênio atmosférico molecular em formas acessíveis para as plantas e a partir daí, para os animais. Um numero restrito de microorganismos forma um enzima chamada nitrogenase, que é capaz de clivar a molécula de nitrogênio e a combinação de seus átomos com hidrogênio, formando a amônia em condições ambientes de pressão e temperatura. Alguns desses microorganismos vivem de forma livre nos solos (Azotobacter, Beijerinckia, Derxia, Clostridium) outros vivem nas superfícies das raízes (Azospirillum) outros no caule e folhas de algumas plantas (Herbaspirillum, Frankia) e outro grupo a qual aqui nos interessa que embora possa viver de forma livre nos solos, só fixam nitrogênio quando em simbiose com plantas da família das leguminosas (Rhizobium e Bradyrhizobium).

O processo de Simbiose

Simbiose (SIM = junto e BIOS = vida, vida em conjunto) é a relação que ocorre entre dois ou mais organismos de espécies diferentes, de forma mutuamente vantajosa. Essa associação íntima entre organismos ocorre em plantas, animais, fungos, bactérias, etc., onde cada um contribui positivamente beneficiando a sobrevivência do outro e a de si próprio.

Existem dois tipos de Simbiose, a forçada e a facultativa.

Simbiose Forçada: Os organismos são obrigados a manterem uma inter-relação simbiótica para sobreviverem.

Simbiose Facultativa: Quando não existe obrigatoriedade na inter-relação, dando maior chance de sobrevivência para o organismo.

Existem várias relações simbióticas. Alguns organismos podem viver dentro de outros, como os endosimbiontes, que vivem no meio de células ou no interior dos tecidos do corpo de outro organismo.

As Bactérias Simbióticas

As bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium são (Gram-negativas) especificas para determinados grupo de plantas, as leguminosas. Ao se cultivar leguminosas introduzidas, a espécie pode associar-se com rizóbios nativos ou com estirpes de Rhizobium introduzidas no solo por meio de inoculação nas Sementes (Bala et al., 2003).

Figura 1-Bacteróides Rizóbios em nódulos de feijão

Figura 2 – Raiz de soja com nódulos de Bradyrhizobium

A Inoculação

O inoculante é definido em lei “como todo produto a base de microorganismo capaz de favorecer o desenvolvimento de plantas”. Assim os produtos a base de Rhizobium e Bradyrhizobium são chamados de inoculantes para leguminosas. A produção industrial de inoculantes teve início no Brasil em 1956, com uma empresa do Rio Grande do Sul. Mas foi a partir da década de 70, com a expansão da cultura de soja no sul do Brasil e depois com sua expansão para o Brasil Central, que a produção de inoculantes teve sua maior expansão. No início a tecnologia usada para produção de inoculantes baseava-se em pequenos fermentadores de vidro com capacidade para

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