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O Uso Do Micofenolato De Mofetil No Tratamento Do Lúpus Eritematoso Sistêmico.

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Por:   •  30/4/2013  •  3.995 Palavras (16 Páginas)  •  1.302 Visualizações

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O uso do Micofenolato de mofetil no tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico.

The use of mycophenolate mofetil in Systemic Lupus Erythematous treatment.

1Camila Reis Valevein Rodrigues, 1Fabiana Gutiha, 2 Carina Blatt.

1 Acadêmicas do Curso de Farmácia.

2 Professora do Curso de Farmácia.

(*) Autor para correspondência:

RESUMO

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica inflamatória do tecido conjuntivo, que acomete múltiplos órgãos e várias localizações, podendo estar associada a outras doenças autoimunes. O LES pode atingir ambos os sexos e todas as idades, com maior frequência em mulheres jovens em idade fértil. Foi realizada uma revisão da literatura nos bancos de dados do Pubmed e Micromedex, identificando estudos que avaliam o uso do MMF nas terapias de indução de remissão e manutenção de LES. Em Santa Catarina, os medicamentos: azatioprina (AZA), ciclosporina (CPR) e micofenolato de mofetil (MMF), são fornecidos, gratuitamente pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica CEAF, do SUS, em Florianópolis dispensado pela Farmácia Escola em parceria com a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF). Os pacientes atendidos por esse programa obedecem a critérios de inclusão/exclusão, avaliados durante a abertura de processo específico. O objetivo desse trabalho foi verificar a eficácia do uso de micofenolato de mofetil e compará-lo aos outros medicamentos utilizados para LES. Verificou-se o número de 45 pacientes no cadastro da Farmácia escola, com o CID M32.1 e M32.8 referente ao LES, sendo que 3 eram homens e 42 eram mulheres, confirmando assim a predominância da doença em mulheres. O medicamento mais prescrito é a azatioprina, um total de 29 pacientes, seguido do micofenolato de mofetil, em um total de 13 indivíduos, por fim a ciclosporina, prescrita a dois pacientes. No entanto, segundo a portaria 2981/MS de 26 de novembro de 2009, o MMF é padronizado pelo CEAF apenas para os CIDs T86.1, Z94.0, Z94.1 e Z94.4, referentes a transplantes. Essa situação leva os pacientes de LES com indicação de uso do MMF a buscar o medicamento via processo judicial, o que pode causar um impacto financeiro ainda maior ao estado, visto que envolve compra direta e ainda gastos com defensoria pública. Esses dados justificam a necessidade da criação de um protocolo clínico específico para Lúpus, pois o uso dos protocolos clínicos e das diretrizes terapêuticas é a garantia de que o paciente terá no SUS um tratamento seguro, com cuidados assistenciais e condutas diagnósticas e terapêuticas definidas a partir de critérios técnicos e científicos de eficácia e efetividade.

Palavras-chave: lúpus eritematoso sistêmico, micofenolato de mofetil, protocolos clínicos.

ABSTRACT

Lupus Erythematosus (SLE) is a chronic inflammatory autoimmune disease of connective tissue that affects multiple organs and multiple locations, may be associated with other autoimmune diseases. SLE can affect both sexes and all ages, more often in young women of childbearing age. We performed a literature review of databases Pubmed and Micromedex, identifying studies that evaluate the use of MMF therapy in remission induction and maintenance of SLE. In Santa Catarina, drugs: azathioprine (AZA), cyclosporine (CPR) and mycophenolate mofetil (MMF), are provided free by the CEAF (Component Specialized Pharmaceutical Services), SUS, dispensed by the Pharmacy School in partnership with Florianópolis. The patients take part in this program according to criteria of inclusion / exclusion were evaluated for the opening of specific process. The aim of this study was to assess the efficacy of mycophenolate mofetil and compare it to other medications used for SLE. There are 45 patients in the register of pharmacy school, with the CIDs M32.1 and M32.8 refers to SLE, and 3 were men and 42 were women, thus confirming the prevalence of disease in women. The most prescribed drug is azathioprine, a total of 29 patients, followed by mycophenolate mofetil in a total of 13 individuals finally cyclosporine, prescribed to two patients. However, according to the ordinance 2981/MS of November 26, 2009, the MMF is standardized only by the CIDs T86.1, Z94.0, Z94.1 and Z94.4, referring to transplants. This situation makes the SLE patients with indication for use of MMF to get medication through the judicial process, which can cause an even greater financial impact to the state, since it involves direct purchase and still spending public defender. These data support the necessity of creating a clinical protocol specific for lupus, because the use of clinical protocols and therapeutic guidelines is to ensure that the patient will have a safe treatment in the SUS, with supportive care and diagnostic and therapeutic set from scientific and technical criteria of efficiency and effectiveness.

Keywords: lupus erythematosus, mycophenolate mofetil, clinical protocols.

INTRODUÇÃO

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica inflamatória do tecido conjuntivo, que acomete múltiplos órgãos de várias localizações e pode estar associada a outras doenças autoimunes. Possui etiologia multifatorial podendo apresentar importantes distúrbios imunológicos, com a presença de anticorpos dirigidos que atacam principalmente antígenos nucleares, causando a inflamação crônica característica das doenças autoimunes. O LES pode atingir ambos os sexos e todas as idades, no entanto em geral a frequência é maior em mulheres jovens em idade fértil, acorrendo numa proporção de 10 mulheres para cada homem (UMBELINO JÚNOR, 2010; FREIRE, 2011).

A maioria dos dados epidemiológicos relacionados ao LES vem de países como EUA e Inglaterra, sendo que, no Brasil, é escassa a literatura sobre a epidemiologia dessa doença. Referências internacionais mostram uma incidência variando entre 1,15 e 9,3

de casos a cada 100,000 Habitantes / ano. Segundo pesquisas realizadas sobre a incidência da doença no Brasil, na Cidade de Natal - RN, mostrou uma incidência de 8,7 casos/100.000 Habitantes / ano, acima da maioria dos dados internacionais publicados (NAKASHIMA, 2011).

Apesar de não se conhecer sua etiologia, considera-se que uma série de fatores pode desencadear o LES, entre elas fatores genéticos, por exemplo, a maior incidência da doença em parentes de primeiro e segundo graus; fatores ambientais, como mutações causadas por infecções virais, medicamentos, substâncias químicas, raios

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