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PROJETO QUE FALA DA ESCRITA

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Por:   •  10/11/2013  •  Tese  •  3.937 Palavras (16 Páginas)  •  629 Visualizações

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O QUE O DESENHO DIZ SOBRE A ESCRITA

O desenho começa como uma escrita e a escrita como um desenho. Com o tempo, a crianças cria formas de diferenciação entre um e outro. O desenho favorece a expressão de uma idéia, contribui para a construção da escrita, pode ser um mediador entre o eu da criança e o mundo.

O interesse pelos desenhos infantis começou, segundo Mèredieu (1994), no fim do século XlX, período em que as crianças começaram a ter acesso ao papel e ao lápis materiais até então muito caro e de uso restrito. Antes disso, as crianças desenhavam, no chão e nas paredes usando gravetos ou pedaços de carvão.

O estudo de LUQUET (1969) a cinco estágios sobre o desenho infantil e para seu desenvolvimento.

• Realismo fortuito a criança faz marcas no papel sem intenção de representar a realidade, significando um treino da coordenação motora e um prazer sinestésico;

• Desenho voluntário: a criança tem a intenção de representar suas idéias por meio do desenho, apesar de não ser, em um primeiro momento, compreendida pelo adulto;

• Incapacidade sintética: a criança começa a representar os objetos de diferentes formas e, segundo Piaget (1989), se preocupa com os aspectos topológicos dos objetos (noções de dentro, fora, perto, longe, etc.);

• Realismo intelectual: os desenhos já apresentam as formas próprias dos objetos reais;

• Realismo visual: a crianças mostra uma relação entre os objetos desenhados.

Piaget (1989) identifica cinco fases para os desenhos das crianças:

• Garatujas simples: a criança encontra-se no período sensório-motor e seu interesse é apenas riscar o papel sem nenhuma intenção de representar algo. Nesta fase, a criança muda o lápis de uma mão para outra movimenta o braço todo para riscar e, muitas vezes,acaba riscado, por exemplo a mesa sob a qual está o papel;

• Garatujas com significação premeditada: a crianças já pretende representar alguém ou algum objeto, mas o desenho só pode ser identificado pelo adulto se a criança o explicar;

• Garatujas imitativas: a crianças desenha os objetos não de forma semelhante aos objetos reais, mas, sim, da forma como os imagina;

• Desenho modelado: por volta dos 6 anos, a criança apresenta desenhos com proporções exageradas, cabelos arrepiados, figuras de frente com nariz de lado etc. Neste momento, ela começa a receber uma maior influência das atividades escolares, o que faz com que a quantidade de desenho em suas produções diminua e que comece a desenhar concomitantemente objetos reais e imaginados de modo esquemático;

• Artística: inicia-se por volta dos 12 anos. Neste período, os desenhos tendem a apresentar proporções harmônicas, além de possuírem diversos recursos que permitem sua apreciação, muitas vezes, como verdadeira obra de arte.

Diferentemente de LUQUET, que considerou o desenvolvimento dos estágios a partir da intenção da criança em representar um objeto como ela o vê, LOWENFELD & BRITTAIN (1972) acreditavam em cinco estágios que são reflexos do amadurecimento intelectual e emocional das crianças:

• Estágio das garatujas: inicia-se por volta dos 2 anos e termina,aproximadamente, ao 4 anos. A criança começa fazendo riscos descontrolados apenas pelo prazer de manusear o lápis e o papel. É importante que os pais e professores valorizem esses riscos, pois a criança pode sentir-se frustrada e apresentar, a partir de então, uma relação dolorosa entre o lápis e o papel, o que pode afetar o desenvolvimento da escrita no futuro:

• Estágios pré-esquemático: inicia-se por volta dos 4 anos de idade,terminando aos 7 anos . A criança desenha a figura humana apenas com cabeça e pés. Os objetos com os quais convive também começam a ser representados. Os desenhos são feitos de modo desordenado e, muitas vezes exagerado. Este estágio permite um dialogo entre o adulto e criança, pois ela gosta muito de falar sobre os desenhos;

• Estágio esquemático: começa aproximadamente aos 7 anos e termina aos 9 anos. Os desenhos apresentam formas definidas, são apresentados de forma descritiva, ordenada e se localizam na margem inferior da folha de papel;

• Estágio do realismo nascente: dura dos 9 aos 12 anos. Os desenhos não são mais feitos ao logo de fileiras no papel e nem são mais tão grandes. A criança começa a representar pessoas e objetos em tamanho menor, mas capturando mais os detalhes;

• Estágio pseudonaturalista: inicia-se por volta dos 11 ou 12 anos. A criança procura esconder seus desenhos animados ou história em quadrinhos, registrados com certa conotação. Se não é estimulada a prosseguir com aperfeiçoamento, a criança termina seu desenvolvimento artístico nesta fase,

Segundo Lowenfeld & Brittain (1972) esses estágios de desenvolvimento do desenho da criança, principalmente os três primeiros, são bem uniforme entre as crianças do mundo todo. Algumas diferenças podem ocorrer devido aos fatores do meio em que a criança vive ou ao desenvolvimento de habilidades específicas.

Já os estudos de vygotsky (1987; 2007) não englobaram os primeiros estágios dos desenhos, aqueles que apresentam traços não icônicos. O autor dividiu em quatro etapas o desenvolvimento do desenho infantil:

• Escalão de esquema: nesta etapa, os objetos são desenhados sem apresentarem fidelidade com o mundo real. Ao representar a figura humana, por exemplo, a criança traça somente duas ou três partes do corpo, faz os chamados desenhos raios x ou transparência, nos quais podemos ver as pernas de uma pessoa mesmo ela estando vestida, ou os objetos internos de uma casa, por exemplo:

• Escalão de formalismo: a criança começa a fazer desenhos que representam formas mais próximas do real:

• Escalão de representação mais aproximada do real: a criança desenha os objetos mais próximos do real, apesar da proporção dos objetos ainda ser um tanto irregular;

• Escalão da representação propriamente dita: o desenho tem diversos detalhes, apesar de serem menores. Este refinamento do desenho ocorre porque a coordenação motora da criança já está bem desenvolvida.

Vygotsky tem uma abordagem genética da escrita: preocupa-se com processo de sua aquisição, o qual se iniciam muitos antes da entrada da criança na escola e se estende por muitos anos. Considera, então que, para aprender o desenvolvimento da escrita na criança, passar por vários desenvolvimentos o que ele chama “a pré-história da linguagem escrita” (Oliveira, 1993,

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