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Reposição Hormonal Na Menopausa

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Por:   •  9/11/2014  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  341 Visualizações

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AULA 8 - FARMACOTERAPIA DE DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS: REPOSIÇÃO HORMONAL PARA MENOPAUSA, COM DISCUSSÃO CRÍTICA DO RISCO/BENEFÍCIO

1. O que é a menopausa?

Menopausa é a época na vida da mulher quando a menstruação cessa. Ela é parte de um processo biológico que começa, para a maioria das mulheres, por volta dos 35 anos. Durante esse período, os ovários gradualmente produzem menos quantidades de hormônios sexuais -- estrogênio e progesterona.

2. O que são hormônios da reposição hormonal e como são usados?

São hormônios administrados às mulheres que estão na menopausa, ou pós-menopausa, para conter problemas associados a esse período, como ondas de calor, suor noturno, perda de sono e falta de lubrificação vaginal, ou para prevenir algumas condições a longo prazo que são comuns na mulher depois da menopausa, como osteoporose. São usados como repositores hormonais, em um tratamento com estrogênio apenas, ou com estrogênio combinado com progesterona ou progestina.

3. Como os cientistas determinam os efeitos para a saúde associados ao uso de hormônios?

Os efeitos para a saúde associados ao uso de hormônios são determinados a partir de dois tipos de estudos em humanos: ensaios clínicos e estudos de observação. Nos ensaios clínicos, é dado ao participante ou hormônio ou placebo (comprimidos parecidos mas que não contém nenhum medicamento) para determinar o efeito dos hormônios sobre várias condições e doenças. Nos estudos de observação, não há intervenção dos investigadores; eles comparam o estado de saúde das mulheres que tomam hormônios com as que não os usam. A evidência mais forte para provar a associação entre hormônios da menopausa e uma doença ou condição vem de ensaios clínicos.

4. Os benefícios da reposição hormonal superam os riscos?

Não. Em julho de 2002, os investigadores informaram que os riscos gerais de estrogênio mais progestina, especificamente Prempro™, superavam os benefícios. O uso dessa associação aumenta o risco de câncer de mama, doença cardíaca, infarto e coágulos sanguíneos. Em 2003, foi relatado que em mulheres com mais de 65 anos, o uso desses hormônios dobrou o risco de demência, além de essas mesmas mulheres apresentarem pior performance nos testes de funções cognitivas comparadas com as que tomaram o placebo. Em contra partida, o uso de estrogênio mais progestina diminuía os casos de fratura no quadril e de câncer de cólon.

5. Quais são os efeitos do uso de hormônios ao útero?

O uso de hormônios apresenta efeitos sob o útero, principalmente o desenvolvimento de câncer endometrial. A exposição à longo prazo ao estrogênio sozinho aumenta o risco de câncer endometrial. Já o uso do estrogênio mais progestina apresenta um risco menor, mas que ainda aumenta quando comparado às mulheres que não usam hormônios. Estudos de observação mostram que mulheres que tomam estrogênio com o uso de progestina diariamente tem duas vezes mais chances de desenvolver o câncer endometrial. O mesmo estudo mostrou que mulheres que usaram estrogênio mais progestina, com essa sendo tomada entre 10-21 dias por mês, não tiveram o risco de desenvolver câncer endometrial aumentado comparado com as que não usam hormônios. O estudo WHI (Women’s Health Initiative) mostrou que as taxas de câncer endometrial para mulheres usando estrogênio mais progestina diariamente eram as mesmas daquelas tomando comprimido de placebo. Porém, o sangramento uterino era um efeito colateral comum, levando a frequentes biopsias e ultrasons para mulheres usando combinações de hormônios comparadas às que tomaram placebo.

6. Como a reposição hormonal influi no risco de câncer de mama e na chance de sobrevivência?

O uso dos hormônios combinados estrogênio e progestina aumentam o risco de câncer de mama invasivo. Estudos mostraram que houve um aumento de 26% no risco de câncer de mama entre as mulheres que usam hormônios comparado as que tomaram placebo. Uma análise detalhada feita após um acompanhamento médio de 5,6 anos mostrou que o câncer de mama era maior e em estágios mais avançados em mulheres que usaram estrogênio mais progestina, além de que 25,4% dos canceres espalharam para fora dos seios, atingindo órgãos próximos ou nodos linfáticos, comparados com 16% em mulheres que não usaram hormônios. Estudos de observação adicionais suportam as conclusões que o uso de hormônios está associado à elevação no risco de câncer de mama, sendo que o maior risco está entre as mulheres que tomam estrogênio mais progestina. As mulheres que usam estrogênio mais progestina têm risco maior do que as que tomam outras preparações hormonais. As que estão atualmente tomando hormônios também têm maior probabilidade de morrer de câncer de mama do que as que não usam hormônios. Dentro de em torno de 5 anos depois de interromper o uso de hormônios, a elevação do risco desaparece.

7. Como a reposição hormonal influi no risco de câncer de ovário?

Vários estudos de observação têm descoberto que o uso de estrogênio sozinho está associado ao aumento modesto no risco de desenvolver câncer no ovário. Um estudo que acompanhou 44.241 mulheres pós-menopausa por aproximadamente 20 anos concluiu que as que usaram estrogênio sozinho por 10 anos ou mais tinham o dobro de probabilidade de desenvolver câncer no ovário comparadas às que não utilizaram a reposição hormonal.

Outro estudo de observação amplo e recente também encontrou associação entre o uso de estrogênio e morte devida ao câncer de ovário. Nesse estudo, o risco parece limitado a mulheres que usaram estrogênio por 10 anos ou mais.

8. Quais são os efeitos da reposição hormonal sobre as doenças cardíacas?

Descobriu-se que o uso de estrogênio mais progestina não só protege como também pode aumentar o risco de doenças cardíacas entre mulheres pós-menopausa com boa saúde geral. O maior aumento do risco ocorre no primeiro ano de uso. Análises recentes mostraram que o uso de estrogênio mais progestina estava associado ao aumento geral de 24% no risco de doenças cardíacas, com uma elevação de 81% no primeiro ano de uso.

9. Quais são os efeitos da reposição hormonal sobre a saúde dos ossos?

O uso de estrogênio sozinho e combinado com progestina tem demonstrado proteger contra osteoporose. Alguns resultados mostram que estrogênio mais progestina

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