Oxigenoterapia a longo prazo em casa
Tese: Oxigenoterapia a longo prazo em casa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: joanadourado • 1/4/2014 • Tese • 2.047 Palavras (9 Páginas) • 462 Visualizações
Oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP)
Oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA
INTRODUÇÃO
A insuficiência respiratória crônica costuma ser a fase
final de diversas enfermidades respiratórias como doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar,
graves deformidades torácicas e bronquiectasias adquiridas.
Os pacientes que vivem com hipoxemia e, muitas
vezes, hipercapnia, apresentam importante comprometimento
físico, psíquico e social com deterioração da qualidade
de vida, freqüentemente de forma importante. Além
disso, esses pacientes apresentam repetidas complicações,
com numerosas internações hospitalares e conseqüente
aumento do custo econômico para todos os sistemas de
saúde.
A administração de O2 domiciliar já existe há aproximadamente
50 anos, a partir das observações do Dr. J.
E. Cotes, na Inglaterra. Entretanto, só a partir dos anos
70 é que se confirmou que a ODP melhorava a qualidade
e prolongava a expectativa de vida de pacientes portadores
de DPOC com hipoxemia crônica. Embora seja razoável
assumir que a maioria dos benefícios decorrentes dessa
forma terapêutica possa ocorrer em hipoxemia crônica
de outras etiologias, isto ainda não está totalmente
definido.
A partir de então, milhares de pacientes recebem essa
forma terapêutica em todo o mundo. No que se refere à
prevalência internacional da oxigenoterapia domiciliar,
esta varia enormemente, desde 240/100.000 habitantes
nos EUA, até 20/100.000 na Finlândia. As causas
dessa grande variação são inúmeras, não sendo objeto de
discussão no momento.
Levando em consideração as estatísticas européias que
apontam prevalência aproximada de 40 pacientes/
100.000 habitantes como usuários de O2 crônicamente,
podemos inferir que no Brasil teríamos aproximadamente
65.000 pacientes nesta condição. Entretanto, sabe-se
que a maioria desses pacientes não está recebendo ODP,
o que resulta em gastos elevados com freqüentes internações
hospitalares por complicações decorrentes da hipoxemia
crônica não corrigida.
Resumidamente, podemos dizer que, com o objetivo
de reduzir a hipóxia tecidual durante as atividades cotidianas,
a ODP aumenta a sobrevida dos pacientes por melhorar
as variáveis fisiológicas e sintomas clínicos; incrementa
a qualidade de vida pelo aumento da tolerância ao
exercício, diminuindo a necessidade de internações hospitalares,
assim como melhora os sintomas neuropsiquiátricos
decorrentes da hipoxemia crônica.
Do ponto de vista fisiológico, o uso crônico de O2 melhora
sua oferta para as células, com redução da policitemia
secundária. De forma semelhante, alivia o estresse
miocárdico da hipoxemia, reduzindo arritmias cardíacas,
especialmente durante o sono. Ainda mais, a ODP estabiliza,
ou pelo menos atenua e algumas vezes reverte, a
progressão da hipertensão pulmonar e, provavelmente,
melhora a fração de ejeção do ventrículo direito.
Do ponto de vista da função pulmonar, existem alguns
estudos sugerindo que a mesma pode estabilizar-se com a
ODP.
INDICAÇÕES
Pelo exposto, aceita-se hoje a existência irrefutável de
evidências científicas dos benefícios terapêuticos da ODP
em pacientes com hipoxemia crônica decorrente da DPOC.
Aceita-se como indicação da necessidade de ODP a presença
de PaO2 < 55mmHg, ou entre 56-59mmHg na
presença de sinais sugestivos de cor pulmonale, insuficiência
cardíaca congestiva ou eritrocitose (hematócrito
> 55%).
Lembramos que os valores acima só devem ser considerados
quando:
• obtidos em laboratório confiável;
• determinações com o paciente estável clinicamente
e com abordagem terapêutica otimizada;
• com prescrição médica detalhada da necessidade do
O2 ;
• com reavaliação dos pacientes após três meses para
verificação da real necessidade.
Vale recordar que é de responsabilidade do médico
determinar a necessidade e a forma de administração do
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