Relatorio Formacao Reticular
Ensaios: Relatorio Formacao Reticular. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: daairibeirosz • 13/10/2014 • 2.230 Palavras (9 Páginas) • 423 Visualizações
Introdução
Denomina-se formação reticular a uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular tem, pois, uma estrutura que não corresponde exatamente à da substancia branca ou cinzenta, sendo, de certo modo, intermediaria entre elas.
Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso, que, embora pertencendo basicamente ao tronco encefálico, se estende um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da medula, onde ocupa pequena área do funículo lateral.
No tronco encefálico ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não é preenchido pelos tractos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta.
Desenvolvimento
Núcleos de formação reticular
Pesquisas citoarquitetonicas detalhadas mostraram que a formação reticular não tem estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de neurônios, que constituem os núcleos da formação reticular. Entre eles, destacam-se por sua importância funcional os seguintes:
1. Núcleo da rafe – trata-se de um conjunto de oito núcleos, entre os quais um dos mais importante é o nucleus raphe manus que se dispõe ao longo da linha mediana ( rafe mediana) em toda extensão do tronco encefálico. Os núcleos da rafe contem neurônios ricos em serotonina;
2. Locus cerelus - situado logo abaixo da área de mesmo nome no assoalho do IV ventrículo, esse núcleo apresenta células rica em noradrenalina;
3. Substancia cinzenta periaquedutal - também chamada substancia cinzenta central, correspondente à substancia cinzenta que circunda o aqueduto cerebral. Embora tenha uma estrutura bastante compacta, essa região é considerada um núcleo de formação reticular, importante na regulação da dor.
4. Área tegmentar ventral – situada na parte ventral do tegumento do mesencéfalo, medialmente à substancia negra, contem neurônios ricos em dopamina.
Do ponto de vista citoarquitetural, a formação reticular pode ser dividida em uma zona magnocelular, de células grandes que ocupam seus 2/3 mediais, e uma zona parvocelular de células pequenas que ocupam o terço lateral. A zona magnocelular da origem as vias ascendentes e descendentes longas e pode e pode ser considerada a zona efetuadora da formação reticular.
Conexões da formação reticular
A formação reticular possui conexões amplas e variadas. Além de receber impulsos que entram pelos nervos cranianos, ela mantem relações nos dois sentidos com o cérebro, o cerebelo e a medula. Essas relações são apresentadas abaixo:
a) Conexões com o cérebro - a formação reticular projeta fibras para todo o córtex cerebral por via talâmica e extratalâmica. Projeta-se também para outras áreas do diencéfalo. Por outro lado, varias áreas do córtex cerebral, do hipotálamo e do sistema límbico, enviam fibras descendentes à formação reticular;
b) Conexões com o cérebro - existem conexões nos dois sentidos entre o cerebelo e a formação reticular;
c) Conexões com a medula - dois grupos principais de fibras ligam a formação reticular à medula, as fibras rafe-espinhais e as fibras que constituem o tracto reticulo-espinhal. Por outro lado, a formação a formação reticular recebe informações provenientes da medula através das fibras espino-reticulares;
d) Conexões com núcleos dos nervos cranianos - os impulsos nervosos que entram pelos nervos cranianos sensitivos ganham a formação reticular através das fibras que a ela se dirigem a partir de seus núcleos.
Funções da formação reticular
A formação reticular influencia quase todos os setores do sistema nervoso central, o que é coerente com o grande numero de funções que lhe tem sido atribuídas. Essas funções se distribuem nos seguintes tópicos que serão discutidos logo em seguida:
1. Controle da atividade elétrica cortical, sono e vigília;
2. Controle eferente da sensibilidade;
3. Controle da motricidade somática;
4. Controle do sistema nervoso autônomo;
5. Controle neuroendrócrino;
6. Integração de reflexos, centro respiratório e vasomotor.
1) Controle da atividade elétrica cortical, sono e vigília
A atividade elétrica do córtex cerebral, de que dependem os vários níveis de consciência, é regulada basicamente pela formação reticular do tronco encefálico. Ela é capaz de ativar o córtex cerebral, a partir do que se criou o conceito de sistema ativador reticular ascendente (SARA), importante na regulação do sono e da vigília.
Sabe-se que o córtex tem uma atividade elétrica espontânea. Os traçados elétricos de um individuo dormindo são muito diferentes dos obtidos de um individuo acordado, sendo dessincronizado nestes e sincronizados naquele.
Pesquisas evidenciaram que existe na formação reticular um sistema de fibras ascendentes que se projetam no córtex cerebral e sobre ele tem uma ação ativadora. Surgiu assim o conceito do SARA. Sabe-se hoje que a ação do SARA sobre o córtex se faz através de conexões da formação reticular com os chamados núcleos inespecíficos do tálamo. Sabe-se também que, além de seguirem suas vias especificas, os impulsos sensoriais que chegam ao sistema nervoso central pelos nervos espinhais e cranianos passam também a formação reticular e ativam o SARA.
2) Regulação do Sono
A descoberta do SARA veio explicar o por que os indivíduos acordam, mas não explicou satisfatoriamente como eles dormem. Durante algum tempo pensou-se que o sono seria um fenômeno passivo, resultante da falta de ativação da formação reticular. Contudo, numerosas pesquisas vieram mostrar que isso não é verdade e que o sono depende da ação de certos núcleos da formação reticular. Verificou-se que, embora os estímulos elétricos da formação reticular resultem quase sempre em ativação cortical, certos estímulos em aéreas especificas da formação reticular do bulbo e da ponte produzem efeito contrario, ou seja, sono.
Por outro lado, como já foi visto, se a secção do tronco encefálico
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