Uso De Medicamentos Em Gestantes

O uso de medicamentos por gestantes e seus efeitos no feto passou a ser de grande preocupação após a tragédia da Talidomida. A talidomida foi introduzida, no final dos anos 1950, como um sedativo. A droga era dada às mulheres grávidas para combater os sintomas do enjoo matinal.Mas o uso durante a gestação restringiu o crescimento dos membros dos bebês, que nasceram com má formação nas pernas e braços.Em torno de 10 mil bebês nasceram com defeitos físicos em todo o mundo até que a droga fosse tirada de circulação em 1962. Esta catástrofe serviu de alerta sobre a questão da segurança na utilização de novos fármacos e à prescrição de medicamentos às gestantes e lactantes.

Até então, se acreditava que a placenta funcionava como uma barreira biológica, protegendo o feto de qualquer fármaco. Hoje, se sabe que a maioria dos fármacos contidos nos medicamentos utilizados pelas gestantes atravessa a placenta e atinge a corrente sanguínea da criança. Quando o feto recebe esses fármacos no seu organismo, ele não tem a mesma capacidade de metabolizar substâncias como a mãe, portanto, está mais sujeito a obter efeitos não esperados. Alguns medicamentos são liberados por apresentar segurança ao feto, mas, para a maioria dos casos, o conhecimento é limitado, fazendo com que a prescrição de medicamentos para gestantes ainda seja um assunto complicado. Para grande parte dos fármacos, o potencial teratogênico é desconhecido.

Um agente teratogênico é definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função da descendência. Essa alteração fetal tem maior risco de ocorrer quando o medicamento com risco teratogênico é usado no primeiro trimestre de gravidez (período de diferenciação embriológica). Nos outros períodos podem ocorrer problemas no feto decorrentes de alterações na fisiologia materna, efeitos farmacológicos no feto e interferência no desenvolvimento fetal.

- CLASSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Existem algumas classificações de medicamentos de acordo com o risco associado ao uso durante a gestação. Essa classificação foi adotada pela FDA (FoodandDrugAdministration), e enquadra os medicamentos em cinco categorias:

• Categoria A: Estudos mostraram que não há risco para o feto.

• Ácido fólico

• Liotironina

• Retinol A • Levotiroxin

• Piridoxina

• Vitamina D3

• Categoria B: Não há evidências de risco para o feto (estudos em animais de laboratório não demonstram risco fetal)

• Acebutolol

• Cromoglicato Na+

• Naloxona

• Acetilcisteína

• Dietilpropión

• Nedocromil

• Acidofusídico

• Etambutol

• Nistatina

• Ac. nalidíxico

• Famotidina

• Nitrofurantoína

• Ambroxol

• Fenoterol

• Ondansetrón

• AINE2

• Fentanilo4

• Oxitropio

• ß lactámicos

• Flouxetina

• Paracetamol

• Macrólidos

• Glucagón

• Piperacilina

• Sulfonamidas3

• Granisetrón

• Piperazina

• Anfotericina B

• Indometacina • Piridostigmina

• Aztreonam

• Ipratropio

• Praziquantel

• Bromexina

• Lactulosa

• Probenecid

• Calcitonina

• Levamisol

• Quinina

• Carbocisteína

• Loperamida

• Ranitidina

• Ciproheptadina

• Loratadina

• Salbutamol

• Cisaprida

• Meperidina4

• Sucralfato

• Clindamicina

• Metoclopramida

• Terbutalina

• Clorfeniramina

• Metronidazol5

• Terfenadina

• Clotrimazol

• Morfina4

• Vasopresina

• Categoria C: Os riscos não podem ser excluídos, mas os benefícios em muitos casos superam os riscos potenciais. Exige-se muita cautela.

• AAS2

• Dantrolene

• Midazolam

• Acetazolamida

• Dextrometorfan4

• Milrinona

• Aciclovir

• Diazóxido

• Neomicina

• Acidofolínico

• Difenhidramina

• Neostigmina

• ACTH

• Digoxina

• Nifedipino

•