Os principais objetivos do tratamento da hipertensão arterial
Relatório de pesquisa: Os principais objetivos do tratamento da hipertensão arterial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: daiazago • 1/5/2014 • Relatório de pesquisa • 7.581 Palavras (31 Páginas) • 757 Visualizações
Rev Bras Hipertens vol.17(1):31-43, 2010. VI Diretrizesiretrizes Brasileirasrasileiras dede Hipertensãoipertensão – DBH VI 31
Capítulo 6
Tratamento medicamentoso
6.1 Obj etivos
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é
a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares1,2.
Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão
arterial (PA), mas também os eventos cardiovasculares fatais
e não fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade. As evidências
provenientes de estudos de desfechos clinicamente
relevantes, com duração relativamente curta, de três a quatro
anos, demonstram redução de morbidade e mortalidade em
estudos com diuréticos3-6 (A), com betabloqueadores3,4,7,8 (A),
inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA)6,9-13
(A), bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II (BRA II)14-20
(A) e com antagonistas dos canais de cálcio (ACC)6,9,13,21-25
(A), embora a maioria dos estudos utilize, no final, associação
de anti-hipertensivos. Esse benefício é observado com a
redução da PA per se e, com base nos estudos disponíveis
até o momento, parece não depender da classe de medicamentos
utilizados26. Metanálises recentes indicam que
esse benefício é de menor monta com betabloqueadores,
em especial com atenolol, quando comparado aos demais
anti-hipertensivos27-29.
6.2 Princípios gerais do tratamento
medicamentoso
Os aspectos importantes na escolha do anti-hipertensivo
estão na tabela 1. Deve-se explicar aos pacientes, detalhadamente,
a ocorrência de possíveis efeitos adversos,
a possibilidade de eventuais modificações na terapêutica
instituída e o tempo necessário para que o efeito pleno dos
medicamentos seja obtido.
6.3 Escolha do medicamento
Qualquer medicamento dos grupos de anti-hipertensivos (Tabela 2)
comercialmente disponíveis, desde que resguardadas as indicações
e contraindicações específicas, pode ser utilizado para
o tratamento da hipertensão arterial.
Tabela 1. Características importantes do anti-hipertensivo
Ser eficaz por via oral
Ser seguro, bem tolerado e com relação de risco-benefício favorável ao
paciente
Permitir a administração em menor número possível de tomadas, com
preferência para dose única diária
Ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada
situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente, ressalvandose
que, quanto maior a dose, maiores serão as probabilidades de efeitos
adversos
Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações
adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação
química dos compostos
Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em
estágios 2 e 3 e para pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular
que, na maioria das vezes, não alcançam a meta de redução da pressão
arterial preconizada com a monoterapia
Ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas, salvo em situações
especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança
das associações em uso
Ter demonstração em ensaios clínicos da capacidade de reduzir a
morbidade e a mortalidade cardiovasculares associadas à hipertensão
arterial (característica para preferência de escolha)
Tabela 2. Classes de anti-hipertensivos disponíveis para uso clínico
Diuréticos
Inibidores adrenérgicos
Ação central – agonistas alfa-2 centrais
Betabloqueadores – bloqueadores beta-adrenérgicos
Alfabloqueadores – bloqueadores alfa-1 adrenérgicos
Vasodilatadores diretos
Bloqueadores dos canais de cálcio
Inibidores da enzima conversora da angiotensina
Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II
Inibidor direto da renina
Os anti-hipertensivos comercialmente disponíveis no Brasil,
por classes, estão relacionados na tabela 3, enquanto as principais
associações medicamentosas podem ser observadas
na tabela 4.
32 VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão – DBH VI
Tratamento medicamentoso
Rev Bras Hipertens vol.17(1):31-43, 2010.
Tabela 3. Anti-hipertensivos comercialmente
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