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Prevenção Na Adolescência

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Por:   •  8/9/2013  •  5.449 Palavras (22 Páginas)  •  652 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Para Eisenstein (2005) a adolescência é o período do ciclo vital de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizada pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social e pelos esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados às expectativas culturais da sociedade em que vive. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é o período que está compreendido entre 10 e 19 anos de idade, e pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 15 e 24 anos de idade.

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, o Art. 2.º considera criança o indivíduo com até 12 anos de idade incompletos e define a adolescência como a faixa etária entre 12 e 18 anos de idade; em casos excepcionais e quando disposto na lei, e de acordo com os Art. 121 e 142.º o estatuto é aplicável até os 21 anos de idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

A puberdade marca biologicamente o início desse período, no qual as características sexuais secundárias começam a se desenvolver e o potencial para reprodução sexual é alcançado. Inicialmente verificam-se pulsos ou aumentos na secreção dos hormônios luteinizantes ou folículo-estimulante, cada um disparado por um pulso do hormônio liberador das gonadotrofinas. A maioria dos pulsos ocorre durante o sono. À medida que a puberdade progride, os pulsos hormonais ocorrem tanto durante o dia quanto durante a noite. A frequência dos pulsos aumenta nos próximos três a quatro anos, até que o padrão adulto seja estabelecido. Os estímulos que provocam os pulsos do hormônio liberador das gonadotrofinas ainda são desconhecidos, mas a função para o hormônio leptina começa a ser esclarecida. Imediatamente antes da puberdade, os níveis de leptina aumentam na proporção da massa de tecido adiposo. É interessante observar que os receptores de leptina estão presentes tanto no hipotálamo quanto na adeno-hipófise (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Durante a puberdade, no homem, a testosterona, em quantidades crescentes, faz com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, por aproximadamente, oito vezes antes dos vinte anos de idade, além de promover o crescimento de pelos no púbis, na face, ao longo da linha alba do abdome, no tórax e nas costas. A testosterona também é responsável por diminuir o crescimento de cabelos na cabeça, hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe, o que causa a masculinização da voz. Causa, também, aumento da espessura da pele e aumento da secreção de glândulas sebáceas, da matriz óssea e retenção de cálcio e aumento da massa muscular (GUYTON; HALL, 2011).

Na mulher, os estrogênios causam desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas, crescimento do sistema de ductos lactíferos e depósito de gordura nas mamas. Causam, também, aumento dos ovários, das trompas de falópio, do útero e da vagina. Ainda na mulher, a progesterona promove alterações secretórias no endométrio uterino e nas trompas de falópio, além de promover o desenvolvimento dos lóbulos e dos alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares tenham características secretoras. Os androgênios, formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas, são responsáveis pela distribuição de pelos na região pubiana e nas axilas (GUYTON; HALL, 2011).

A puberdade, enfim, termina com o desenvolvimento pleno do organismo. Calcula-se que a mulher alcança seu desenvolvimento total aos 18 anos, enquanto que o homem o alcança aos 20 anos. Também é necessário indicar que os limites do início e do fim da puberdade podem variar de acordo a diversos fatores, particularmente geográficos, climáticos, étnicos e genéticos, segundo investigações médicas (GUYTON; HALL, 2011).

A adolescência faz com que a orientação sexual torne se uma questão relevante, em que ocorre uma consistente atração sexual, amorosa e afetiva, por pessoa de sexo oposto, ou do mesmo ou de ambos os sexos. O comportamento sexual nessa fase é mais frequente observado pela vontade de ser aceito, do que pelo desejo sexual propriamente dito (PAPALIA, 2006).

A aceitação das mudanças corporais e o medo de não conseguir o padrão socialmente aceito, gera grande ansiedade nos jovens e também a busca pelo corpo estereotipado pela sociedade. São esses jovens que desafiam os padrões adultos, identificam-se entre si, uma vez que vivenciam esses mesmos conflitos internos (BLOS, 1998). Segundo Levin (1975) as mudanças começam e justificam-se quando o indivíduo encontra no grupo opções de ajuda para que efetivem suas escolhas.

Saito e Silva (2001) informam que na fase da adolescência há necessidade de propostas urgentes de prevenção, porque a vulnerabilidade e o risco se fazem presentes principalmente devido às transformações internas e externas. Para as crianças e adolescentes, os fatores de risco e proteção podem estar presentes nos grupos familiar, escolar e de amigos. Interferindo diretamente nos adolescentes, pois são influenciáveis e vulneráveis a qualquer opinião ou estímulo externo.

Um dos riscos presentes é o abuso sexual nesse período de vulnerabilidade. Apesar da evolução dos princípios morais e legais em defesa das crianças e adolescentes, os casos de abuso sexual não deixaram de acontecer, nem passaram a ser reconhecidos, de forma universal, como um crime que leva a consequências irreparáveis para as vítimas (PFEIFFER; SALVAGNI, 2005).

A prática sexual tornou-se cada vez mais difundida e pode apresentar formas distorcidas de relacionamentos não importando se isso significa ir além do respeito do outro. A partir dessa liberdade, o abuso sexual tornou-se mais frequente em crianças e adolescentes (PFEIFFER; SALVAGNI, 2005).

A família é o primeiro grupo de referência na história dos indivíduos. Famílias desestruturadas contribuem para a deterioração da personalidade, tornando as pessoas frágeis e vulneráveis, podendo assim favorecer a inserção do risco. A ausência do afeto cria um vazio a ser preenchido das mais diferentes maneiras, que podem envolver inclusive a gravidez precoce (SAITO; SILVA, 2001).

2 JUSTIFICATIVA

Enquanto acadêmicos do curso de medicina, desenvolvemos o trabalho visando ações preventivas com adolescentes que tiveram seus objetivos violados, a fim de entender as causas de tais violações, com objetivos de intervir na infância para que isso não ocorra futuramente.

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