Oxido Nitroso
Pesquisas Acadêmicas: Oxido Nitroso. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: iraavi • 4/10/2014 • 1.296 Palavras (6 Páginas) • 286 Visualizações
INTRODUÇÃO
O anestésico inalatório óxido nitroso é um composto inorgânico, inodoro, de estrutura simples e linear, que, em temperatura e pressão ambiente, se apresenta na fase gasosa e é quimicamente estável. O mecanismo de ação do óxido nitroso ainda é pouco conhecido, mas certamente envolve vários tipos de receptores entre os quais os dopaminérgicos, α2 adrenérgicos, benzodiazepínicos e N-metil D-aspartato (NMDA).
O óxido nitroso possui baixa potência anestésica. Precisa ser inalado a uma pressão próxima de 0,7 Atm (530 mm Hg) para resultar em inconsciência em 50% dos pacientes, e acima de 1 Atm para prevenir movimentos musculares durante estímulo nociceptivo de incisão da pele. Devido a essa característica farmacodinâmica, o óxido nitroso é geralmente utilizado em associação com anestésicos venosos ou inalatórios.
Apesar das críticas e alertas expressos na literatura sobre a segurança da sua utilização clínica, o uso do óxido nitroso em anestesia continua frequente em todo o mundo. Os principais fatores que justificam essa situação são as suas indicações bem definidas para uso clínico1(D). Além disso, o óxido nitroso é um anestésico muito bem aceito por pacientes pediátricos, tornando possível a indução suave da anestesia sob máscara. O início rápido de ação e breve resolução do efeito, além da ausência de nefrotoxicidade ou hepatotoxicidade e de contraindicação de uso em pacientes com susceptibilidade à hipertermia maligna, são outras características que tornam o óxido nitroso opção atraente em anestesia pediátrica1(D).
INTERAÇÃO COM OUTROS ANESTÉSICOS
Anestésicos Inalatórios
Quais são os efeitos da combinação de anestésicos voláteis e Óxido Nitroso?
O óxido nitroso pode acelerar o tempo de indução da anestesia inalatória. A adição de altas concentrações de óxido nitroso a uma mistura de gases acelera a elevação da pressão parcial do anestésico volátil no final da expiração, bem como da sua pressão parcial arterial2(B). A presença de altas concentrações de óxido nitroso exerce efeitos de concentração e de segundo gás, facilitando a indução inalatória pura sob máscara, principalmente em anestesia pediátrica. O efeito de segundo gás será tão mais importante com o óxido nitroso quanto menor for a solubilidade do anestésico volátil associado. O óxido nitroso aumenta a captação alveolar do segundo gás na indução da anestesia ou quando do aumento da sua fração inspirada durante o procedimento3(B).
A adição de concentrações elevadas de óxido nitroso ao sevoflurano durante a indução da anestesia em crianças promove aceleração do equilíbrio entre as concentrações alveolar e inspirada do anestésico volátil4(D). A adição do óxido nitroso a elevadas concentrações de sevoflurano resulta em perda mais rápida da consciência5(B). A combinação de óxido nitroso 70% ao enflurano determina diminuição dos tempos de indução e de despertar da anestesia, além de menor ocorrência de problemas nas vias aéreas na intubação e de depressão respiratória (PetCO2 e apneia)6(B). Por outro lado, a adição de óxido nitroso 50% na indução da anestesia com sevoflurano se associa à maior ocorrência de fenômenos excitatórios7(B).
A indução da anestesia com sevoflurano 8% promove condições anestésicas e ocorrência de eventos adversos semelhantes, independentemente da combinação ou não de óxido nitroso 60%8(B). Não há diferença nos níveis de pressão arterial, frequência cardíaca e oximetria de pulso, bem como na ocorrência de movimento do membro durante a venopunção e de eventos adversos. Igualmente, o tempo de indução, a posição das cordas vocais no momento da intubação traqueal e as condições de intubação, assim como o tempo para despertar, são semelhantes independentemente da combinação do óxido nitroso9(A). Também não há diferença na manutenção da anestesia com sevoflurano quando o óxido nitroso foi omitido da técnica anestésica10(A). Não há diferença no consumo de opioides, no tempo para extubação e reorientação, na qualidade do despertar e da analgesia pós-operatória e na ocorrência de náuseas e vômitos pós-operatórios se o óxido nitroso for combinado ao sevoflurano10(A). O tempo e as condições para intubação traqueal foram semelhantes, a despeito da combinação do óxido nitroso que também não se associou à maior ocorrência de complicações respiratórias, mesmo em crianças com vias aéreas obstrutivas submetidas a amigdalectomias5(B).
A maioria dos dados na literatura aponta para interação aditiva entre o óxido nitroso e os anestésicos voláteis de forma a diminuir a CAM destes anestésicos em adultos e em crianças. O óxido nitroso exerce contribuição aditiva ao halotano, à medida que concentrações crescentes de óxido nitroso são combinadas, reduzindo sua CAM de modo linear11(B). O óxido nitroso também reduz a CAM do sevoflurano para inserção da máscara laríngea em crianças de forma linear e aditiva12(A), promovendo esse efeito a fim de prevenir o movimento durante a laringoscopia e intubação traqueal13(A). A administração de óxido nitroso 33% e 66% diminui linearmente a CAM do sevoflurano em 18% e 40%, respectivamente, na laringoscopia e intubação. A partir de tal efeito poupador do sevoflurano, juntamente com o conhecimento de que a administração de elevadas concentrações de sevoflurano podem determinar efeito
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