O Uso Dos Fitoterápicos
Ensaios: O Uso Dos Fitoterápicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 16/8/2014 • 795 Palavras (4 Páginas) • 331 Visualizações
AROEIRA
Alves (2005) avaliou a atividade antimicrobiana in vitro da aroeira sobre os microorganismos da cavidade oral,observando que o extrato hidroalcoólico dessa planta apresentava atividade bactericida e bacteriostática sobre o
S. mutans, o S. mitis, o S. sobrinus, o S. sanguis e o L. casei, como também ação antifúngica sobre a C. albicans, a C. tropicalis e a C. krusei. O referido autor verificou também que a aroeira exibia ação antiaderente in vitro semelhante à clorexidina 0,12%, demonstrando a capacidade dessa planta em inibir a síntese do glucano pela glicosiltransferase.
Nas condições experimentais do estudo de Gomes (2008), a raspagem e alisamento radicular isolada e também associada a irrigações subgengivais com clorexidina, aroeira e soro fisiológico reduziram sensivelmente os índices de profundidade de sondagem periodontal, sangramento gengival e supuração à sondagem, quando realizados uma vez por semana por um período relativamente prolongado (um mês e um mês e meio). No entanto o
procedimento mecânico de raspagem e alisamento radicular, utilizando instrumentos manuais, associado à irrigação com qualquer uma dessas três substâncias demonstrou uma tendência a obter melhores resultados com relação ao sangramento gengival e à supuração à sondagem do que somente quando procedimentos mecânicos foram realizados; e a raspagem associada à irrigação com aroeira representou, no experimento em questão, o único tratamento estatisticamente significativo, baseado nas diferenças de sondagem periodontal entre o primeiro e o último dia de exame.
A irrigação subgengival com Clorexidina obteve resultados superiores no tocante à redução do sangramento gengival à sondagem do que a irrigação com aroeira, a qual, por sua vez, apresentou um melhor desempenho no que diz respeito à redução da profundidade de sondagem quando comparado ao desempenho apresentado pela irrigação com a clorexidina, o que sugere que a aroeira, de fato, exibe uma considerável ação antimicrobiana, semelhante, ou até mesmo, superior a da clorexidina, entretanto não parece exibir uma boa ação antiinflamatória.
Em resumo, a aroeira (Schinus sp.) possui ação antimicrobiana, anti-inflamatória e antiulcerogênica, sendo utilizada como antisséptico e no tratamento de estomatites. Além disso, apresenta atividade bactericida e bacteriostática sobre Streptococus mutans, Streptococus mitis, Streptococus sobrinus, Streptococus sanguis, (Lactobacillus casei) e ação antifúngica sobre Cândida albicans, Cândida tropicalis e Cândida krusei (Brandão et al., 2007). Os bochechos a base de aroeira mostram-se eficazes no controle da placa bacteriana, bem como no tratamento da gengivite crônica, com resultados similares ao da clorexidina a 0,12%, podendo assim indicada como agente terapêutico alternativo para o estabelecimento e a manutenção de um tecido gengival sadio.
ROMÃ
A P. granatum L. é rica em compostos fenólicos (antioxidantes), como antocianinas, flavonóides e ácidos fenólicos (JARDINI, 2005). Os preparos obtidos da romãzeira (flor, fruto e casca da árvore) são popularmente usados para tratar vários problemas de saúde. As flores são usadas para tratamento da gengiva, prevenindo a perda dentária, bem como apresenta atividades adstringente e hemostática.
Pereira et al. (2001) avaliaram in vitro a ação do extrato hidroalcoólico da P. granatum sobre microrganismos predominantes no biofilme supragengival e potencialmente Cariogênicas (S. mitis, S. mutans e S. sanguis). Todas as
linhagens apresentaram-se sensíveis ao extrato.
Vasconcelos et al. (2003) avaliaram a capacidade antifúngica de um gel contendo extrato de P. granatum na infecção por cândida associada à estomatite pelo uso de dentadura, comprovada em exames clínicos e microbiológicos. Concluíram que o extrato pode ser usado como agente antifúngico tópico.
Sastravaha et al. (2003) analisaram extratos herbais no tratamento periodontal, incluindo o pericarpo da P. granatum. Sob a forma de chips biodegradáveis, os extratos foram colocados em bolsas periodontais e associados à raspagem e
alisamento radicular em pacientes adultos. No grupo com os extratos, obteve-se melhora na reparação tecidual.
Machado et al. (2003) avaliaram 14 extratos de plantas medicinais brasileiras, utilizadas no tratamento de doenças infecciosas, quanto ao seu potencial antimicrobiano frente a microrganismos resistentes de importância médica, incluindo o da Punica granatum L. (romã), o qual se mostrou eficiente contra o Staphylococcus aureus resistentes à meticilina.
Menezes (2004) utilizou o extrato hidroalcóolico da Punica granatum L. para testar o efeito inibitório deste frente às bactérias do biofilme dental em pacientes portadores de aparelhos ortodônticos. Para tanto, a amostra de 60 pessoas foi dividida em três grupos, dos quais um realizou o bochecho com o extrato de romã, outro com a solução de clorexidina e o grupo controle com água destilada. Ao fim do estudo, percebeu-se que o extrato obteve ação antimicrobiana semelhante ao observado com a clorexidina.
Em suma, a romã possui atividade antimicrobiana contra microorganismos cariogênicos e periodontopatogênicos, como S. mutans, microorganismo associado à formação do biofilme dental, tendo ação semelhante à clorexidina, além de apresentar atividade antisséptica, antibiótica e antifúngica, sendo por isso utilizada no tratamento da gengivite e de feridas bucais. Também possui um bom potencial frente a reparação tecidual de bolsas periodontais, quando associada à RACR. Devido ao seu amplo espectro de atuação, a romã é o produto natural mais indicado para uso odontológico.
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